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sábado, 31 de março de 2012

Dia 31de Março, Véspera do Dia dos Bobos.


             
Hoje faz 50 anos que um grupo de ensandecidos e carniceiros derrubou um governo democraticamente eleito e mergulhou o meu país em um atoleiro.
             
Ninguém tinha direitos, pois a constituição fora rasgada e jogada no lixo.
             
E todos andavam cabisbaixos, olhando para o chão como uma cordeirada indo para a sangria.
             
Muitos equivocados enaltecem uma indigna ditadura, indigna como todas as outras ditaduras.
             
E o que mais faz doer é que os perseguidos por aquele regime fascista foram os que transformaram o Brasil na sexta maior economia do mundo, superando o Reino Unido. Transformaram o Brasil numa potência mundial reconhecida por todos os estrangeiros, e somente uma pequena parcela de brasileiros derrotistas, pessimistas e rançosos não vê ou acompanha esta verdadeira revolução pela qual estamos passando.
            
O Brasil acordou, a maioria dos brasilieros acordou, porém os saudosistas ainda estão dormindo.
            
Espero que ditadura nunca mais aconteça em meu Brasil e que os intolerantes e hipócritas vejam que somente em democracias podemos viver em paz.
            
Hei! o Gigante acordou no berço esplêndido e caminha como nenhum outro em direção das cinco maiores economias do mundo.
            
Mas para lá chegar depende de cada um. Cada um deve sair do marasmo e não ficar pelos cantos só reclamando.
            
Faça!
            
Estude!
            
Trabalhe!
            
Pois neste país só não trabalha quem não precisa, não tem uma profissão ou é vagabundo.

Só o amor o derrotou.

             Pelos bolichos da campanha.
             Mateando e tomando canha.
             Aos grupos fanfarreando.
             Em prosas vão levando.
             Suas vidas em alvoroço.
             No truco ou jogando osso.
             Entre a fumaça do paiêro.
             Passam assim o dia inteiro.
             Quando não há labuta.
             Vida árdua de quem luta.

            Na mão um belo naco.
            Do mais forte tabaco.
            Picando com a carneadeira.
            Xerenga, velha companheira.
            Que nunca o deixa na mão.
            Está sempre em prontidão.
            Na vida dando manotaço.
            E no buchincho, simbronaço.
            Nas lutas se fez haragano.
            Lutando com qualquer paisano.

           Velho taura, peleador.
           Que desde piá foi domador.
           Ladino e matreiro.
           Nunca fugiu do entreveiro.
           Na daga ou truviscando o relho.
           Teve o pai como espelho.
           Quera que morreu pisoteado.
           Por um bagual aporreado.
           Padeceu em seu calvário.
           Nas terras lá de Rosário.

           Hoje solito vai levando.
           Dor de vida vai passando.
           Mas esta também domou.
           No ferro e fogo moldou.
           Mas da indiazita não esqueceu.
           Tormento que abateu.
           Uma ferida sempre a doer.
           Do antigo bem querer.
           Que por outras sendas rumou.
           E só o amor o derrotou.

Diversidade Racial

             
Muitas teorias, das mais estapafúrdias, já foram apresentadas para explicar o surgimento do homem. Desde a pueril e inverossímil fábula do boneco de barro, que muitas pessoas, até de boa formação intelectual ainda acreditam, uma fábula que bem mostra a ignorância em que vivia o povo que a inventou há milhares de anos, até as mais descabidas teorias, apresentadas pelos “antropólogos” nazistas, que afirmavam serem todas as raças descendentes dos “arianos”, que além de extremamente racistas, eram também extremamente burras, sem nenhuma base científica.
            
