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terça-feira, 13 de março de 2012

Presidenta ou Presidente

       

Para sanar as dúvidas, já que circula na Internet uma explicação dada por alguém, não sei se estudante da Universidade do Paraná que por total desconhecimento afirma estar errada a forma Presidenta, e exemplifica com as palavras estudanta, pacienta, videnta e outras.
            
Entretanto quanto ao emprego desta ou daquela forma de referir-se a um presidente do sexo feminino podemos usar uma ou outra forma.
            
Presidenta trata-se de um neologismo, que começou a ser popularizado com a ascensão ao poder da nossa primeira mulher a exercer esse cargo no Brasil.
            
Havia, mas não era comum usar tal forma o que já era encontrada em alguns dicionários, como no Dicionário Houaiss ou Aurélio.
            
Porém tanto uma como outra maneira de escrever ou falar está correta.
            
Não porque se deva escrever o feminino terminando em “a”, como é o caso de doutor (a), senhor (a) senador (a), etc., pois tais palavras terminam em “r” o que não é o caso de presidente.
            
Tal neologismo tem suas raízes no fato de tanto em Portugal como na Espanha usarem para o feminino de infante, “infanta”, para designar a filha de um rei sem direito de herdar o trono, tanto ela a infanta quanto ele o infante, já que o trono é por linhagem destinado ao primogênito.
           
Tal forma de referir-se a presidente não é unânime deixando em suspenso uma pergunta.
                           
Se para designar o feminino ou masculino necessariamente usar-se-ia o “a” ou o “o” como ficariam os casos de dentista, artista, machista, jornalista e outras. 
            
O que têm em comum as palavras inteligente, vivente, tenente, paciente, negligente, estudante, pedinte, agente, fluente, gerente, caminhante?
            
Tem em comum a terminação “nte” de origem latina.
             
Esta terminação ocorre no particípio do presente de verbos portugueses, espanhóis e italianos. Essas palavras têm normalmente formas fixas e são exatamente iguais tanto no masculino quanto no feminino.
             
Em alguns casos ocorre raríssimamente a transformação do “nte” para “nta” como no caso de infante e parente, onde se pode usar infanta, e parenta, formas exclusivamente femininas e não obrigatórias.
            
Outro desses casos é o de presidente, o que não é obrigatório usar, apesar de já estar incorporado ao uso de alguns.
             
Do ponto de vista lingüístico pode-se até usar, mas não há necessidade, pois a língua não expressa somente razões lógicas, expressa também razões éticas e sociais, uma forma amena de tratamento como tantas outras já dicionarizadas.
             
Usar presidenta não está errado, entretanto, ninguém usa genetriz, em lugar de genitora, pois é uma forma até pernóstica de referir-se a mãe.
             
Muitos, inclusive, o que é comum, usam progenitor ou progenitora para identificar o pai ou a mãe, entretanto progenitor quer dizer avô, enquanto que progenitora identifica a avó, já que mãe é genitora e pai é genitor.
             
Há palavras em desuso, como no caso “genetriz” e há os casos que maculam o vernáculo como certos neologismos como “mortandela” no lugar de mortadela, alho-poró em vez de alho-porro, pois ambas são de uso comum entre pessoas até de bom desenvolvimento intelectual e tantas outras.
             
Há dois casos passiveis de nota;
             
Imperatriz, tanto  é a mulher que impera quanto a esposa do imperador.
              
Já no caso de Embaixadora é a mulher que exerce a função diplomática junto a outro país, enquanto que a embaixatriz é simplesmente a esposa do Embaixador.

                               Presidenta ou Presidente Cristina da Argentina.

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