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sábado, 11 de novembro de 2017

Boa Nova.




        Na mão o símbolo da maldade que matou e escravizou povos inteiros.

E chegaram em 1492 os cristãos às Américas trazendo a Boa Nova.


A Boa Nova era a espada que decapitava, sangrava e feria.


A Boa Nova era roubar terras e ouro dos nativos.


A Boa Nova era impor uma religião mentirosa e perversa.


A boa Nova era destruir um mundo de harmonia entre os homens e a natureza.


A Boa Nova era matar recém-nascidos, anciãos, homens e mulheres.

A Boa Nova era levar o que podiam roubar para construir igrejas na Europa, cobertas de ouro, pedras preciosas e madeiras roubadas dos índios.


Essa era a Boa Nova, que em uma mão carregava um livro falso, mentirosos, que verte maldades e sangue de suas sujas páginas e na outro o arcabuz, dizimando, matando, castrando, mutilando homens e mulheres, num festival inenarrável de maldades.

                                      Os que se disseram filhos de deus, por maldade e ganância
                                      mataram com perversidade milhões de menininhas como 
                                      esta, seus pais, avós e irmãos.

Milhões foram barbaramente assassinados, escravizados por aqueles que diziam trazer a Boa Nova, que de tão velha e ultrapassada já deveria ter morrido, fétida e amaldiçoada.


Mas continuam alguns a falar em Boa Nova e esquecem ou não sabem que essa Boa Nova só trouxe ódio, guerras e mortes. Só trouxe ignorância, maldades, perversões e genocídios.


Boa Nova maldita, que em seu seio prolifera a pedofilia, a mentira, o enriquecimento voraz de alguns vivaldinos, a maldade ladina, a mentira velada e a chantagem obscura.  

Boa Nova que ilude os atormentados e os torna robôs, sem cérebros ou inteligência.


Boa Nova que quer e domina as mentes dos que ainda acreditam em bonequinho de barro e descartam todos os avanços científico dos últimos cem anos, mas se diz Nova após dois mil anos de maldades, superstições e desmandos.


Na verdade não passa de uma anciã velha e senil, cujo seu Alzheimer fez esquecer tantas atrocidades.



Hijos del Sol.

Glorificamos nosso honroso passado:

Quando a Terra era a mãe que nos alimentava, quando o céu noturno era nosso teto comum, quando o Sol e a Lua eram nossos pais, quando todos eram irmãos e irmãs, quando nossas grandes civilizações cresciam sob o Sol, quando nossos chefes e anciãos eram grandes líderes, quando a justiça ditava as regras da lei e sua execução.

Então, os outros povos chegaram:

Sedentos de sangue e ouro, sedentos de terra e de toda sua riqueza, carregando a cruz e a espada, uma em cada mão, sem saber ou esperar para aprender os caminhos dos nossos mundos consideraram-nos como sendo menos que animais, roubaram nossas terras e delas nos arrancaram e tonaram escravos os Filhos do Sol.

No entanto, nunca foram capazes de nos eliminar nem de apagar nossas memórias, aquilo que fomos, porque somos a cultura da Terra e do Céu.

Somos da antiga linhagem e somos milhões e embora todo nosso universo possa ter sido dizimado, nosso povo ainda está vivo e presente. E depois de séculos de opressão, evocando a grandeza de nossos ancestrais em memória de nossos mártires indígenas e em homenagem ao conselho de nossos sábios anciãos, estamos nos levantando para retomar o controle de nosso próprio destino e recuperar nossa completa identidade étnica e cultural, nossa completa dignidade humana e o orgulho de sermos povos indígenas.
                                                           Janan Pacha - Tierra Norte.



Preocupo-me ao ver que em pleno Século XXI, latifundiários canalhas, gananciosos e imediatistas na Amazônia mandando seus jagunços eliminarem fisicamente milhares de índios porque ainda querem roubar o que sobrou de suas terras e pretensiosamente se dizem filhos de deus.


Que deus?


Que deus é esse que em sua Boa Nova trouxe o extermínio de nações indígenas inteiras, trouxe doenças e maldades do extremo Sul ao extremo Norte do chamado Novo Mundo.