Sabe-se hoje, segundo os últimos achados e estudos antropológicos que toda a humanidade, não só tem um pé na África, bem como afirmam os geneticistas, o seu código genético. Os primeiros representantes da ESPÉCIE HUMANA surgiram naquele continente e ao longo de milhares de anos, em sucessivas ondas migratórias ocuparam parte da Ásia e Austrália, e foram sofrendo, ao longo desta caminhada, que se conta em centenas de milhares de anos, um processo de mutação que redundaria nesta grande profusão de raças hoje conhecidas em todo o mundo. Seus descendentes já modificados fisicamente ocuparam após a Europa, o resto da Ásia e a América e que cruzam entre si, pois sua origem genética é a mesma, o que possibilita o surgimento de descendentes não híbridos, como acontece com outras espécies animais.
             
Neste universo, podemos encontrar diversas raças. Para tal basta analisar alguns quesitos reconhecidos pela ciência como: dimensões físicas, tronco, braços, cabeça; cor da pele, dos olhos, dos cabelos; forma do rosto, do nariz, das pálpebras, etc. Não se faz necessário ser um antropólogo, ou ter uma cultura refinada para notar as extremas diferenças físicas existentes entre os aborígines australianos, uma das raças mais antigas que povoam a Terra, e os finlandeses, os chineses ou os gregos, e ao mesmo tempo a parecença que há entre os povos pré-colombianos e os do extremo oriente.
              
Entretanto, vejo como um ranço racista, estes que se apresentam como defensores da teoria da “raça humana”, como se não existisse nesta colcha de retalhos que é a humanidade, tipos humanos diferentes que formam as diversas raças. Ou seja, a Espécie é Humana dividida em varias Raças. Dizer que a raça é humana é pontuar pela hipocrisia ou pelo desconhecimento. Temos sim, que aceitar a divisão da humanidade em raças, mas lembrar sempre que fazemos parte da mesma espécie, pois seria um tédio se todos fossem iguais.
             
Estes mesmos que defendem esta idéia totalmente na contramão da antropologia são os mesmos que querem leis de igualdade racial. Ora se querem uma lei de igualdade racial é porque admitem a existência de raças, o que é um contrassenso, pois se houvesse apenas uma raça humana por que então a igualdade racial, todos já seriam iguais.
             
Da mesma forma, estes mesmos rançosos, que afirmam ser toda a humanidade uma só raça, defendem a idéia de quotas (ou cotas) raciais nas Universidades. O que podemos notar ser também, um incrível e inexplicável contrassenso, pois voltam a admitir diferentes raças.
           
No Brasil, a fantástica miscigenação racial está formando uma nova linhagem, onde as raças, branca, negra e índia, convivem de forma quase harmônica, pois a maior fonte de discriminação não está nas questões antropológicas, pois nenhum afetado se negaria de almoçar ou receber a visita de Pelé ou Will Smith e sim na questão social, é aí que encontramos a verdadeira discriminação, a pobreza.
            
Obviamente índios, pardos e negros ainda compõem a imensa maioria dos menos privilegiados socialmente. Entretanto estas leis e quotas são uma das principais fontes de descontentamento, haja visto o número de processos que correm na justiça, para rever o ingresso de muitos nas Universidades, beneficiados por estas quotas e que não tiveram o mesmo aproveitamento de outros que foram alijados deste ingresso, mesmo com pontuação muito superior.
            
O mineiro Milton dos Santos, falecido geógrafo, professor em grandes Univer-sidades, não só nos Estados Unidos da América e Canadá, como na Europa, onde o racismo é muitíssimo maior do que aqui, não precisou de quotas para se tornar um dos mais respeitáveis doutores negros do mundo, assim ocorreu com diversos outros doutores que foram Governadores de Estado, como o Advogado Alceu de Deus Collares, no Rio Grande do Sul ou o Engenheiro Albuíno Cunha de Azeredo, no Espírito Santo; Juizes, como o Doutor Joaquim Benedito Barbosa Gomes, Ministro do Supremo Tribunal Federal; Advogados, como o competente Advogado, ex-Delegado de Polícia, Juiz aposentado e ex-Prefeito de Sapucaia do Sul, Luiz Francisco Corrêa Barbosa; Médicos; Oficiais da Forças Armadas, todos com curso superior e Professores, também formados em Universidades, dos quais tenho a maior honra de ser colega.
           
