Quando o meu pai ainda como
Subtenente servia no antigo 9º RI, eu, um adolescente conheci um Cabo que era
encarregado de fotografar todas as solenidades militares desta unidade do
Exército Brasileiro.
Anos depois quando sentei
praça nesse mesmo Regimento lá estava ele, agora 3º Sargento, que continuava na
função de fotógrafo.
Não era um homem muito
simpático e em todas as festividades sequer entrava em forma, ficando de um
lado para outro clicando e clicando, com belas máquinas a tiracolo fotografando
todos os acontecimentos oficiais.
Após anos ter solicitado minha
exclusão do serviço ativo do Exército, soube que o mesmo, quando fora promovido a graduação de
2º Sargento havia sido transferido de Unidade e de cidade.
Soube também que o mesmo
nesta outra cidade se desentendera em uma discussão de rua com um civil e não
titubeou em puxar a arma e desferir um tiro nesse desafeto.
O civil levado ao hospital
sobrevivera, mas o referido Sargento foi recolhido preso, julgado e condenado a
quatro anos de prisão por tentativa de homicídio.
Como a pena imposta não
extrapolou ao máximo, o referido militar teve sorte de não ser expulso do Exército,
mas cumpriu todos os dias a ele imposto pela Justiça Militar.
No cárcere foi remoendo seu
ódio e achou que fora preso e cumprira a pena injustamente, pois não havia
alcançado o seu intento de matar tal desafeto.
Em sua mente confusa, achava-se
injustiçado e neste emaranhado de ódio e maus pensamentos decidiu que se não
havia conseguido matar e cumpria a pena, no momento em que saísse da prisão
poderia então assassinar sem ter que pagar pelo crime, pois já estava sendo penalizado.
Mas não é assim que
funciona.
Não aprendera com o
sofrimento do cerceamento da liberdade. Deveria ter colocado uma enorme pedra
encima do passado e encarar a vida dali para frente, mesmo com o prejuízo da
prisão e da própria carreira que havia sido brutalmente maculada. Afinal quase
vinte anos de serviço ativo não poderiam ser ignorados.
Mas infelizmente não foi o
que fez.
Cheio de ódio e em busca de
vingança seu olhos se fecharam para a coerência e tão logo posto em liberdade
procurou o desafeto e aí o matou.
Novamente preso, julgado,
foi condenado a 15 anos de prisão e expulso do Exército, sem direito a nada.
Não pensou nele muito menos
na família.
Há coisas que nem Freud
explica.
Tem pessoas que só pensam em vingança nem se preocupam que as vezes o mais prejudicado vai ser ele próprio. Uma pena uma pessoa ser assim.
ResponderExcluirTenha uma ótima semana.
OLÁ.
ResponderExcluirÉ lamentável e o pior é que com ele, apesar dos pesares, convivi vários anos servindo na mesma Unidade, tirando serviço juntos, porém e infelizmente ele veio a cometer essa bobagem.
Muitas são as pessoas que perdem o rumo da vida com atos como esse.
Caríssima Anajá, tenhas uma ótima semana, com muita alegria e saúde;
Att.
Prof. Pedro.