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domingo, 26 de janeiro de 2014

A Maior Mancada de Minha Vida.



                    Rondonópolis, hoje.


Em 1976 entrei na agência do Banco do Brasil em Rondonópolis no Mato Grosso para liberar um grande financiamento de máquinas agrícolas.


Naquela época os bancos abriam suas portas às 9 horas.


Entrei nessa agência que funcionava em um antigo sobrado cujo piso era de madeira. Subi a escada, pois a gerência ficava no andar superior. Calçava botas de cano alto, de tacos duros o que fazia o meu caminhar ser cadenciado com um toc e toc irritante.


Ao chegar ao balcão junto à carteira agrícola, mais ou menos as nove e quinze, deparei-me com o balcão cheio de simples e pacientes agricultores mato-grossenses que ali estavam para resolver seus problemas junto aquele banco.


                     1976 - assim eu era neste ano.

Debrucei-me no balcão a fim de ser atendido, porém nenhum dos funcionários atendia. Notei que junto à mesa do chefe da Carteira Agrícola um número expressivo de funcionários conversavam, tomavam cafezinho e riam.


E como não sou pavio curto, pois não o tenho pavio, o sangue subiu para a cabeça imediatamente. Sabem como é um Gaúcho, pois além de ser monarca é soberbo e metido a facão sem cabo.


Afinal de contas o balcão estava cheio e ninguém se dispunha a atender a clientela.


Nesse momento do grupo de funcionários que conversavam e riam junto à mesa da carteira agrícola um deles saiu e veio em direção do balcão de atendimento, e desse tentou sair, porém parei-me em sua frente, praticamente peitando-o.


Todos dentro daquele salão viraram-se e nos observaram atentamente, inclusive os funcionários que continuavam em redor da mesa.


O tal “funcionário”, um homem baixinho de feições orientais, sem entender olhou-me surpreso, momento em que pegando meu cartão de visita entreguei-lhe dizendo que levasse imediatamente ao gerente, pois com ele precisava falar.


O homem meio gaguejando tentou falar, porém intempestivamente o interrompi com o indicador em riste dizendo alto e em bom tom:


- Leve-o agora, vocês estão aqui para trabalhar e não para ficar de conversinhas e piadas.


O homem pasmo em minha frente pegou o cartão, apavorado enquanto todos dentro daquele salão observavam incrédulos.


Virei-lhe as costas e dirigi-me para a sala de espera.


Quando muito dois minutos passaram e o tal “funcionário” chegou à porta da sala de espera, olhou-me desconfiado e ligeirinho sentou-se em uma poltrona ao lado da porta, apavorado me olhando.


Um frio correu pelo meu corpo, e meio sem graça perguntei:


- O senhor não é funcionário do Banco?


O “japinha” apavorado respondeu:


- Não senhor, eu sou correntista.


Tche, não sabia o que ia dizer ao pobre homem e limitei-me a perguntar:


E o cartão?


Ele me respondeu que havia entregue para o Chefe da Carteira Agrícola e que o Gerente iria me atender logo.


Mil desculpas pedi a esse senhor que pensei ser funcionário do Banco.


Logo fui gentilmente atendido pelo gerente, que mandou liberar o vultoso financiamento.


Até aí tudo bem.


O problema era sair da sala de gerência e ter que passar pelo imenso salão onde as pessoas que assistiram a cena tragicômica continuavam a espera de atendimento.


Como fazê-lo em silêncio se as botas eram de tacos duros.


Nem pisando mais macio que peru no trevo iria conseguir passar despercebido.


Oh dor. Oh dor!

                    Ginásio de esportes de Rondonópolis.




Na veia.




Esta belíssima foto foi tirada por minha filha Monica no alvorecer desta última sexta-feira no litoral do nosso Rio Grande do Sul.
 
Achei-a fabulosa por este motivo compartilho com meus leitores esse maravilhoso nascer do Sol.


Linda mesmo. 

A filha e o Sol. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Ariano de Paiva Rodeghiero




Em 27 de dezembro passado, com o título “Batalhão Tuiuti – Amigos” publiquei uma história ocorrida dentro da Primeira Seção, daquele ainda Regimento, o 9º Regimento de Infantaria, onde relatei um episódio tenso, onde eu um simples Cabo datilógrafo, com mais de cinco anos de serviço tive um atrito com um Primeiro Sargento, o Sargento Ajudante daquela Unidade.

Esse episódio foi testemunhado por dois camaradas de farda e amigos pessoais. Um era um Cabo, até hoje amigo com quem ainda mantenho contato, o outro era um Segundo Sargento que havia servido como Soldado, Cabo e Terceiro Sargento com meu pai, o ainda Subtenente Floribal Farias Teixeira da CPP I, dessa histórica unidade do Exército, nomes que mantive no anonimato, porém a rudeza da vida não nos deixa alternativas e hoje venho de público citar esse, na época Segundo Sargento como uma das pessoas mais competentes em sua função e um amigo que os caminhos tortuosos da vida afastaram de um contato mais próximo.