Muitos são os negros e índios que acham ser este sistema de quotas uma verdadeira esmola, uma maneira velada de dizer serem eles incompetentes, o que não são, pois não precisam dela, são intelectualmente iguais a qualquer outro, basta-lhes apenas reconhecimento e não remendos nas leis.
           
Não vamos fazer do Brasil uma ex-África do Sul, cheio de leis segregacionistas, “este pode, aquele não pode”, não vamos criar o ódio, vamos conviver fraternamente, numa sociedade onde todos, negros, pardos, índios, brancos loiros, brancos morenos, orientais, enfim, todos os matizes que compõem a sociedade brasileira, sejam iguais perante as leis, e que ninguém se beneficie de leis que venham a excluir outros.
           
Esperemos que as autoridades revejam esta questão das quotas, e se elas permanecerem, que seja por nível social, onde o Brasil é um dos campeões mundiais nesta diferença abissal entre ricos e pobres e não pela cor da pele, cor dos olhos ou de outros traços físicos sem importância para uma convivência civilizada e harmônica.

                                                    

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cobrinha


             
Nesta foto vemos a família de Waldemar Grauch,  rio-grandenses de origem alemã, em sua fazenda que estava sendo aberta no município de Itaporã, bem perto de Dourados no Estado do Mato Grosso do Sul.
             
Eles haviam encontrado esta pequena sucuri em um “corguinho” que aqui no Rio Grande é chamado de arroio, em sua propriedade.

PCB - Parabéns Pelo Seu Aniverário


             
Em 25 de março de 1922, uma reviravolta assustaria toda uma elite burra, arcaica e frívola que tínhamos no Brasil. Naquele dia, há 90 anos surgia o primeiro Partido operário do país e o primeiro partido com características nacionais, pois os que até então existiam eram partidos regionais, que atendiam aos interesses de caudilhos locais, e que mantinha o povo no atraso e na fome.
           
Era fundado em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro o PCB – Partido Comunista Brasileiro. E Seus fundadores foram:

               Manoel Cendon, Joaquim Barbosa, Astrogildo Pereira, João da Costa Pimenta, Luís Peres e José Elias da Silva, vemos sentados Hermogênio Silva, Abílio de Nequete e Cristiano Cordeiro, entre eles estavam operários, barbeiro e alfaiate, homens simples, homens do povo, sendo que Abílio de Nequete era um espírita, o que desfaz a rançosa propaganda anticomunista de que todos são ateus. Como se ser ateu fosse defeito.

             
O surgimento do PCB foi uma das maiores realizações dentro do Brasil, um país extremamente atrasado, onde uma elite rural mandava e desmandava, onde seus políticos faziam parte desta elite burra, mestiça como o povo, mas arrogante e mandonista.
            
Foi um balde de água fria no que era apelidado de política partidária e isto assustou esses demagogos, ao ponto de começar uma perseguição acirrada contra o Partido Comunista, com prisões, assassinatos e principalmente mentiras. Muitas mentiras, que até hoje ainda são veiculadas por uma imprensa ligada aos setores abastados e reacionários e mesmo por ignorância junto ao povo, ao ponto de a palavra comunista ou comunismo soar mal aos ouvidos dos despossuídos de inteligência ou a esta ainda elite reacionária e fascista que pouco se importa com o povo brasileiro. Não me refiro ao governo, mas a essa nata viscosa que permeia a sociedade.
           
O 25 de março de 1922 é o verdadeiro divisor de águas na história partidária brasileira.
           
E para que se tenha noção da grandeza e do valor dos militantes comunista, basta o povo saber que ao movimento comunista pertencem e pertenciam mulheres e homens ilibados, probos e corretos como Oscar Niemeyer, Mário Lago, Geraldo Milani, Jorge Amado, Luis Carlos Prestes, Vicente Real, Zelia Gattai, Ana Montenegro, Monteiro Lobato, Vanessa Graziotin, João Saldanha (ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol), Charles Chaplin, José Saramago (P.C. Português), Cândido Portinari, Pablo Neruda (Chileno-Prêmio Nobel de Literatura), Pablo Picasso (pintor espanhol filiado ao PC Frances) e tantos outros.
              
