Para sanar as dúvidas, já que circula na Internet uma explicação dada por alguém, não sei se estudante da Universidade do Paraná que por total desconhecimento afirma estar errada a forma Presidenta, e exemplifica com as palavras estudanta, pacienta, videnta e outras.
Entretanto quanto ao emprego desta ou daquela forma de referir-se a um presidente do sexo feminino podemos usar uma ou outra forma.
Presidenta trata-se de um neologismo, que começou a ser popularizado com a ascensão ao poder da nossa primeira mulher a exercer esse cargo no Brasil.
Havia, mas não era comum usar tal forma o que já era encontrada em alguns dicionários, como no Dicionário Houaiss ou Aurélio.
Porém tanto uma como outra maneira de escrever ou falar está correta.
Não porque se deva escrever o feminino terminando em “a”, como é o caso de doutor (a), senhor (a) senador (a), etc., pois tais palavras terminam em “r” o que não é o caso de presidente.
Tal neologismo tem suas raízes no fato de tanto em Portugal como na Espanha usarem para o feminino de infante, “infanta”, para designar a filha de um rei sem direito de herdar o trono, tanto ela a infanta quanto ele o infante, já que o trono é por linhagem destinado ao primogênito.
Tal forma de referir-se a presidente não é unânime deixando em suspenso uma pergunta.
Se para designar o feminino ou masculino necessariamente usar-se-ia o “a” ou o “o” como ficariam os casos de dentista, artista, machista, jornalista e outras.
O que têm em comum as palavras inteligente, vivente, tenente, paciente, negligente, estudante, pedinte, agente, fluente, gerente, caminhante?
Tem em comum a terminação “nte” de origem latina.
Esta terminação ocorre no particípio do presente de verbos portugueses, espanhóis e italianos. Essas palavras têm normalmente formas fixas e são exatamente iguais tanto no masculino quanto no feminino.
Em alguns casos ocorre raríssimamente a transformação do “nte” para “nta” como no caso de infante e parente, onde se pode usar infanta, e parenta, formas exclusivamente femininas e não obrigatórias.
Outro desses casos é o de presidente, o que não é obrigatório usar, apesar de já estar incorporado ao uso de alguns.
Do ponto de vista lingüístico pode-se até usar, mas não há necessidade, pois a língua não expressa somente razões lógicas, expressa também razões éticas e sociais, uma forma amena de tratamento como tantas outras já dicionarizadas.
Usar presidenta não está errado, entretanto, ninguém usa genetriz, em lugar de genitora, pois é uma forma até pernóstica de referir-se a mãe.
Muitos, inclusive, o que é comum, usam progenitor ou progenitora para identificar o pai ou a mãe, entretanto progenitor quer dizer avô, enquanto que progenitora identifica a avó, já que mãe é genitora e pai é genitor.
Há palavras em desuso, como no caso “genetriz” e há os casos que maculam o vernáculo como certos neologismos como “mortandela” no lugar de mortadela, alho-poró em vez de alho-porro, pois ambas são de uso comum entre pessoas até de bom desenvolvimento intelectual e tantas outras.
Há dois casos passiveis de nota;
Imperatriz, tanto é a mulher que impera quanto a esposa do imperador.
Já no caso de Embaixadora é a mulher que exerce a função diplomática junto a outro país, enquanto que a embaixatriz é simplesmente a esposa do Embaixador.
Presidenta ou Presidente Cristina da Argentina.
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