Mas tche, que barbaridade!
As vezes fico aqui solito bombeando sobre as coisas da vida, que vão folheiritas carreteira a fora e eu não sei se tu, vivente, sabias, mas vou prosear um pouquito sobre umas vaquilhonas chamadas de Jersey e uns tais de cavalos Percheron, que não são esses matungos mortos de fome que a gente vê por aí puxando carroça.
Lembrando que muitas vezes vai o pobre animalzinho puxando com esforço a carga e um animal em cima da carroça truviscando o relho sem nenhuma piedade no infeliz.
Tais vaquinhas Jersey entraram no Brasil pelas mãos de Assis Brasil, político e estancieiro mui guapo e bacanudo, aqui do nosso Rio Grande do Sul, em l896. Importou essas das Ilhas Jersey e as levou para Pedras Altas, onde o gado se aquerenciou ao nosso clima.
Bueno, daí esse gado se espraiou por todo o potreiro brasileiro, com o passar do tempo.
Tche loco! “Tu viu” só.
Essas vacas chegaram ao Continente de São Pedro, a nossa Terra Gaúcha há mais de um século, que como dizem os guascas lá de fora, no tempo que se piolava guaipeca com linguiça, pois foi no final no século dezenove.
E aí me aparece há um tempo atrás um carioca, falando chiado em um programa dos mais baguais da televisão, em um domingo à noite, numa das grandes redes, que chega a ser redonda de tão grande, girando pelo espaço a fora e diz que foi ele quem importou as primeiras vacas Jersey para o Brasil, pelo ano dois mil.
Mas que tal.
Êta índio maleva e desinformado.
E aí um monte de biguanos ficam acreditando nesses xaraxaxás.
Mas bah! Que baita empulhação.
Da mesma forma um paulista, que também foi entrevistado na TV, lascou que foi ele quem importou os primeiros cavalos Percherons para o nosso quintal.
Mas aí eu me tapo de nojo e me caem os butiás do bolso, pois o cola-fina disse que tais fletes ele trouxe para o Brasil no ano de 1965.
Tche, e ficam pensando que todo mundo é bacudo para engolir essas inverdades.
Eu mesmo me criei quase que embaixo das patonas destes animais, que na época em que eu era um piazito, um mandinho meio baiquara, as Lojas Bromberg de Pelotas faziam a entrega de móveis e outros utensílios em enormes carroções de quatro rodas puxadas por uma parelha de lindos Percherons bem tratados. E isto lá pelos anos 50.
Os bichos eram mais bem alimentados que muito índio sem sorte.
Mas que barbaridade!
Os primeiros cavalos Percherons que entraram no Brasil foi em 1922, importados pelo Exército Brasileiro para servirem de animal de tração, como diz a milicada para servirem de animal de tiro, já que esses baguais são prá lá de fortes, grandes e musculosos.
Tiro o chapéu para esses dois queras que no mínimo vivem jogando truco, para terem essas latas estanhadas e o que é pior, além de terem a guaiaca forrada de pila, os dois alcaides não tem lá muita cultura histórica ou são fanfarrões por natureza.
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