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domingo, 22 de janeiro de 2017

Aportuguesar ou Abrasileirar.






Mesmo sendo graduado, e não sendo professor de língua portuguesa, sou apaixonado pela minha língua, tanto o português como e principalmente o Gauchês.


                                         Gaúcho, por quatro costados

               
Mesmo sendo brasileiro e gostar de escrever e falar em “gauchês”, este dialeto mui usual na Região da Campanha, Missões e principalmente na Fronteira Oeste de meu Estado, ou como aqui dizemos, da nossa República do Rio Grande do Sul o qual não deve ser confundido com os diferentes dialetos trazidos pelos alemão e italianos, lembrando que muitas são as palavras usadas pelos italianos que foram inventadas aqui no Brasil e que não existem na Itália, assim como alguns dialetos alemães falados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná que há muito tempo deixaram de existir na Europa, e são fontes de estudos para muitos especialistas que procuram fora da Alemanha conhecer como se falava nessa ou naquela região da hoje Alemanha, ou no caso do pomerano, muito usado aqui no sul do Brasil que não mais existe não só na Alemanha como e principalmente na Polônia, sou um homem que além de amar nosso idioma trazido pelos portugueses e não comungar de nenhum tipo de xenofobia, que muitos alardeiam, gosto de quando possível aportuguesar palavras estrangeiras, pois a riqueza reside em um idioma forte, elástico e nem um pouco hermético, porém não sou adepto a escrever como escrevem ou falam alguns estrangeiros. Se posso mudar, para que insistir?



                Alemães (maioria pomeranos)

                                           Italianos
                  

Tudo isto tem a ver com a ampliação de nosso idioma que hoje conta com quase 60 mil ou mais diferentes palavras ou verbetes que tornam o idioma português um dos mais ricos do mundo, (modernos dicionários da língua portuguesa do Brasil) sendo o sexto mais falado, atrás apenas do mandarim, espanhol, inglês, hindi e do árabe.


                Chegada dos portugueses.

Esta riqueza trazida pelos portugueses foi aqui enriquecida pelas diferentes palavras usadas pelos nativos da terra que muito contribuíram para que o português do Brasil suplantasse com uma gama de outras palavras que não são compreendidas nos outros países de língua portuguesa como o próprio Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor Leste, Guiné Equatorial, Macau, Cabo Verde e São Tome e Príncipe, que entre eles há também abissais diferenças, sabendo que em Macau o português está sendo rapidamente substituído pelo mandarim.


              Nativo da terra, o verdadeiro dono.


Lembrando também que os negros trazidos como escravos para o Brasil, vieram de diferentes regiões da Mãe África e contribuíram fortemente para o enriquecimento de nosso idioma nacional, com centenas ou milhares de palavras.



                      Negros, contribuíram muito com a cultura.

O português do Brasil, que já poderia ser chamado de Brasilês, reside não somente nas milhares de palavras anexadas ao rol já existente no idioma como a cada dia surge novas expressões, as chamada gírias, pois nos países que falam o português fora o Brasil quem saberia o que é um “trampo”, “é nóis na fita”, “truta”, “se pá”, “diabéisso”, “deixe de arrudei”, “se avexe não”, “ta fumando numa quenga”, entre milhares de outras, pois cada um dos 26 Estados, além do Distrito Federal há diferenças no modo usual de falar. Imaginem que eu não usei nenhuma das milhares de palavras do nosso gauchês. Ai faltaria espaço e tempo, e não estou me referindo à relatividade restrita ou relatividade geral.



Vejamos algumas palavras que já foram aportuguesados, pelo menos aqui no Brasil:

Balé. basquete, boxe, bufê, caratê, champanhe, chique, clipe, comércio eletrônico, conhaque, gangue, golfe, pingue-pongue, pôquer, premiê, surfe, uísque, xampu entre centenas de outras.



Por exemplo, costumo escrever blogue, aportuguesando o conhecido blog, muitos devem achar estranho, mas da insistência é que surgem as palavras.
Muçarela é  com "Ç" e não com "SS"

Porém continuo a criticar os que escrevem “mussarela”, com SS, pois o correto é muçarela, com Ç, letra que só existe no português e no francês, que a copiaram. Pode ser que exista em algum dialeto na Espanha. Mas a BURRICE é tão grande que todo o mundo escreve errado achando que está certo, e assim não duvido que será dicionarizada erradamente como o caso do alho porro, (pôrro) que todo o mundo fala e escreve poró achando que está certo.


      O alho é PORRO e não poró.

E continuo com outras palavrinhas como mouse, se a nossa pronúncia é mause, ou seja, deveríamos aportuguesar já, entre tantas outras.

E como provocação (singela brincadeira) aos de língua portuguesa fora do Brasil, perguntaria o significado de algumas palavras indígenas como curumim, abaeté, caá, caba, javaé, jubaia, juçana, mauá, quarar, surucucu, surubi, tapir, avaré, mboitatá, entre milhares de outras, sem contar as palavras vindas com os negros para o Brasil como abadá, abará, acará, acarajé, agogô, angu, axé, molenga, moleque, mondongo, moringa, moqueca, muamba, quenga, quizomba, tanga, tribufu, tunda, xará, pito e o delicioso tutu.

