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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Pelotas e a Gripe Asiática


Em 1957, o Colombiano Celimo Montez Zuloaga iniciava uma jornada histórica na Praça Coronel Pedro Osório.

Propunha-se a pedalar sem parar, dia e noite, por no mínimo cem horas.

Loucura total, a cidade toda envolvida com o extraordinário feito.

E lá fomos nós, a noite ver o ciclista pedalando e pedalando.

No outro dia pela manhã fui novamente ver se ele continuava a pedalar, e lá estava Zulopaga, e dê-lhe pedal.

Na noite daquele mesmo dia novamente fomos todos ver o colombiano em sua bicicleta.

Ao voltarmos para casa, morávamos na Rua Álvaro Chaves 413, comecei a passar mal, e no outro dia sequer conseguia levantar-me.
Papai e mamãe preocupados disseram que era uma forte gripe e que eu deveria ficar no leito.


Na noite em que Zuloaga encerraria sua façanha, a praça estava lotada, era gente por todos os lugares assistindo aquele feito memorável.

Porém eu fiquei em casa com meu irmão mais velho, o Joaquim Luís, já que papai, mamãe e minhas duas irmãs foram assistir o encerramento da “PEDALAÇÃO”.

Tinha eu, 11 anos e Joaquim de 13 para 14 anos, e logo após nossos pais saírem de casa com nossas irmãs fui acometido de uma fortíssima febre delirante.

Mas bota delirante nisto.

Joaquim desesperado não sabia o que fazer. E eu variava, contorcia-me em dores, minha cabeça parecia que ia estourar.

Ficava em pé sobre a cama, chorava e tinha visões horríveis. Arrancava os cabelos de dor.

Aos poucos a febre foi cedendo para alívio de Joaquim Luís tão enlouquecido com a minha quase loucura.

Quando meus pais chegaram ficaram apavorados com o relato feito por meu irmão.

No outro dia, sem perderem mais tempo meus pais me levaram ao médico, e este constatou que eu havia sido acometido de uma gripe fortíssima, que havia em dez meses se alastrado do norte da China para todos os continentes. Era a chamada gripe asiática que matou mais de dois milhões de indivíduos em todo o mundo.


Ou seja:

- Eu sou um dos sobreviventes.



5 comentários:

  1. kkk Desculpe é que ainda estou rindo do surgimento do o.k.

    Mas então... cada coisa que acontece na vida da gente... depois de tantas mortes que tive hoje acredito em anjos. Ou seja lá qual for o nome.
    Abraços
    Janicce.

    Há não deixe de dar um click, quando sair o livro.

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  2. Janicce, há coisas de deixar os cabelos em pé. Como o surgimento do apelido Pepe. São tantas as coisas curiosas que valem a pena saber.
    Tão logo esteja pronto o livro anunciarei neste blogue.
    Grande abraço.

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  3. Olá,
    Pesquisando sobre Cerrito encontrei seu site. Aproveito para perguntar se saberias indicar um local em Cerrito, Vila Freire ou Pelotas...onde eu poderia encontrar informações do registro da chegada dos imigrantes italianos na região. Meus antepassados vieram da Itália, acredito que em 1892, mas não sabemos de qual cidade ou região. Desde já, agradeço sua atenção.
    Abraços,
    Marcia

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  4. Olá,
    Pesquisando sobre Cerrito encontrei seu site. Aproveito para perguntar se saberias indicar um local em Cerrito, Vila Freire ou Pelotas...onde eu poderia encontrar informações do registro da chegada dos imigrantes italianos na região. Meus antepassados vieram da Itália, acredito que em 1892, mas não sabemos de qual cidade ou região. Desde já, agradeço sua atenção.

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  5. Olá Denise.
    Honra em tê-la em meu blogue.
    Eis aí uma coisa que de momento ficarei te devendo.Realmente nada sei sobre a chegada de italianos por essa paragens. Porém vou consultar um amigo e também historiador e ver se consigo algo sobre esse assunto.
    Tão logo tenha informações, as passarei com muito prazer. Preciso de teu endereço eletrônico para fazê-lo.
    Um respeitoso abraço.

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