Um citaria em particular como um exemplo de homem correto, coerente, ilibado, honrado, que militou sempre em defesa da população pobre e oprimida, o radialista rio-grandense, conhecido por sua voz inconfundível, militante do PCB por muitas décadas, LAURO HAGMANN, grande LAURO, amigo que sempre carrego na lembrança e cito como um verdeiro comunista e cidadão acima de tudo.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Gagachopa Guguguéia

            
Um ex-colega de serviço, chegou em nosso local de trabalho trazendo em uma caixa de sapatos, um pequeno animalzinho, que havia encontrado abandonado no condomínio onde morava e sem saber o que faria deu-me de presente.
            
Levei o bichinho, pouco maior que uma caixa de fósforos, e passei o alimentar com leite dado em um conta-gotas.
            
O trabalho que tive, levantando-me diversas vezes durante a noite para alimentá-lo, foi de certa forma recompensado, e o animalzinho cresceu e tornou-se grandinho e meus filhos tratavam-no tão bem que até o seu cheiro natural e fedido terminou.

            
Na foto podemos ver dois de meus filhos Monica com sua coelha preta ao colo, ao centro e Franco, com seu cachorro o Lino, tendo sobre a cabeça a Gagachopa Guguguéia, a bela e cheirosa gambazinha. Ao lado de minha filha uma menina com os gatos Mafeguinho e Pitchaca.
           
Infelizmente a linda gambazinha teve contato com gambás da natureza, pegou alguma doença e veio a morrer. Fiz de tudo na tentativa de salvá-la, mas infelizmente, animais que de uma ou outra maneira são retirados de seu meio tornam-se vítimas fáceis de doenças. E o que é pior, vejo em nossas estradas um número imenso de gambás que são atropelados propositalmente por animais que dirigem automóveis, animais que se dizem criaturas de deus. Imbecis causadores de tantas destruições em nosso mundo, frágil mundo que está sendo terminado por esse ser que se acho no direito de matar, destruir, acabar com tudo, pois infelizmente pertencemos a pior espécie de animal. Único animal que mata por prazer.

O Cuca

                  
Em 1976 visitava Itiquira, no Estado do Mato Grosso e a tarde passava por uma de suas ruas, sem calçamento daquela então pequenina e pobre cidade e vi uma menininha cercada por vários cachorros que brincavam no meio da rua.
                 
Um animal chamou minha atenção, pois brincava também em meio aos cachorros, saltando e dando cabeçadas na guaipecada, era um veadinho campeiro.
                 
Parei o carro e falei com a menininha, perguntando se ela não gostaria de vender-me o seu animalzinho de estimação.
                 
A menininha correu até sua, sendo seguida pelo veadinho e pelos cachorros, voltando logo após com sua mãe.
                
Feliz da vida a senhora pediu pelo animal, vinte e cinco cruzeiros, que era um bom dinheiro para a época, e eu consternado com a menina, dei-lhe cinqüenta cruzeiros.
               
Alegre e com os olhinhos brilhando a menina passou as mãos de sua mãe aquela quantia de dinheiro que para ambas era muita grana, muito pila.
               
Eu tinha em mente outra coisa para o animalzinho, a de reintroduzi-lo à natureza.

               
Fiz uma viagem de mais de novecentos quilômetros com o animalzinho dentro de uma grande caixa de tela que um marceneiro na cidade de Rondonópolis fez a meu pedido, e lá rumei de volta para casa na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul.
               
Por um mês, Cuca como fora apelidado por Franco, meu filho mais velho que na época contava pouco mais de um aninho, ficou em nossa casa, sendo bem tratado e bem alimentado.
               
Um belo dia fomos até a cidade de Itahum, visitar o grande amigo Adi Fortes, velho taura, legítimo Gaúcho, de gadelhas compridas, azuladas de tão negras e pele cor de cuia, típica dos missioneiros, natural de São Luís Gonzaga e que era o capataz da Fazenda Campo Triste, pertencente a outro rio-grandense de origem alemã, chamado Lauro Dieling.
               
