Aos 83 anos o jovem belga Tintin, que há poucos dias ainda estava em cartaz nos cinemas, e fui assisti-lo com minha Sandrinha, que comigo completou ontem trinta e nove anos de um estável casamento, e meu neto Bruno.
Isto fez reascender minhas lembranças e fui ao fundo de meus armários e caixas, pois baús não os tenho, atrás dos livros desse herói, que no início dos anos 60 era uma fonte auxiliar para as minhas aulas de francês, principalmente as aulas com Professor Karel Hortz, conterrâneo de Tintin.
Para ele, Tintin o tempo parece não ter passado, continua o mesmo rapazinho aventureiro.
Aventureiro de cara limpa, batalhador e sempre do lado da verdade e da justiça.
Para os heróis o mundo maravilhoso das ficções permanece inalterado, afinal são ficções, entretanto para nós, simples mortais o tempo é implacável, mas feliz para aqueles que com o tempo vão passando, pois a esmagadora maioria passa pelo tempo efêmera e anonimamente.
Apesar da vida ser dura e injusta com esta parcela tão grande, muitos, muitíssimos são aqueles que a abreviam mergulhando num mundo muitas vezes sem volta das ilusões. Não me refiro ao mundo das ilusões das ficções, mas o das ilusões das drogas. Otários, que só deixam tristeza e amargura em seus rastros e quase sempre a morte prematura.
Viva Tintin o eterno jovem de cara limpa.
Exemplo a ser seguido.
Entretanto aos que felizmente vão indo com o tempo, lenta e sabiamente o tempo vai também, invariavelmente pregando peças, e depois de quase meio século de minhas aulas de francês, que lia todos os livros nesse idioma que caíssem em minhas mãos, surpreendi-me ao tentar ler “Tintin au Pays de l’Or Noir” (Tintin no País do Ouro Negro), pois infelizmente após várias investidas consegui ler apenas alguns trechos.
Não devemos deixar cair no esquecimento o que de bom aprendemos, e isto me faz pensar seriamente em voltar aos estudos deste que é o mais bonito, refinado e nobre idioma.
Por que não?
Tenho todo o tempo pela frente, pois assim objetivando o tempo vamos com ele passando, porém aqueles que não objetivam o seu tempo, na verdade estão abreviando o próprio tempo.
A vida não terá sentido se não dermos sentido a vida, e sempre haverá tempo para alguma coisa boa fazer.
Merci beaucoup.
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