Preparava-se para a minha
naninha, já que era quase meia-noite, estando embaixo das cobertas, pois fazia
um friozinho legal para dormir, quando ouvi enorme batida em frente ao edifício onde moro.
Corri até a sacada de meu
apartamento onde Sandrinha já estava, pois a mesma continuava na sala
assistindo um telejornal e registrei as lamentáveis cenas de um acidente.
Um motociclista, com sua
belíssima e potente máquina, ao erradamente tentar ultrapassar um carro pela
direita, bateu na traseira de um automóvel estacionado junto à calçada.
O automóvel estacionado é de
propriedade de um dos moradores deste edifício.
Uma das moradoras do próprio
prédio acionou via telefone a SAMU, que em menos de 10 minutos encontrava-se no
local, onde já populares tentavam ajudar o infeliz acidentado.
Porém quase nada podiam
fazer limitando-se ao apoio moral e a desviar o trânsito, que nesses momentos
sempre vão aparecer os que não ajudam mas por pura curiosidade param seus
carros próximos à acidentes apenas para darem fé, e correndo o risco de
provocarem outro acidente.
Um motorista parou
estrategicamente seu carro preto, com os piscas alertas ligados para proteger
de algum desavisado o motociclista que estava deitado na via.
Imediatamente viaturas da
Guarda Municipal e da Brigada Militar foram posicionadas estrategicamente e o
transito foi desviado para uma via adjacente.
Nesses momentos os
motoristas que passarem pelo local de um acidente não deve parar para darem fé. Quem não ajuda
não deve atrapalhar. Mas sempre aparecerão os babacas que querem ver a desgraça
humana e além de atrapalhar o transito ainda podem provocar outro acidente.
Lembro-me de uma simples e
leve batida entre uma Kombi e uma C10, no ano de 1975, na Cabeceira Alegre, em Dourado, MS, na
estrada que liga essa à Campo Grande, não houve nada com os motoristas,
apenas a Kombi ficou com um pequeno amassado. Entretanto os tampinhas, moradores das redondezas, inclusive uma senhora de mais de sessenta anos que estava a mesa jantando e que
gostam de dar fé das coisa formaram um circulo em volta das caminhonetes, mais
de trinta pessoas.
Nesse momento um guri metido
a motorista, como todo o guri que acha que correr é saber dirigir, que havia
furtado um Maverick em Cascavel, PR, de um crente em frente ao templo em que seu
pai era o pastor das ovelhinhas acéfalas, que saindo a toda velocidade de
Dourados deu-se de cara com aquele monte de pessoas.
Resultado. Vinte e seis
feridos e treze mortos.
Minutos após passei no local
com o Engenheiro Oscar José que comigo viajava e vimos àquela cena dantesca, corpos mutilados esparramados sobre o asfalto, trânsito desviado para fora da estrada, gente desesperada chorando em volta, gemidos e dor, fruto
da irresponsabilidade de um moleque sem vergonha.
Será que foi punido este
bandido?
Portanto motorista, repito,
quem não ajuda, não atrapalha. Se não tens intenção de ajudar siga em frente e evite outro acidente.
Se há pessoas, polícia e paramédicos no local, não pare, isto não significará omissão de socorro, deixe de ser curioso.
Faça como eu, que ao chegar à sacada vi pessoas e peguei o telefone, momento em que Sandrinha me avisou que uma moradora já havia acionado a SAMU, então o que adiantaria eu descer, juntar-me a grupo na rua e não fazer nada. Os que lá estavam ajudavam sinalizando com as luzes de seus celulares para o trânsito diminuir a velocidade ou desviar.
Não seria eu, naquele momento que iria resolver qualquer coisa. Limitei-me a registrar o acidente para conscientizar os que ainda tem por hábito atrapalhar.
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