A ele, Adi Fortes dei de presente o Cuca, dizendo que o aquerenciasse preso e bem alimentado e depois de acostumado com a casa o deixasse livre e solto, para ver se o animalzinho por sua conta fosse viver livre como nascera.
                
Passado pouco mais de um mês, o Cuca, avistou um bando de veados da mesma espécie, a esse grupo se juntou e nunca mais foi visto. Seguiu seu caminho, o caminho que a natureza escolheu para cada espécie e que a animalidade humana destrói todos os dias.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Os Gaúchos

          Transcrevo abaixo parte de meu Livro, que em breve será publicado, espero.


              
                    RAÍZES X IDEOLOGIA
                   
                   
Grandes homens e mulheres como o povo em geral, de diferentes níveis culturais e sociais, confundem o Gaúcho com o rio-grandense do sul, afirmando que todos são Gaúchos.                       
                  
Tem por aí muitas sumidades, cientistas, antropólogos, historiadores, professores, mestres, doutores, tradicionalistas doutores e tradicionalistas não doutores e não historiadores fazendo trabalhos maravilhosos onde são analisados os marcadores uniparentais de herança materna e paterna, DNAs, mitocôndrias e tantas outras coisas complicadas para um ser culturalmente mais desenvolvido, quanto mais para os que não têm cultura alguma, para explicar o que é Gaúcho, entretanto o fazem estudando genérica e geneticamente os rio-grandenses do sul e não os verdadeiramente Gaúchos e aí afirmam que existem Gaúchos alemães, italianos, kaingangs e diabo a quatro.
                 
São trabalhos maravilhosos e complicados, mas são inócuos, não condizentes com a verdadeira origem deste povo. Povo que hoje é minoria em nosso estado, ou diria em vias de desaparecimento em algumas áreas e em outras deste meu Rio Grande do Sul sequer existem, restando ainda seus descendentes que carregam suas características físicas bem marcadas e muitos descendentes já miscigenados com outros povos.
                
Mesmo dentro de áreas tipicamente Gaúcha, como na própria Fronteira Oeste, Campanha e Missões, devido a intensa miscigenação e migração interna já observamos um grande número de indivíduos de características diferente das dos Gaúchos. Homens e mulheres mais brancos, loiros e outras características completamente diferentes e inclusive se identificando como alemães, italianos, árabes e outros.
                
Dos que ainda existem e trazem em seus corpos a característica dos antigos índios que habitavam as planuras argentinas, uruguaias e sul e oeste do Rio Grande do Sul, de biotipo marcante, são ainda encontrado nessa região e outros já espraiados pelos grandes centros, muitos dos quais nem sabem de suas origens.
                
Estão fazendo uma enorme confusão entre o ser, o ente, o indivíduo verdadeiramente Gaúcho com os que nascem ou nasceram no Rio Grande do Sul, esquecendo ou não sabendo que encontramos estes mesmos indivíduos conhecidos como Gaúchos dentro do Uruguai e da Argentina, que são omitidos nesses estudos acadêmicos, pois mesmo nas altas escalas intelectuais há um desconhecimento cego que ideologicamente foi implantado artificialmente no Rio Grande do Sul, o de chamar todos os aqui nascidos de Gaúchos.
              
Juntam a esse caldo inclusive etnias não presentes no ou na Pampa, que é o berço dos verdadeiros Gaúchos, como os kaingans, que são formadores, por encastiçamento com os portugueses, paulistas, mineiros e lagunenses do tipo físico chamado de Biriva e não do Gaúcho e outros que se quer brasileiros se consideram.


