Se a mim coubesse o direito
de dar um título à Uruguaiana, eu a chamaria de Capital Universal do Chimarrão.
Alguns minutos foram o
bastante para registrar estas cenas dignas de uma cidade tão bela quanto
acolhedora. Não seria possível publicar todas as fotos, porém algumas são
dignas de registro.
O mate amargo.
É lindo ver aquele povo
sorvendo o dia inteiro essa infusão tão arraigada na Pampa, quer na República
da Argentina, na República do Uruguai e na República do Rio Grande do Sul, que
por conta dos Gaúchos hoje já é encontrado em outras plagas, até mesmo na
Amazônia, aonde os Gaúchos Rio-Grandenses já chegaram com suas tradições, sendo
uma delas a de tomar mate amargo ou chimarrão.
Porém Uruguaiana não é só
uma tradição, não é só um hábito, é além de tudo um diferencial. É chique. É
elegante. É local. É lindo.
Meninas em frente a Prefeitura, e dê-lhe mate.
Ao entardecer a praça
central é tomada de famílias, grupos de rapazes, grupos de moças, grupos
mistos, crianças e namorados. Mas todos tem em comum o chimarrão.
Meninas em frente ao Teatro, e dê-lhe mate.
Para onde olhares verás
alguém com a cuia na mão, o termo embaixo do braço, passeando, sentado, parado,
charlando, namorando ou simplesmente bombeando a vida.
Grupos de veteranos em
círculos mateando enquanto causos são contados.
Liliana e Lorenzo e ao fundo um jovem, e dê-lhe mate.
Namorados apaixonados entre
um e outro beijo, uma cuia de mate. E ali ficam horas sorvendo o chimarrão.
Enquanto os meninos discutem sobre o preço do
boi em pé, as meninas continuam em frente ao Teatro
mateando enquanto passa um casal enamorado, e
dê-lhe mate.
Entre as árvores da
belíssima praça grupos de meninas, umas quietas, outras algariadas ficam
flertando os piás, mas em comum todas sorvendo o amargo e a cuia passando de
mão em mão.
Os jovens a sombra da palmeira, e dê-lhe mate.
Os rapazotes reunidos aos
grupos com seus termos cheios de água bem quente e jujo, fazem aquela ciranda
com a cuia que passa de mão em mão e ficam ali horas e horas olhando as meninas
e sorvendo o mate amargo e quente.
As senhorinhas passeando, e dê-lhe mate.
E para todos os cantos que
olhares encontrarás alguém mateando.
E dê-lhe bomba nos beiços a
sorverem essa beberagem dos céus.
Senhorinhas de cabecinhas
brancas como velo, invariavelmente com seus cachorrinhos de raça, vão para a
praça charlar e ali entre conversas e sorrisos passam o tempo mateando.
Aliás, também não há cidade
mais cachorreira que Uruguaiana, pois todo o mundo tem seu cachorro e saem para
passear com seus bichinhos.
E até cachorro que não tem
dono é bem tratado, dão-lhes água e comida e como esta magrela e seu parceiro
que vivem com outros na Praça, até ganhou um enfeite de cabeça, uma borboleta.
São estancieiros, médicos,
advogados, professores, trabalhadores, estudantes, que se reúnem e ficam horas
conversando, discutindo política, futebol, mas o chimarrão é comum de todos os
grupos.
A senhora foi ver a banda, mas, dê-lhe mate.
O chimarrão é a coisa mais
democrática que existe.
Lorenzo encantado com os pássaros, mas ao fundo
o casal sentado e dê-lhe mate.
É lindo de se ver, mas
Uruguaiana acorda com o chimarrão, passa o dia no chimarrão e não dorme sem o
chimarrão.
Paquera, e dê-lhe mate e mais adiante as meninas no dê-lhe mate
E a praça é o retrato
autêntico dessa cidade tão diferente, de pessoas bonitas, de mulheres lindas,
de corpos perfeitos, sinuosos, provocantes e sensuais.
Morochas lindas,
esculturais, com graça e charme não só na caminhar como no falar cantado e
carregado no E. Bem típico do verdadeiro povo Gaúcho.
Lindas mulheres de
Uruguaiana que provam que ser esquelética é coisa de mulher doente ou de
“costureiro afetada".
Os homens gostam de
mulherões e não de pau-de-virar-tripa.
Até a costela usada no
churrasco não pode ser magra. Pois se não tiver uma gordurinha será uma carne
seca, sem sabor e sem graças, pelanca e osso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário