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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Dedos e Parentes



Na mão tenho cinco dedos

Todos eles diferentes.

Não serão diferentes dos dedos

Os que apenas são parentes.



Família é complicado.

Cada um puxa para seu lado

E na vida quem leva a pior

É quem fica sempre calado.



Machucar todos podem.

O que não se pode é contestar.

Quem contesta é quem não presta.

É que os outros vão falar.



Os amigos que escolhemos

São incapazes de nos machucar.

Mas de quem tu não esperas.

É de onde o açoite vai te pegar.



Escolhemos nossos amigos

Mas parente é destino.

Os parentes te machucam.

Os amigos estão sempre contigo.



Mas a vida é sempre assim

E não se pode modificar.

Muitos vão falar mal de mim

Se um parente eu contrariar.



Dou de ombro para os maldosos.

Pois já muito padeci.

Foi levando bordoadas.

Que com a vida aprendi.





Se não gostarem de mim.

Não vou baixar o lombo.

Paciência, eu sou assim.

Da vida já levei muito tombo.



Sigo em frente altaneiro.

Não bebo água em orelha.

Sou meio taita estreleiro.

E me desgarro feito ovelha.



A dura vida me ensinou

Não confiar nem nos dentes.

Pois o quera que já se machucou.

Não dá as costas nem pra parente.



É doída essa posição.

E não se pode confiar.

Mas sempre darei a mão.

A quem a mim procurar.



A vida se vai no atropelo.

Eu não posso ignorar.

Seja amigo ou irmão.

Um dia de mim vai precisar.



Dizer que é ingratidão.

Andar solito e desgarrado.

Diz o ditado de galpão.

Antes só do que mal acompanhado.



Mboi Tatá não me assusta.

Tenho essa convicção.

Tenho certeza pura e justa.

E não me arrolho para essa aparição.





Mas o mesmo não posso dizer.

De muitos que são de mesma vertente.

Pois com o tempo fui aprender.

A não confiar nem nos dentes.



E meus dedos diferentes.

Cada um com sua serventia.

São tão desiguais como parentes.

Da prima, ao sobrinho e a tia.



Afinal o destino não escolhemos.

Ele até pode atrapalhar.

Porém um dia entendemos.

Que os bons amigos vão ficar.



Paciência! É assim.

Não vou a todos agradar.

Mas se gostares como eu sou.

Posso até te desculpar.



Sou índio meio bacudo.

Mas não sou ignorante.

Ando pela vida meio sisudo.

E acham que sou arrogante.



Pra encerrar essa composição.

Sem farranchos vou falar.

Se não gostares de mim como irmão.

Paciência. Tenho amigos que vão gostar.



E o dia que desta vida me ausentar.

Espero que por mim não chores.

Pois quem em vida não soube se dedicar

Por favor, na morte não me amoles.


2 comentários:

  1. Profundo..... te amo pai sei que isto não é pra mim mas como somos muito parecidos digo:
    A vezes sei que erro, que as vezes não faço exatamente o que os outros querem, mas VIVO MINHA VIDINHA e sigo teu conselho que me deste a mais de vinte anos "Filha só nos arrependemos daquilo que não fizemos", então não me importo com o que os outros pensam ou falam....sigo em frente pois não bebo água em orelhas.
    Vamos continuar nossas vidas juntos, pois só nós 5 sabemos o que vivemos juntos, o que lutamos pra chegar onde estamos e continuamos a lutar, o que nós faz ser feliz é saber que independente de maridos, esposas, colegas etc é nós 5 (Pedro, Sandra, Franco,Monica e Fábio) que somos a felicidade, o amor e a união o resto agrega mas lutamos é pelos 5. (sabes que brigo, te contrario mas fazer o que a fruta não cai longe do pé kkkkkk). Bj

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  2. Há 5 anos levei uma sarrafada de um agregado, bastou responder a altura para que o dito cortasse relações. É assim minha amada filha todos se sentem no direito de pisar em cima, mas tu não podes revidar, pois se isto fizeres podes preparar o lombo que virão com tudo e tu passarás a ser a errada. Paciência. É como diz o velho ditado que aprendi na caserna "Quem bate esquece, quem apanha jamais esquecerá".
    Beijos.
    Te amo, e vamos levando nossa vidinha em frente sem esquecer o poeta argentino que disse "Yo soy de abajo si, asi es mi modo. Yo soy de abajo si, asi es mi modo. Una cosa es ser barro outra es ser lodo. Una cosa es ser barro outra es ser lodo. Yo soy de abajo si, no me avergüenzo.

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