   
Para saber mais podem comprar este livro quande estiver nas bancas e livrarias. Antecipadamente: Muito Obrigado!

terça-feira, 27 de março de 2012

Pensamento do Dia

    

   

“Os bebês só não matam uns aos outros porque não lhes damos acesso a facas e revólveres. A questão não é como as crianças aprendem a ser violentas, mas como elas deixam de ser. A grande questão não é como as crianças aprendem a agredir, mas como elas aprendem a não fazer isto”.
Richard Tremblay
Pediatra e Psicólogo
Universidade de Montreal
      





Eu Vi e Ninguém Me Contou


          
Hoje, como sempre levantei ainda noite, madrugada fresca quando ainda caia uma garoa, sentei na cana e olhei pela janela de meu quarto e contemplando o gramado que se estende em frente pensei naquela chuva fina que gentilmente regava não só minha grama como minhas árvores, laranjeiras, limoeiros e uma gigantesca mangabeira, que este ano está com muitas, belas e suculentas mangas.
          
Beleza.
          
Após fazer as coisas normais que a maioria das pessoas civilizadas fazem após acordarem, passei em minha sala do computador, livros e uma tralha incrível de coisas que uso para minhas pesquisas e trabalhos, liguei meu computador e fui até a cozinha tomar um suco de uva. Geladinho e gostoso.
         
Com o copo na mão votei a minha mesa e acessei este meu blog e encontrei uma visita que muito me deixou alegre.
          
Fui visitado pelo PAULINHO.
          
Chuva, grama, árvores, suco de uva e uma visita de PAULINHO que teceu um belo comentário sobre o que escrevi em “Meu Mundo Inacabado, Destruído, Ignorado”.
          
Viajei no tempo e reportei-me ao ano de 1980, quando viajava lá do Mato Grosso do Sul para o Mato Grosso, ou seja, de Campo Grande para Rondonópolis e ao passar pela região chamada de Capim Branco, vi, talvez a sena mais dantesca de minha vida.
          
Estacionei o carro no acostamento, desci e chorei.
          
Não carregava nenhuma máquina para registrar o horror, mas isto ficou gravado a fogo me minha mente. Sem modéstia, mente privilegiada.
          
Um assassino, fazendeiro, capitalista, imediatista, para limpar os campos, como é uma prática comum naquela região e ninguém é punido por esse crime, ateou fogo ao capinzal.
          
O maldito sequer deu atenção que era época de nidificação, onde milhares, dezenas de milhares ou centenas de milhares de pássaros, com seus ninhos cheios de filhotes tranquilamente proliferavam em paz.
          
Foram os pobres animaizinhos surpreendidos pelas chamas que a tudo devorava em uma frente que ultrapassava alguns quilômetros, e no desespero, no céu enfumaçado pude com o coração doído ver milhares de pássaros de várias espécies no desespero dando rasantes sobre o fogo na vã tentativa de salvar suas, centenas de milhares de filhotes e ovos que eram devorados pela bestialidade humana. Destruídos por amimais que se consideram humanos.
          
E dizem os dominados, dizem os “condutopatas”, que deus criou o homem para reinar sobre os animais. E nesta hora o tal ser supremo não mandou uma bela chuva para apagar a ferocidade humana. Uma chuva forte e não como a garoa que regou o meu gramado.
          
Há décadas acompanho a matança.
          
Estou perdendo a esperança.



segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma Fronteira Que Não Deveria Existir


             
Tu sabias que o Uruguai foi de 1821 a 1828 parte do território brasileiro, com o nome de Província Cisplatina,tanto no Periodo do Reino Unido como no do Brasil Império,
             
Porém sou pela livre determinação dos povos, se isso eles escolheram devemos respeitar, mas isto não muda o meu grande amor que tenho pelo Uruguai, para onde rumo seguidamente.
             
Uruguai querido, irmãozinho do coração, afinal minha família deve muito a esse país. Meu avô materno José Luiz Pereira de Castro é de lá, muitos primos são filhos do uruguaio Inocêncio Nuñes, de apelido Tranquilo (Trankilo), minha mulher é neta de Pio Aurélio de los Santos, nascido em Paysandu e minha sobrinha Lúcia Adriana, hoje morando no estado de São Paulo casou com um uruguaio de nome Pablo e tiveram dois filhos Lucas e Mariana, também uruguaios.
             
