Uma das mais incorretas e infundadas histórias bíblica é a tal lenda de uma torre chamada Babel. Uma lenda que perpassa o tempo, entretanto se tal tivesse sido construída não chegaria a lugar nenhum, mesmo que ela fosse de centenas de milhões de metros de altura.
E se tal tivesse sido construída, teria ruído por falta de conhecimento de engenharia e não por um castigo supostamente divino. Basta pensar, o que grande parcela da humanidade não faz, pois se fizesse não se deixaria guiar por historinhas tão bobas e inverídicas.
Além de ingênuo é um até hilariante relato, permeado de incorreções e de simplórias citações contraditórias. Poderia até afirmar ser um pueril conto, uma infantil fábula engendrada por quem não tinha a conhecimento maior do que de uma criança de cinco ou seis anos de nosso tempo.
Pois são relatos inventados por quem não tinha conhecimento científico de como os idiomas surgiram e como vão se transformando.
A cada momento os idiomas estão sofrendo alterações, tanto que algumas mentes “privilegiadas” transformaram por lei o nosso sistema de escrever, o que mais atrapalha do que ajuda, pois somos a maioria que fala o português, portanto os outros, minorias inegáveis, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Timor Leste, Angola, Moçambique e até mesmo Portugal é que deveriam se adequar ao nosso modo de escrever, se quisessem e não o contrário como ocorreu.
Há um distanciamento tão grande entre o português do Brasil e o de Portugal que filmes portugueses são legendados ou dublados, livros são traduzidos e entrevistas também são legendadas, como acontece com as coisas brasileiras em Portugal.
Tanto atrapalha que a palavra “quera”, não se pronuncia “kéra” e sim “cuéra”, porém poucos ao lerem esta, pronunciarão corretamente devido a falta do “trema” e quem faz a língua é o povo que inventa, distorce ou modifica palavras e não decretos, que jamais barrarão essas modificações dos idiomas.
Quera é do gauchês e significa indivíduo destemido, valente, forte.
Segue-se um trecho de meu livro “A GRANDE MENTIRA”.
“A esmagadora maioria das línguas que hoje são faladas no mundo, não existiam sequer a dois mil anos atrás, tanto é que os idiomas francês, italiano, romeno, espanhol, português, catalão, galego, occitano (provençal e outros), dalmático (extinto), entre outros, derivaram do latim, e por isto são chamados neolatinos, quiçá há quatro ou cinco mil anos.
A origem do latim remonta aos tempos pré-históricos, mas apenas no terceiro século antes de nossa era surgiu como forma literária e com estrutura gramatical, mas foi no primeiro século, como foi convencionado, goela abaixo pela santíssima igreja católica, “a.C.”, (antes de Cristo), que se deu sua verdadeira consolidação.
O latim era o idioma falado primitivamente pelos povos conhecidos como latinos, que habitavam a parte central da Península Itálica, denominada de Latium (Lácio), onde encontramos a maravilhosa Roma, das sete colinas, Palatino, Aventino, Campidoglio, Quirinole, Viminale, Esquilino e Célio. Capital italiana. Cidade da Loba, de Rômulo e Remo”.
Desta forma os idiomas vão se consolidando e se transformando, pois hoje o que se fala no Brasil, cujo idioma oficial veio para nossa terra com os navegadores portugueses, já se encontra tão modificado que está bem diferente do que para cá foi trazido.
Alguns portugueses dizem e com propriedade que o idioma que falamos é o brasileiro e não o português. Concordo, só diria – brasilês.
Essas transformações se dão de diversas maneiras:
Vejamos um exemplo de um dicionário:
Ficou bem claro que o alho se chama porro, ou seja, alho-porro, som fechado (pôrro) e não alho-poró, conforme nos encontramos em revistas de culinária, nos menus de restaurantes e nos programas culinários das emissoras de televisão, inclusive foi usada essa expressão erradamente no Fantástico e no Mais Você da Rede Globo.
Dizem poró por acharem feio dizer porro.
Ora, porro o alho era esculpido no punho de uma bengala, que tomou o nome de porra, pois tal bengala trazia o alho-porro nela gravado. Tanto que dar uma porrada quer dizer bater, dar uma pancada forte, e tal pancada dava-se com a bengala chamada porra.
- “Bah, tche! O Seu Fulgêncio deu uma porrada no seu Isidoro.
Ou seja, o seu Fulgêncio bateu com a bengala no seu Isidoro.
Como, com o tempo porra passou a significar sêmem, e aí por uma moral hipócrita deixaram de escrever e falar alho-porro conforme encontramos nos dicionário e passaram por um artificialismo descabido ou por descabida ignorância a chamar de alho-poró.
É assim que os idiomas vão se transformando.
Em compensação, apesar dessa moral hipócrita, muitos continuam falando coitado ou coitadinho e não sabem que quer dizer fudido ou fudidinho, e ninguém se dá por conta, já que coitado provém de coito, e coito quer dizer relação sexual, junção carnal.
Muitas outras palavras estão em processo de transformação, outras desaparecerão e infinitas serão criadas.
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