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terça-feira, 12 de maio de 2015

Dizer Bobagens.


A humanidade é campeã em dizer bobagens. 

O que é óbvio, pois só ela formula ideias por nós entendidas.


Talvez na comunicação entre os outros animais muitas besteiras podem estar dizendo, porém nós não as entendemos.

Dizem os cientistas que os animais têm suas formas de comunicação, porém o homem se arvora em ser o único, e mais, diz ser o único racional.

Duvido.

Pois não há maior irracionalidade do que a feita pelo homem. Senão, vejamos.

É o único animal que destrói deliberadamente a natureza, contamina e polui para ganhar dinheiro ou não.

É o único animal que elimina em massa os seus semelhantes, e neste assunto temos vários exemplos, mas vou citar apenas a palavra Hiroshima.


É o único animal que elimina a própria cria para livrar-se do peso de ser o provedor ou para evitar constrangimentos.

Enfim, a humanidade age de maneira irracional em vários outros momentos, portanto dizer-se racional é também uma coisa única do bicho homem, e aí podemos falar sobre bobagens.

Os políticos são os maiores mestres em dizer bobagens. Haja paciência em ouvi-los.

Eu mesmo escrevo e digo muitas coisas que para outras pessoas podem ser bobagens, porém as bobagens que eu escrevo ou digo nada vão afetar a saúde dos outros. A não ser a mental.

Porém duas grandes bobagens ouvi ditas por quem não pode errar, pois um erro pode significar a morte.

Médicos:

Não vou me ater às históricas bobagens ditas através dos tempos. Meu pai possuía um livro sobre medicina, se não me engano o título era SAÚDE, ou alguma coisa a ela relacionada, editado no fim do Século XIX. As bobagens ali publicadas eram simplesmente surreais, porém era o que o conhecimento médico tinha na época, pois ainda hoje, apesar de todo o desenvolvimento, a medicina ainda engatinha. Ou vamos esquecer que no início do passado século, para aproveitarem a luz solar os médicos levavam os pacientes para serem operados na rua, por onde passavam carroças, cavalos, cachorros e tudo era feito sem nenhuma assepsia, ou seja, mais se morria das mão infectas dos médico do que pelas doenças propriamente ditas.

Hoje, apesar de tudo que se sabe, não se sabe nada.


Houve nos últimos 50 anos um avanço espetacular nas ciências médicas, novos e eficazes medicamentos, aparelhos e técnicas revolucionárias, porém o porvir mostrará que tudo o que se sabe é um quase nada.

Isto é outro assunto, que escreverei com o Título “Os Carniceiros”.

Voltamos às duas bobagens:

A primeira delas foi dita por um conceituado médico entrevistado no Programa Fantástico, nos anos 80, quando a AIDS era uma coisa que os babacas diziam ser um castigo desse suposto deus perverso, para penalizar os moçoilos alegres. E ainda hoje tem uma porção desses babacas dizendo bobagem a respeito da homossexualidade.


Naquela entrevista disse o especialista que a medicina estava estudando muito para descobrir o que causava a doença, (o vírus HIV não tinha ainda sido descoberto), mas que achava que eram os espermatozoides modificados em um ambiente não natural, referindo-se as relações homossexuais, que estariam provocando tal doença.


Será que o médico em questão não tinha a menor ideia de que a homossexualidade é tão antiga quanto à civilização, sendo inclusive prova de virilidade entre os gregos, pois as mulheres só serviam para perpetuar o estado e o resto era festa e festa. E aqueles generais, fortes, brigões, truculentos, ásperos, feras, indômitos, temidos, cheios de cicatrizes das batalhas, violentos, letais e conquistadores eram tudo “viadim, viadim”.


Portanto, se assim fosse a AIDS já existiria deste a antiguidade.

A outra grande bobagem me foi dita por um médico em Canoas, por falta de conhecimento e de não estar bem informado no dia-a-dia.

Tenho assim como meu pai aquele eterno zumbido nos ouvidos, que é de tal magnitude que muitas vezes acordo irritado, pois não para nunca. Quando em vez dá uma aliviada. Outras épocas é por demais irritante.

Esse zumbido pode ter muitas causas, mas as três que mais são citadas são o hipertireoidismo, a diabetes e a hipertensão. ?

Não sofro de nenhuma das três.

Ah! Mas pode ser isto, ou ser aquilo, ou estar associado a alguma doença.

Se assim fosse eu já estaria morto de tanta doença, pois desde que me conheço por gente sofro de zumbido permanente. Lembro que a primeira vez que abordei sobre esse assunto eu tinha quando muito cinco anos, quando disse a meu pai que parecia que tinha uma abelha dentro do ouvido, e ele respondeu:

- É a mesma abelha que eu tenho.

Ai eu fui à loucura.


“Que abelhinha sem vergonha”.


Pare!

Tudo isto é puro achismo médico.

A velha história, quando o médico não sabe ele diz com todas as letras:

- Isto é uma virose.

Entenda-se virose por não sei.

Ou - andaço.

Haja, e bem roxo para aguentar.

Então, ouvi em um telejornal, há quando muito seis anos, que um médico australiano estaria tratando o tal zumbido, com aplicação de ondas sonora em várias frequências o que estaria dando bons resultados.

Casualmente na manhã seguinte tinha uma consulta marcada com esse especialista, e lá fui eu ter meus ouvidos examinados.

Antes dos exames serem realizados em um cubículo a prova de som, falei para o especialista que um médico australiano estava usando ondas sonoras para debelar esse irritante zumbido.

O especialista, do alto de sua sapiência me interrompeu abruptamente e disse:

- Hoje já existem coisas mais avançadas.

E eu, do alto de minha ignorância pensei – Puxa vida, como a medicina é dinâmica, que de um dia para outro já tem coisas mais modernas e avançadas.

A presunção é a tônica de muitos.

Nunca mais voltei ao referido especialista, nem mesmo para pegar os resultados dos exames.

Ah! Antes que esqueça.

Continuo com o zumbido nos ouvidos, e hoje está terrível.

Irritante.

Desgastante.

Cansativo.

Hoje, antes das três horas da manhã já estava acordado e não mais pude dormir de tanto zumbido.

Mas nesse médico nunca mais volto. Pode ser um sábio, porém deveria saber ouvir.

Diz a sabedoria árabe que “o homem possui dois ouvidos e uma boca, para que ouça mais do que fale”.

Fui tapado de nojo dos prepotentes que acham que tudo sabem e dizem m. - bobagens.









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