Amo demais o Uruguai e no ano passado quando minha mulher Sandra e eu fomos a esse país levamos meu sobrinho Adriano, com mais de quarenta anos que foi testemunha de uma cena inusitada, bela e emocionante.
             
Conversávamos com um policial uruguaio e eu disse no desenrolar da conversa que achava que não deveria ter uma fronteira dividindo o Brasil do Uruguai, pois no fundo formavam  um mesmo país de mesma gente, de mesma origem ibérica, principalmente a Fronteira Oeste e Campanha, para nossa surpresa dos olhos do referido policial lágrimas sinceras e doídas rolaram por sua face.
             
Foi um momento comovente e via estampado no rosto daquele homem um sentimento que deveria ser a tônica de todas as relações, o sentimento de fraternidade, entretanto a brutalidade humana incita os países a se armarem e se odiarem.
              
Ei! Uruguai! Nós te amamos e te considero minha segunda Pátria.

domingo, 25 de março de 2012

As Sete Meninas de Pelotas

          
Era o ano de l965, passeava pela praia do Laranjal em Pelotas e avistei estas sete meninas tomando banho de sol e alegres conversavam nesta mesma posição.
          
Achei que seria uma bela foto, para a época.
          
Época do preto e branco.
          
Perguntei de longe se poderia delas bater uma foto, com uma moderna máquina Rolleiflex, as sete meninas concordaram e sorriram cada qual com o mais belo sorriso.
          
Foi a mais linda foto que fiz em minha vida.
          
Com carinho e hoje com respeito a essas sete senhoras, guardo muito bem esta fotografia, pois ambas as sete meninas eram de uma graça e beleza que encantavam.
          
Isso foi há quase cinqüenta anos.
          
Onde andarão essas menininhas.
          
O tempo passou e nunca mais as encontrei.
          
Com carinho e total respeito às coloco neste blog.      
       
Foi uma época de encanto, encanto até ingênuo. Em uma época que as coisas eram bem diferentes e havia respeito e as pessoas eram educadas. Não como hoje que cada um vive a sua vida, ignorando quem está ao lado. Passando por cima com brutalidade, maltratando, odiando, agredindo.
          
Felizes foram os jovens de minha geração, eram cultos, respeitosos e educados.

Porto Alegre, Uma História Mal Contada


          
Bem no início dos anos 70, a imprensa divulgou uma ação policial, ao lado do Palácio do Comércio, entre a Julio de Castilhos e a Mauá, onde dizia que o brigadiano de tal, havia matado um homem negro de seus 50 anos com um tiro e que a bala entrou no peito e saiu pelas costas, e que o morto estava armado.
          
E tal policial militar havia assim procedido em legítima defesa.
          
Vivíamos em tempos duros de ditadura, onde se fazia e acontecia sob a capa escura do desmando e da injustiça, em nome e em prol do capitalismo, do modelo estabelecido pelos americanos.
          
Havia a pouco deixado as fileiras do Exército, onde permaneci por alguns anos, e exercia na época meu primeiro serviço civil.
         
Naquela noite, rumava para casa a bordo de um ônibus da Companhia Carris e assisti a menos de 10 metros um assassinato cruel e descabido.
         
Na verdade o pobre homem negro, calçando velhos chinelos de dedo, sem muita agilidade tentava fugir da polícia.
         
Os dois jovens policiais bastavam correr um pouco para alcançá-lo, mas para quê, se uma bala vai bem mais rápido. E foi o que fez um dos jovens brigadianos. Levantou seu revólver e sem dó nem piedade atirou pelas costa, matando o infeliz.
         
Matou-o por ser um delinqüente, ou por ser pobre e negro?
         
O contrário foi atestado e o laudo pericial apontou que o tiro foi dado pela frente do infeliz.
         
Chocado, relatei a uma autoridade policial o que havia testemunhado, mas essa me aconselhou a não mexer no caso, pois eu poderia me transformar de testemunha em próxima vítima.
         