Assim vai o português do Brasil cada vez mais se distanciando do de Portugal e chegará um dia, e isto é inevitável que precisaremos de um tradutor para entende o que um português fala, já que muitos livros portugueses são traduzidos para o Brasil, assim como livros brasileiros são também traduzidos para o português de Portugal, Jorge Amado e outros. Filmes portugueses são legendados e acredito que também o mesmo aconteça com os filmes brasileiros.

Ou seja, acredito eu que num futuro bem próximo dentro do espaço temporal histórico poucos idiomas existirão no mundo, muitos desaparecerão, haverá, por conta desta globalização, certa padronização, porém o português do Brasil, ou brasilês, devido a sua enorme população que em cinquenta anos será quase ou mais de quatrocentos milhões de seres, um dos poucos sobreviventes.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Luiz Augusto Passos



               Diário da Manhã, Pelotas, 06 de janeiro de 2017

Viajo muito, principalmente pelo meu Rio Grande do Sul e Uruguai, e gosto de viajar, porém esta última viagem que fiz em companhia de Sandra, minha mulher e Monica, minha filha foi realmente uma viagem que ficará na história com o coroamento mais que merecido do grande amigo Luiz Augusto Passos, nascido no Rincão das Cruzes, em Açoita Cavalo, no interior do Município de Pelotas.


                  O Tenor

Luiz Augusto Passos, a quem tive o privilégio de tornar-me amigo no longínquo ano de 1962 e conviver com sua adorável família, seu pai Mozart, sua adorável mãe Licínia ou como era conhecida “Lili”, seu irmão Luiz Carlos e suas duas irmãs Maria Luísa e Maria do Carmo, (Nené), amados amigos e irmãos do coração, tornou-se o mais novo membro da Academia Sul-Brasileira de Letras.


                  O Padre

Porém, Luiz Augusto é uma tarefa hercúlea tentar descrevê-lo, pois aos onze anos já era um tenor consagrado e quando eu entrei para as fileiras do Exército, ele, que já havia abandonado a carreira de tenor, foi para um Seminário Jesuíta em Montenegro e como padre ficou muitos anos, e em plena ditadura militar recebeu a tarefa de ir, mesmo sendo padre, trabalhar com os metalúrgicos de São Paulo, na fervilhante ABC. Formou-se, cursando após Mestrado e Doutorado, este feito em Portugal, viajou pelo mundo, esteve entre outros lugares nas convulsionadas Nicarágua, El Salvador, esteve em Cuba, viajou pela África, em países que enfrentavam revoluções como Angola e Moçambique, jamais esmoreceu, fez-se, apesar de sua extrema sensibilidade, apesar de seu coração singelos e delicado um verdadeiro e combativo sacerdote das causas justas, mas como o tempo é o sábio dos sábios, fê-lo encontrar Edna, deixou a batina e com ela casou, formando uma família irretocável, tendo quatro filhos maravilhosos, Matheus, Leonardo, Ruth e Vitória.

              O Doutor.

Luiz Augusto além de professor da Universidade Federal do Mato Grosso, onde reside na cidade de Cuiabá, capital do Estado, é além de teólogo, filósofo, envolvido com os movimentos indígenas, quilombolas e outros, pois sempre esteve ao lado e participando das lutas contra as injustiças sociais, ao lado dos explorados, dos pobres e oprimidos por um sistema onde a riqueza é tida como valor maior, porém mostrou que os valores maiores são a capacidade, a inteligência, a retidão de caráter.


Mesmo morando tão longe, foi convidado e nesta última sexta-feira assumiu a cadeira número oito da Academia Sul-Brasileira de Letras, anteriormente ocupada por Anélio Saraiva e que tem como patrono o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo, há pouco falecido.


A ASBL, Academia Sul-Brasileira de Letra congrega os três Estados do Sul do Brasil, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Ao ser empossado Luiz Augusto disse que esta é uma homenagem que recebo com carinho e profundo respeito, considerando a enorme responsabilidade que ela representa, e para o encantamento da plateia que o homenageava cantou e encantou e a todos deixou com os olhos maravilhados e cheios de lágrimas de emoção, pois canta com emoção e com o coração. 

             Com meu amigo Luiz Augusto, Sandra e Monica.

Meu caro amigo e irmão Luiz Augusto, fico imensamente feliz em ver teu sucesso e que continues sempre a nos dar essas alegrias e a nos encorajar com tua extrema coragem e respeito. 


És um vencedor. 


Um reconhecido vencedor, que abdicas de muitas coisas para estar ao lado dos humildes e desamparados, dos pobres e injustiçados.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Hoje a Tarde.




Canoas e Gravataí entre outras cidades da Grande Porto Alegre em minutos transformadas com um violento temporal.


Dia muito claro de Sol escaldante,

Na rua suava o passante.

Num repente o que era céu azul.

Transformado em nuvens vindas do sul.

Em trovões e relâmpagos o dia escureceu.

No céu um manto negro apareceu.

Prenúncios de chuvas de verão.

Alagando a cidade sem compaixão.

O que era lindo e claro diminuiu,

E num manto escuro sumiu.

Meia hora foi o bastante para mudar.

E a grande cidade ficou a se afogar.