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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Pepe


Meu avô materno, José Luís Pereira de Castro era um Uruguaio, que mui temprano veio para o Brasil. Rapazote ainda de seus 18 anos chegou pelas cañadas do Passo das Pedras, no distrito de Pelotas chamado  Capão de Leão.


Hoje Capão do Leão é um Município autônomo e onde vamos encontrar o Cerro das Almas, a Cacimba do Padre Doutor, as cercas de pedras da época da escravidão, a Mesa de Pedra, a Toca do Miguel e outros pontos turísticos.

Por volta de 1910, José Luís conheceu uma senhora ainda mui jovem, porém nove ou dez anos mais velha do que ele, por quem se apaixonou.

A jovem era uma viúva, que se chamava Camila Barbosa da Rosa, conhecida no seio familiar como Mimosa, e que trazia consigo um negrinho como filho, chamado Otávio. Um filho Adotivo, de papel passado e tudo.

José Luís um taita macanuno, homem que jamais refugou peleia, resolveu então pedir la viúda em casamento.

E com ela teve três filhas, tia Adália, Maria Joaquina, mais conhecida como Quininha ou Pereirinha, minha mãe, e tia Zélia.

O castelhano não negou fogo e fez de vereda três meninas e tinha em Otávio um filho e amigo.

Portanto Camila Barbosa da Rosa seria nada menos que minha Avó Mimosa.

Aqui no Brasil, todos os amigos e parentes conheciam meu Avô José Luís como Juca.

Juca é o apelido de José. Ou seja, aqui quase todos os Josés, serão apelidados de Jucas.

Ou Zé?

Zé, nada mais que que uma abreviatura do José. Não sei se pode ser considerado como apelido também. 

E era o Vovô Juca e pronto.

Pero, nos países de língua espanhola José é quase sempre chamado de Pepe.

Oigalê porqueira.

Por que Pepe?

Fui atrás deste porquê.

E descobri que isto está relacionado a São José.

Mas afinal de contas o que tem Pepe com São José.

Bueno tche! Eu também não sabia.

Vejam só.

Por muitos séculos, nos conventos e nas igrejas, durante as enfadonhas leituras das ditas escrituras sagradas, cada vez que iam ler ou escrever que São José era o pai suposto de Jesus, diziam em latim Pater Putativus. Ou seja, Pai Suposto, e para abreviar o Pater Putativos escreviam apenas P.P.

E foi tanto PP pra cá e tanto PP pra lá que com o tempo o que era P.P. ficou pêpê, ou seja, Pêpe, e não Pépe como dizem por aqui. A pronúncia em espanhol é fechada. Assim sendo todos os Josés eram chamados de P.P.,  ou seja Pepe.

Mas tche, que loucura.

E assim nos países de língua espanhola José é chamado de Pepe.

Que barbaridade.

E é assim que surgem as coisas e a gente nem imagina.

Fui!



2 comentários:

  1. Olá Arthur.
    Obrigado pela visita e comentário, sempre um privilégio tê-lo em meu blogue.
    Um fraterno abraço.

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