Jovem e confuso há pouco tempo fora da farda e sabendo o que acontecia nos quartéis, nas masmorras da ditadura, onde vi muitos serem presos e sabia das torturas que aconteciam a quem pensasse diferente, calei e isso me acompanha até hoje como um pesadelo, onde vejo o covarde policial a menos de seis metros da vitima levantar com naturalidade a arma e disparar certeiramente as costas do infeliz que caiu a poucos metros da esquina da Mauá.
         
Com o tempo e com o amadurecimento fui então mudando minha visão de mundo. Sou sim a favor de leis duras contras delinqüentes, sejam eles quem forem, pobres, ricos, traficantes, assassinos, estupradores, políticos e funcionários públicos corruptos.
          
Porém sou e serei sempre contra a covardia e a mentira, dois males que me parecem ser para muitos motivo de glória.
         
Sou e serei sempre a favor de bons, treinado e honestos policiais, porém serei sempre contra a chamada banda podre da polícia, pois são bandidos fardados que ganham seus salário pagos pelos nossos impostos e agem como marginais.
          
O bom profissional não precisa ser mal educado, prepotente muito menos truculento, basta ser também cidadão e respeitar quem lhes paga o salário, que são pequenos para quem anda nas ruas pondo suas vidas em riscos, pois os de gabinetes são bem pagos.
          
E que todos me perdoem, pois calei.

sábado, 24 de março de 2012

Meu Mundo Inacabado, destruído, ignorado.


                             Construía meu mundo, mas pelo cansaço parei.
                             Construía meu mundo, mas era tarde, cansei.
                             Cansei de tentar construir um mundo melhor.
                             Cansei de ver cada dia pior.
                             Mas o meu mundo não só é meu.
                             É de todos e meu mundo sofreu.
                             Dói meu coração.
                             De ver acabar a ilusão.
                             Sem ter um mundo feliz.
                             Com flores, luz e chafariz.
                             Com borboletas, e rouxinóis.
                             Com pedras, cascatas e caracóis.
                             Repleto com gente, mas estou só.
                             E hoje este meu mundo dá dó.
                             De ver morrer a esperança.
                             Ver no mundo tanta matança.
                             Queimarem florestas e animais.
                             Matando árvores, matando pardais.
                             Meu mundo está realmente morrendo.
                             E muitos sequer nada fazendo.
                             Fazer o que? Se tempo não dá.
                             O tempo se foi, foi muito pra lá.
                             A esperança morreu.
                             O rio limpo secou.
                             O campo verde queimou.
                             O clima mudou.
                             A brisa não sopra serena.
                             A manhã não é mais amena.
                             E a mãe natureza sentenciou.
                             O homem ao fim condenou.
                             Chorar não adianta.
                             Não fará crescer mais a planta.
                             Esbravejar pouco ainda.
                             Pois é tarde e a tarde finda.
                             A noite escura chegou.
                             O dia cansado passou.
                             Sonho com o degelo.
                             Das calotas em pesadelo.
                             Do urso com fome que morre.
                             Da corça que pelo bosque não corre.
                             Pare tudo que eu quero descer.
                             Da Terra que vai morrer.
                             No abismo profundo.
                             Do sono de um vagabundo.
                             Das armas da soldadesca.
                             Da explosão gigantesca.
                             Da criança com fome que chora.
                             Do pobre que esmola implora.
                             Pare.
                             Pare.
                             Pare.
                             Pois o meu mundo.
                             Não é mais o meu mundo.
                             O meu mundo da fumaça.
                             Do frio que vem e não passa.
                             Do calor abrasador.
                             Do infeliz pescador.
                             Que no lago se afogou.
                             Pois peixes não encontrou.
                             Os tolos rezam por salvação.
                             O futuro não tem solução.
                             Muitos hão de ver.
                             O que vai acontecer.
                             Não adianta esbravejar.
                             Muito menos rezar.
                             O mundo anda mesmo assim.
                             Para o seu inexorável fim.
                             A flor murchou.
                             A alegria cessou.
                             Sozinho eu estou.
                             E meu mundo?  

                              Meu mundo acabou.