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segunda-feira, 30 de julho de 2018

46º Festiva Internacional de Folclore de Nova Petrópolis – V



A Grande Emoção


Dedico este post à Caipirada Capim Canela que me trouxe recordações maravilhosas do Estado de Goiás, pois por muito tempo viajei por esse Estado, conhecendo praticamente todos os seus municípios e conhecendo o que de mais belo e tradicional tem nesta Unidade da Federação.




              Luisinho, repentista e marcador.







Confesso que sempre me opus veementemente às murchas e insossas festas de São João realizadas nas Escolas Públicas de nosso Estado, pois nada tem a ver com a nossa tradição, pois essas festas foram trazidas para o Brasil por portugueses e devemos lembrar que tirando parte do planalto e litoral nordeste do Rio Grande do Sul o resto foi primeiramente colonizado pelos espanhóis que aqui ficaram até 1750, nas Missões e outras áreas e que as terras ao sul do Ibicuí somente passaram a fazer parte do Brasil, propriamente dito, a partir de 1828 quando do tratado do Rio de Janeiro, assinado pelo Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, hoje Argentina, concedeu a independência da Província Cisplatina, hoje República Oriental do Uruguai, que pertencia ao Império do Brasil, mas o Brasil avançou sobres suas terras até o Quarai e Chuí ou Xuí.






Já no Século XIX vieram para o Rio Grande do Sul em 1824 os primeiros Pomeranos (alemães) que começaram a se estabelecerem no vale do Rio dos Sinos e com o tempo em outras regiões. Em 1870 começaram a chegar os primeiros italianos, portanto esses povos, italianos, pomeranos e Gaúchos de cepa inconteste espanhola nada tem a ver com esses folguedos. Sempre via com maus olhos essas festas tipicamente de “caipiras” sendo apresentadas por crianças pilchadas de gaúchos, meninos e meninas e colegas professores trabalhando feito loucos para dar à comunidade esses festejos que nada tem a ver com a maioria esmagadora de nosso povo.


           As lindas meninas ficavam no meio da plateia 
           e conforme o marcador ia contando a história
           elas com graça levantavam e iam para o palco.


            Lindas, bem maquiadas e bem vestidas e 
            nada do que se faz aqui no RS, com meninas 
            propositadamente feias, cheias de pintas pelo  
            rosto, roupas remendadas e dentes pintados 
            para parecerem podres. 
            Acordem!
            Os tempos são outros.
               Goiás é mil! 
            


Entretanto como tive a oportunidade de, por diversas vezes assistir em Goiás esses festejos, como as Cavalhadas, os Fogaréus, e a tão arraigada Festa do Divino, sem falar nas Congadas de Catalão, sempre tive um encantamento pelo que o povo de Goiás faz e faz com graça, leveza e beleza, ficando para os Rio-grandenses do Sul essas festinhas colegiais xoxas e até patéticas.



Porém ao assistir o 46º Festival Internacional de Folclore de Nova Petrópolis meu coração encheu-se de alegria e emoção ao encontrar entre os grupos folclóricos que fariam as apresentações um em especial, a Caipirada Capim Canela.



Verdadeira aula de cultura.


Verdadeira aula de alegria contagiante.


Verdadeiros “Caipiras” que como ninguém sabem e fazer com estilo, amor e graça estas festas tão maravilhosas.




Temos que ter a grandeza de reconhecer que neste campo não basta ser topetudo, metido a facão-sem-cabo, pois nestas festas de São João, São Pedro e seja lá o santo que for temos que tirar o chapéu e reconhecer que Goiás é ouro, outros são prata e bronze e nós somos apenas sobras de cavacos de madeira.


Nossa cultura é outra, ou são outras, pois tendo dentro do Rio Grande do Sul cinco grandes culturas, entre outras menores, ou seja, os Gaúchos, os Birivas, os Alemães, os Italianos e os Negros, não podemos querer nos comparar com o beleza goiana. Eles são fascinantes.


Um detalhe que passa despercebido pela maioria: Quem nasce no Rio Grande do Sul deveria ser chamado de Rio-grandense do Sul, pois “Gaúcho” é outra coisa. Gaúcho pode ser grande parte dos Rio-grandenses do sul, mas também pode ser Uruguaio, Argentino, Paraguaio das Missões e Chilenos do extremo Sul do Chile. Basta conhecer a história deste povo bacanudo de tauras e taitas.


Tão grande foi o fascínio que ao encontrar essa Caipirada foi um amor à primeira vista. Cercado pelas lindas meninas de Goiás tive o imenso privilégio de conhecê-las, assim como a Lucas Carlos e neste exato momento conhecer seu sogro e criador do Grupo, Carlos Humberto Lucas.  Nos dias em que ficamos em Nova Petrópolis, diariamente reuníamos para conversar, tomar um café e com o tempo isto foi se tornando numa amizade bela que não só me conquistou como conquistou minha mulher Sandrinha, que saiu do festival apaixonada por essas e esses goianos maravilhosos que há 37 anos abrilhantam as festas não só em Goiás e que nos trouxeram a belíssima história das flores de girassóis que se apaixonam pelos espantalhos. Luisinho, o repentista e marcador, com sabedoria e criatividade deu ao espetáculo uma aura especial, pois tudo de improviso, jamais falhou no apresentar esta história.

