Pelotas – Fim dos anos 20

Quem será esta linda moça, tão graciosa, vestida com o que havia de mais elegante para a época.

Pelotas era a capital da elegância, onde uma classe média em ascensão era educada, requintada e fleumática.

Quem será essa joia rara, nascida em 1916, em Passo das Pedras, no Capão do Leão, na época interior do Município de Pelotas, filha de promissores agricultores que devido a Quinta-Feira negra de Nova Iorque, que levou o mundo a maior bancarrota do Século, onde faliram empresas e bancos, como o Banco Pelotense, uma instituição honrada e forte, também foram puxados para dentro do olho do furação.

Com a falência desse Banco, seu pai, Dom José Luís Pereira de Castro viu-se descapitalizado e para cumprir com seus compromissos teve de vender sua rica bela propriedade e rumar para a cidade sem saber o que fazer.

Mas o mundo dá suas voltas e ela, agora perdendo suas perspectivas que eram tão exuberantes encontrou um jovem pobre, mas que nele acreditou.

Foi uma verdadeira história de contos de fadas, pois dentro de sua visão trazida de berço intentou que ele seria alguém, pois nem mesmo ele acreditava que pudesse dar a volta por cima.

Fê-lo estudar, engajar no Exército, fazer cursos e aos poucos, no decorre de vinte e seis anos de serviço alcançar o que seria para ele um sonho impossível, mas graças a ela e a seu esforço próprio, motivado pela bela menina do interior de Pelotas consegui alcançar ao posto de Primeiro Tenente do Exército, o que lhe deu uma vida que aos poucos foi se tornando tranquila e ambos enfrentaram a velhice com serenidade.

Mamãe, está sempre em meu pensamentos.

Mamãe Maria Joaquina de Castro Teixeira, a Quininha, a Pereirinha, que o tempo não faz apagar de minhas lembranças, assim como as de meu pai Floribal Farias Teixeira, nascido na vizinha cidade de Canguçu.