- Um grande cometa vai se
chocar com a Terra causando a destruição da vida neste planeta...
- A explosão de uma
supernova atingirá diretamente a Terra transformando o planeta em uma esfera
calcinada e sem atmosfera...
E por aí vão as mais
fantasiosas teorias do fim do mundo, onde não há espaço para H. G. Wells ou
Júlio Verne, pois suas ficções são coisinhas amenas e pueris perto das ficções
de Steven Spilberg, Roger Donaldson ou Roland Emmerich, que também são mais
fantasiosas do que proféticas.
Mesmo os maiores visionários
não tem a dimensão de que a humanidade está por conta própria se aproximando do
extermínio.
Nem mesmo Il Sommo Poeta de
Florença Danti Alighieri, quando escreveu sua obra “A Divina Comédia”,
originalmente apenas “Comédia”, onde em sua primeira parte fala sobre o Inferno,
tinha ideia de que a humanidade estaria caminhando realmente para um fim
trágico onde os que tiverem sorte morrerão antes do inferno que se avizinha a
passos largos.
Obviamente nunca aceitei os
conceitos escatológicos, pois as religiões tratam os últimos eventos da raça
humana como um castigo divino, como se algum deus fosse castigar o homem por
seus atos.
Não há nada de divino nesse
momento, deus algum faria isso, em primeiro lugar pela inexistência de deus, em
segundo porque deus algum se é que existisse perderia seu precioso tempo com
esse ser insignificante e mau, que por sua própria irresponsabilidade com o
mundo está levando ao extermínio não só a maioria das espécies que hoje coabitam
o planeta, como está levando ao fim a própria humanidade.
Isso será o resultado do que
o próprio homem está semeando nesta estrada tortuosa que é a vida. Nesta
estrada tortuosa que é saga humana.
Matam esses animaizinhos para que uma maldita
burguesa afetada vista um casaco de pele.
Todas essas previsões feitas
do futuro são resultado não de uma visão divina ou de uma graça vinda dos céus,
e sim uma constatação do pensar com razão sobre o que o homem está fazendo com esse
delicado ecossistema, cujo maior predador, que é o próprio homem, que voraz e
irresponsavelmente vem destruindo o seu meio ambiente.
Como gafanhotos os homens
vão dilapidando tudo em busca de fortuna. Assim fizeram com as florestas
europeias que cobriam quase todo o continente na época de Júlio Cesar e
Vercingetorix.
Tragédia do Paraná em 100 anos.
Dali partiram para a
América, devastando ilhas após ilhas, deixando nua a terra dos índios, muitos
dos quais após escravizados foram abandonados em suas ilhas devastadas e não
tendo mais animais e plantas sucumbiram tragicamente.
A Mata Atlântica que se
estendia do Rio Grande do Sul ao Nordeste, passando pelo Paraguai e Província
de Missiones, na Argentina, hoje está reduzida a menos de 10%. Ou seja, o que a
natureza levou milhões de anos para fazer o bicho homem destruí em apenas cinco
séculos.
No fim dos anos 60, abriram
a nova fronteira. O Mato Grosso foi o alvo da ganância, principalmente de
agricultores do Sul do Brasil, de origem europeia.
Quando da divisão do Mato
Grosso, em dois estados, onde nos anos 70 eu com minha família residia, na
cidade de Dourados o então recém-formado Mato Grosso do Sul, já vinha
apresentando uma devastação continuada, e para o Mato Grosso começava a grande
corrido rumo à Amazônia.
Hoje, os cerrados que
cobriam o Mato Grosso do Sul foram praticamente devastados como pude observar
numa viagem que para lá fiz este ano. Destruição quase que total.
Na região do antigo Chapadão
dos Gaúchos, hoje Chapadão do Sul, que era uma região vazia, coberta pelo
cerrado e prodiga em vida animal, acumulam-se novas cidades, estradas
asfaltadas, e plantações. O que menos se vê são os animais, o que naquela época
eram abundantes e os cerrados que a tudo cobria praticamente não existem.
Tive o desprazer de ouvir de
um grande empresário do agronegócio do Centro-oeste, que se Aureliano Chaves,
tivesse sido eleito Presidente da República em 1989, hoje o Parque Nacional das
Emas já estaria com a terra avermelhada, pois transformariam aquela porcaria de
Parque em imensas plantações de soja.
No Mato Grosso, coberto
anteriormente pelo Cerrado e pela floresta tropical amazônica, foi transformado
em três décadas num verdadeiro vazio, a maioria queimado pela ganância de uma
minoria que não respeita a natureza e vai tudo destruindo. Dezenas de cidades
surgiram, milhares de quilômetros de estradas cortam o Estado em todas as
direções e os animais, antes abundantes, hoje são difíceis de ser encontrados.
Tudo está sendo terminado.
Rios envenenados, assoreados e mortos. Matança de milhões de toneladas de
peixes, como tive o desprazer de ver no Rio Miranda numa manhã de 1976. O rio
amanheceu prateado. Centenas e centenas de toneladas de peixes mortos pelos
fertilizantes usados nas lavouras, e assim foi acontecendo em outros lugares.