Esse então Segundo Sargento há muitos anos não o via e resolvi ligar para a casa de sua filha que reside na cidade de Farroupilha para saber do velho amigo.


O telefone foi atendido por seu neto, que gentil e educadamente me prestou algumas informações sobre o estado de saúde de seu avô, o agora Segundo Tenente Ariano de Paiva Rodeghiero, recolhido a uma Clinica Geriátrica em Carlos Barbosa. Fiquei abatido com o estado de saúde que me foi passado.

Infelizmente, soube somente hoje através de minha irmã Ieda de Lourdes que reside em Pelotas, que conforme informações que ela obteve do irmão de Ariano, o Amigo Neri Rodeghiero, num momento triste, pois foi justamente nos funerais de nossa Tia Maria Rafaela, que uma semana após o contato telefônico que mantive com o seu neto, o grande amigo Ariano de Paiva Rodeghiero viera a falecer.

Grande Ariano vai ficar em minha memória aquela imagem do Sargento “magrão” que sempre estava de óculos de sol Ray-ban, um exemplo de militar quanto profissional, educado, competente e amigo, que fora integrante de um dos Batalhões Suez, que prestavam serviço para às Nações Unidas na Faixa de Gaza.

Uma das pessoas que guardo grandes recordações dos bons tempos que servimos na mesma seção do mesmo Regimento.


Mesmices







Certa vez assistindo uma entrevista na televisão, cujo entrevistado era o primeiro e único play boy brasileiro  Jorge Guinle (1916-2004), mais conhecido como Jorginho Guinle, ouvi dele a seguinte frase, a qual sito em meu livro “A Grande Mentira”:

     “Há dois mil anos a igreja nos aporrinha”.


Isto me fez pensar muito sobre o papel da igreja na vida das pessoas e compreendi o quão nefasta é a ingerência das igrejas na vida de um cidadão.


Obviamente não fiz como a maioria absoluta que em tudo acredita e fui em busca de mais e mais informações sobre o assunto.


Incrivelmente fui deparando com muitos absurdos. Absurdos levados pela falta de conhecimento das pessoas. Pela necessidade patológica de ter em que se agarrar, mesmo que isso seja pura e patética ilusão.


Essas simplesmente não querem ouvir nem ver o outro lado.



Simplesmente enterram a cabeça, pois para elas tudo está explicado através das diferentes religiões. Lembrando que todas elas se dizem as verdadeiras, se dizem o caminho.


Entretanto as pessoas mais atiladas não ficam "no ora vejas" e vão atrás de informações.

Muitos e muitos livros li sobre esses assunto tão envolvente. Envolvente pois nada se prova, porém existe uma ânsia muito grande em querer provar o improvável, construindo templos suntuosos, enchendo a paciência com cultos obscurantistas na televisão, o que confirma a frase de Jorginho “a igreja a dois mil anos nos aporrinha”, o que é verdadeiro, pois tratam a todos como dementes, tararacas e obtusos. Haja visto a cegueira que certos “religiosos” vivem. Verdadeiros robôs, entorpecidos, iludidos, demenciados, que não dão um espirro sem pedir permissão ao ladino guia espiritual.



E se dizem inteligentes, porém não são capazes de pensar por si, não são capazes de decidir por si. Nada fazem sem a permissão do seu guru.


Porém aos que tem uma mente aberta, inteligente e cheia de vontades eu poderia indicar uma ou duas centenas de livros, porém hoje vou indicar apenas um. E sei que pessoas ávidas em conhecimento e livres de ranços religiosos ao lerem esse livro muito de suas dúvidas balançarão, pois é uma leitura fácil e simples de ser entendida.



Chama-se “Razão X Religião, A história da matéria e do espírito”, do Doutor Omar Ferri.



Saia da mesmice e enfrente um novo desafio, o de deixar o ranço de lado e veja as coisas por outro viés.


Vais encontrar na contracapa deste livro o seguinte pensamento de Eduardo Bastos de Albuquerque, Doutor e Livre Docente em História e Professor de História das Religiões da Universidade Estadual Paulista - UNESP.

O que a religião interpreta como Deus, seus críticos interpretam como ilusão. O que a religião interpreta como escritura sagrada, os críticos interpretam como invenção humana. O que a religião interpreta como tradições divinamente ordenadas, os críticos interpretam como sistemas de repressão e dominação. O que a religião interpreta como liberdade, os críticos interpretam como falsa segurança.

Uma boa leitura e veja que nem tudo que reluz é ouro.