                 Sandrinha com a linda Amanda.

Todos, enfim, mesmo não sabendo o nome de cada um, todos ficaram em nossos corações e espero um dia ir vê-los em Goiás.

A emoção fez com que o velho Taura do Sul em determinado momento da apresentação, emocionado e cercado pelo grupo de meninas e meninos, caipiras de Goiás não conseguisse segurar as lágrimas que inundaram meus olhos de emoção.


Foram momentos maravilhosos, ao ponto de em uma apresentação na segunda noite, um dos participantes do grupo, o Noivo, em pleno casamento na roça tenha saltado do palco, corrido entre os espectadores e viesse até mim e minha amada Sandrinha para nos cumprimentar em homenagem a amizade travada com o maravilhoso grupo. Todos os espectadores ficaram sem entender, ao ponto de um senhor da plateia perguntar se eu era de Goiás.

              Com Carlos Lucas.

Além dessa demonstração de amizade, a filha de Carlos Humberto Lucas, casada com Lucas Carlos ter nos fotografado segurando a bandeira de Goiás e em minutos Carlos Humberto me presenteava com a foto. Mais uma vez a emoção tomou conta de meu coração.

                 Com Lucas Carlos.


No dia de nossa partida de Nova Petrópolis não o fizemos sem antes ir assistir a mais uma apresentação deste maravilhoso corpo de dança.

Caipírada Capim Canela estará sempre em nossas lembranças e em nossos corações. 


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sábado, 28 de julho de 2018

46º Festival Intencional de Folclóre de Nova Petrópolis - IV


Uma noite inesquecível.
 
A noite já estava a todo vapor e no palco da Rua Coberto o Festival também, neste momento apresentou-se o Lustige Volkstanzagruppe Bergtal de Nova Petrópolis, e a dança continuava.







20 horas foi a vez do fascinante Grupo Folclórico Internacional Remembranzas da Terra Guarani. o Paraguai apresentou-se maravilhosamente, primeiro com seus Gauchos (Gautchos) ou Gaúchos de las Missiones







porém tudo se calou, até o vento fez silencio no momento em que a tradicional Harpa Paraguaia se fez presente. Todos, em silêncio absoluto ouviam maravilhados a apresentação solo do magnífico músico guarani, podia-se apenas ouvir além dos acordes daquela harpa os corações uníssonos que não paravam de vibrar com tal apresentação.

Tão logo a harpa deixou o palco, novamente o grupo voltou a fazer outras excelentes apresentações.





 
O coração batia já descompassado no aguardo da Caipirada Capim Canela de Goiás, chegar e maravilhar o que já era maravilhoso, mas para tal dedicarei um post a esses genuínos caipiras que não só abrilhantaram nossos dias em Nova Petrópolis como passaram a fazer parte dos amigos que carregaremos sempre no coração.

Caipirada Capim Canela foi um show à parte, mas isto é outra história, veja no próximo post.


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quarta-feira, 25 de julho de 2018

46º Festival Internacional de Folclore de Nova Petrópolis III




Inicio dos espetáculos no Palco da Rua Coberta.

Motivados e alegres por estar assistindo mais um festival de Nova Petrópolis, fomos após o desfile dos grupos que se apresentariam nessa semana para a Rua Coberta assistir as apresentações.


Às 17 horas apresentou-se o Grupo de “Dança do Leão e do Dragão”, de Porto Alegre. Tal dança é de origem chinesa e alegrou a multidão que assistia de suas cadeiras, na Rua Coberta e fez maior o espetáculo:

 








As 17h45min foi a vez do já conhecido Shüitzenhaus Tanzagruppe de Nova Petrópolis que apresentou várias danças alemãs, vindas ainda com os primeiros imigrantes.






Porém as 18h30mim foi a vez do tão esperado, inusitado e desconhecido “Te Roopu Manutaki Culture Group”, dos Moris da Nova Zelândia. 









Os Maoris foram os primeiros humanos a chegarem à Nova Zelândia, vindos provavelmente da Polinésia, provavelmente há 800 anos de nossa era.







Apesar de nada se entender de sua língua, o brilho, a beleza e a graça de suas apresentações foram a tônica deste Festival, obviamente o inglês era o que servia como meio de comunicação.








Porém como dança não precisa ser traduzida, o espetáculo cativou a todos os presentes, de sua assustadora dança de guerra as mais lindas apresentações foram de tirar o fôlego.




Foi realmente inusitado.

A primeira noite não termina aqui, ela continua no próximo post.



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