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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ranço III – No Supermercado




Há questão de quatro anos estava com minha mulher, meu filho Franco e minha nora Liane, para os íntimos "Piliquiti", no Supermercado Zaffari – Bourbon Canoas, fazendo compras para um belo churrasco que faríamos no domingo, pois era aniversário deste meu filho, o mais velho.

Dois carrinhos cheios até os topes.

Ao chegarmos para pagar as compras ouvi no caixa ao lado, já sendo atendidos, dois senhores bem vestidos, traje, camisas e gravatas, bem alinhados, de seus 40 e poucos anos em altos papos. Infelizmente não sou de usar fones de ouvidos como muitos fazem para não ouvir certas abobrinhas que são ditas.

E ouvi os dois respeitáveis cidadãos falando altos e reclamando do então governo Lula. Reclamavam do custo de vida, disto e daquilo com até ódio em suas colocações que as faziam alto para que todos ouvissem. E ouviam, pois o Supermercado estava abarrotado, com filas homéricas.



Diante de tal atitude desses eternos rançosos insatisfeitos, já que falavam tanto do custo de vida resolvi então participar daquele acalorado debate.

Mas o fiz como se fosse um perfeito idiota.

Enquanto minha mulher e minha nora descarregavam os carrinhos dirigi-me ao outro caixa sob os olhares de todos e perguntei como se fosse um alienado, o que eram umas frutinhas amarelas que ele estava comprando.

Os dois pararam de reclamar e o que estava comprando disse do alto de sua sapiência em frente de um “ignorante” cidadão.



- Isto são tomates amarelos importados.

- Ah! Que interessante –  E nova pergunta fiz:

- E esta garrafa o que é?

Ele impostando a voz para que todos ao redor ouvissem, disse fazendo poses:

- Isto é um legítimo Uísque, doze anos.  Respondeu.



- Uh! Que legal, disse e pegando a garrafa examinei com atenção como se nunca houvesse tido em minhas mãos ou tivesse muitas vezes saboreado um Chivas Regal 12.

E finalmente perguntei ao distinto cavalheiro cheio de poses.

- O que é isto vermelho que o senhor está levando?

Ele sob os olhares de todos, inclusive de seu amigo respondeu todo “fazido”.


- Isto é salmão. – e concluiu – E está mais barato que carne de gado.

Era o que eu queria ouvir daquele bobo alegre.

Quando ele acabou de falar eu disse alto para que todos ouvissem e ouviram:

- Veja bem o senhor, o trabalhador comum andando de automóvel, onde os estacionamentos estão cheios, as ruas abarrotadas, pois todo o mundo tem carro, pode-se hoje comprar tomates importados, uísque legítimo, comprar salmão a preço inferior a carne de gado, ou seja, até salmão hoje está na mesa dos brasileiros. – e concluí:

- Então eu lhe pergunto, RECLAMAS DE QUÊ?

Este homem ficou rubro, baixou a cabeça enquanto a outra saía do caixa indo parar bem longe.

Fiquei por um tempo contemplando a cara vermelha do burguesinho afetado, virei-lhe as costas e fui pagar a minha conta que era bem superior a do riquinho idiota.

Dá nojo desses tipos asquerosos que só sabem reclamar.


 

Glossário: 

Fazido - do Porto-Alegrês (RS) Pessoa Fingida, que quer se passar por uma coisa que ela não é. 

2 comentários:

  1. Olá,
    adorei a bela lição que destes.Virou vicio as pessoas reclamarem de barriga cheia.
    Te desejo um ótimo fim de semana e vamos comer muito churrasco.

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  2. Muito obrigado Anajá.
    Desejo a ti e a todos os teus familiares um belíssimo fim de semana, com muita PAS (Paz, Alegria e Saúde).

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