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terça-feira, 27 de março de 2012

Eu Vi e Ninguém Me Contou


          
Hoje, como sempre levantei ainda noite, madrugada fresca quando ainda caia uma garoa, sentei na cana e olhei pela janela de meu quarto e contemplando o gramado que se estende em frente pensei naquela chuva fina que gentilmente regava não só minha grama como minhas árvores, laranjeiras, limoeiros e uma gigantesca mangabeira, que este ano está com muitas, belas e suculentas mangas.
          
Beleza.
          
Após fazer as coisas normais que a maioria das pessoas civilizadas fazem após acordarem, passei em minha sala do computador, livros e uma tralha incrível de coisas que uso para minhas pesquisas e trabalhos, liguei meu computador e fui até a cozinha tomar um suco de uva. Geladinho e gostoso.
         
Com o copo na mão votei a minha mesa e acessei este meu blog e encontrei uma visita que muito me deixou alegre.
          
Fui visitado pelo PAULINHO.
          
Chuva, grama, árvores, suco de uva e uma visita de PAULINHO que teceu um belo comentário sobre o que escrevi em “Meu Mundo Inacabado, Destruído, Ignorado”.
          
Viajei no tempo e reportei-me ao ano de 1980, quando viajava lá do Mato Grosso do Sul para o Mato Grosso, ou seja, de Campo Grande para Rondonópolis e ao passar pela região chamada de Capim Branco, vi, talvez a sena mais dantesca de minha vida.
          
Estacionei o carro no acostamento, desci e chorei.
          
Não carregava nenhuma máquina para registrar o horror, mas isto ficou gravado a fogo me minha mente. Sem modéstia, mente privilegiada.
          
Um assassino, fazendeiro, capitalista, imediatista, para limpar os campos, como é uma prática comum naquela região e ninguém é punido por esse crime, ateou fogo ao capinzal.
          
O maldito sequer deu atenção que era época de nidificação, onde milhares, dezenas de milhares ou centenas de milhares de pássaros, com seus ninhos cheios de filhotes tranquilamente proliferavam em paz.
          
Foram os pobres animaizinhos surpreendidos pelas chamas que a tudo devorava em uma frente que ultrapassava alguns quilômetros, e no desespero, no céu enfumaçado pude com o coração doído ver milhares de pássaros de várias espécies no desespero dando rasantes sobre o fogo na vã tentativa de salvar suas, centenas de milhares de filhotes e ovos que eram devorados pela bestialidade humana. Destruídos por amimais que se consideram humanos.
          
E dizem os dominados, dizem os “condutopatas”, que deus criou o homem para reinar sobre os animais. E nesta hora o tal ser supremo não mandou uma bela chuva para apagar a ferocidade humana. Uma chuva forte e não como a garoa que regou o meu gramado.
          
Há décadas acompanho a matança.
          
Estou perdendo a esperança.



3 comentários:

  1. Pai...
    Eu aqui lendo sobre o Mato Grosso do Sul (terra onde nasci) me recordei do "Cuca", fala sobre ele e não esquece de postar junto as fotos.
    Isto tudo faz parte também da minha vida.
    Beijão

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  2. O "Cuca" vai sair nos próximos dias. Aguardem, pois o Cuca é o Cuca.

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  3. Eu adorei este espaço...Aprendi me diverti amei...Um beijo e vou voltar!Gostaria da tua visita e comentario se puder!bjos


    http://bandeirantesnews.blogspot.com.br/2012/05/uma-historia-de-amor.html

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