Infelizmente ainda aparece
um apresentador de TV, de nome Ratinho para, ao vivo dizer que o responsável
pela diminuição do pescado são os jacarés.
Isto é primar pelo
desconhecimento. Os jacarés vivem no planeta a mais de 250 milhões de anos e
nuca faltou pescado nos rios do Mato Grosso, principalmente no Pantanal. Mas
bastou o homem chegar com a agricultura que a tragédia anunciada foi acontecendo.
Obviamente pela escassez de
peixes, mortos as toneladas pelo homem, os próprios jacarés tem que migrar para outros locais, acumulando-se e
faixas cada vez menores o que dá a impressão que o número está aumentando como
dizem alguns desinformados, ignorantes ou perversos.
Se tu pegares um milhão de
jacarés e distribuíres por todo o Brasil, é nada, porém se os concentrar dentro
de um único rio, é muito.
Agora chegou a vez do Pará.
Nesse Estado já começou a guerra pelas terras, mortes, agressões, expulsão de
pequenos agricultores e coletores, ameaças e destruição. Em menos de 20 anos o
Pará será como hoje é o Mato Grosso. Um imenso vazio cheio de plantações de
soja e gado. Muitos rios assoreados e mortos.
E assim começa o fim da
Amazônia.
Na África as florestas
equatoriais correm um risco iminente, subjugadas por intensa exploração de
empresas europeias e pela necessidade crescente de expandir a agricultura,
assim como as florestas equatoriais da Ásia, porém não só são as florestas que
correm o risco de desaparecerem e sim toda a vida silvestre.
Nada é levado a sério,
vejamos, pois que com o aquecimento global os répteis correm sério risco de
deixarem de existir. Vejamos. Com o aumento da temperatura poderemos ter
nascimento apenas de fêmeas, o que condenaria esses animais ao seu extermínio,
sabendo-se que os machos nascem em temperatura que vão de 26 e 28º e que acima
disto só nascem fêmeas.
As grandes manadas de
herbívoros da África tendem a desaparecer, assim como os grandes carnívoros,
cujo leão já está na lista de extinção, e desaparecerão em menos de cinquenta
anos.
Lembrando que há menos de
quarenta anos os hipopótamos eram encontrado em quase todo o continente
africano, nas áreas subsaarianas, hoje estão reduzidos a menos de 10% de sua
população e sofrendo vertiginosa pressão por parte do homem, que os
compartimenta cada vez mais em áreas menores e isoladas.
A pressão dos seres humanos
sobre as áreas ainda remanescentes é assustadora e a mortandade dos grandes
primatas é uma realidade trágica.
Fim...
Mas a humanidade continua
trilhando esse caminho perigoso e chegará um momento em que o Inferno de Dante
será uma coisinha amena perto do que se aproxima.
Quem viver verá.
Quem viver nos próximos cem
anos estará condenado à antropofagia, pois faltarão alimentos, muitos morrerão
coberto de riquezas não tendo o que comer.
A água extremamente poluída,
os mares e oceanos transformados em pântanos lodosos e podres, sem vida e sem
movimento de suas correntes, levará a um frio extremo o hemisfério norte, onde
a vida será dizimada em muitas áreas.
O mundo se transformará num
verdadeiro circo dos horrores, onde a atual África será comparada a um paraíso.
E disto não tenho dúvidas.
Por outro lado corre nas
redes sociais uma previsão atribuída a Chico Xavier sobre uma catástrofe global
que os mais atingidos serão os países do hemisfério norte.
Diz tal e absurda previsão
que eles virão e serão recebidos de braços abertos no hemisfério sul. Tal e absurda previsão estabelece zonas onde
serão assentados os europeus ocidentais, os europeus orientais, os povos
asiáticos e os norte americanos. Pura e ridícula bobagem.
A catástrofe ocorrerá, sim,
porém nesse momento de salve-se quem puder será um verdadeiro pandemônio e
ninguém irá dividir o pouco que sobrar.
Ou seja, poderão até tentar
vir, mas vejo que serão recebidos, como dizia Floriano Peixoto, à bala.
Pobre humanidade. Ninguém
sobrará. Será a maior e última catástrofe, não será a Comédia Humana, mas a
Tragédia Humana, permeada de fome, sede, pandemias, antropofagia, loucura total
e completa.
E ainda para aumentar a
tragédia muitos tararacas, pregadores das ditas palavras de um deus perverso e
inexistente vivem dizendo “crescei e multiplicai”, “crescei e multiplicai”. Até
quando esses atormentados guiarão esse bando de condutopatas atrasados para
parirem filhos e mais filhos neste mundo superlotado.
Até quando a babaquice será
seguida por um bando de ovelhas demenciadas, que só sabem dizer aleluia,
aleluia!
Me tapo pena dos que
nascerão doravante.
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