Há questão de quatro anos
estava com minha mulher, meu filho Franco e minha nora Liane, para os íntimos "Piliquiti", no Supermercado
Zaffari – Bourbon Canoas, fazendo compras para um belo churrasco que faríamos
no domingo, pois era aniversário deste meu filho, o mais velho.
Dois carrinhos cheios até os
topes.
Ao chegarmos para pagar as
compras ouvi no caixa ao lado, já sendo atendidos, dois senhores bem vestidos,
traje, camisas e gravatas, bem alinhados, de seus 40 e poucos anos em altos
papos. Infelizmente não sou de usar fones de ouvidos como muitos fazem para não
ouvir certas abobrinhas que são ditas.
E ouvi os dois respeitáveis
cidadãos falando altos e reclamando do então governo Lula. Reclamavam do custo
de vida, disto e daquilo com até ódio em suas colocações que as faziam alto
para que todos ouvissem. E ouviam, pois o Supermercado estava abarrotado, com
filas homéricas.
Diante de tal atitude desses
eternos rançosos insatisfeitos, já que falavam tanto do custo de vida resolvi
então participar daquele acalorado debate.
Mas o fiz como se fosse um
perfeito idiota.
Enquanto minha mulher e
minha nora descarregavam os carrinhos dirigi-me ao outro caixa sob os olhares
de todos e perguntei como se fosse um alienado, o que eram umas frutinhas
amarelas que ele estava comprando.
Os dois pararam de reclamar
e o que estava comprando disse do alto de sua sapiência em frente de um
“ignorante” cidadão.
- Isto são tomates amarelos
importados.
- Ah! Que interessante – E nova pergunta fiz:
- E esta garrafa o que é?
Ele impostando a voz para
que todos ao redor ouvissem, disse fazendo poses:
- Isto é um legítimo Uísque,
doze anos. Respondeu.
- Uh! Que legal, disse e
pegando a garrafa examinei com atenção como se nunca houvesse tido em minhas
mãos ou tivesse muitas vezes saboreado um Chivas Regal 12.
E finalmente perguntei ao
distinto cavalheiro cheio de poses.
- O que é isto vermelho que
o senhor está levando?
Ele sob os olhares de todos,
inclusive de seu amigo respondeu todo “fazido”.
- Isto é salmão. – e
concluiu – E está mais barato que carne de gado.
Era o que eu queria ouvir
daquele bobo alegre.
Quando ele acabou de falar
eu disse alto para que todos ouvissem e ouviram:
- Veja bem o senhor, o trabalhador comum andando de
automóvel, onde os estacionamentos estão cheios, as ruas abarrotadas, pois todo
o mundo tem carro, pode-se hoje comprar tomates importados, uísque legítimo,
comprar salmão a preço inferior a carne de gado, ou seja, até salmão hoje está
na mesa dos brasileiros. – e concluí:
- Então eu lhe pergunto, RECLAMAS DE QUÊ?
Este homem ficou rubro,
baixou a cabeça enquanto a outra saía do caixa indo parar bem longe.
Fiquei por um tempo
contemplando a cara vermelha do burguesinho afetado, virei-lhe as costas e fui pagar
a minha conta que era bem superior a do riquinho idiota.
Dá nojo desses tipos
asquerosos que só sabem reclamar.
Glossário:
Fazido - do Porto-Alegrês (RS) Pessoa Fingida, que quer se passar por uma coisa que ela não é.
Olá,
ResponderExcluiradorei a bela lição que destes.Virou vicio as pessoas reclamarem de barriga cheia.
Te desejo um ótimo fim de semana e vamos comer muito churrasco.
Muito obrigado Anajá.
ResponderExcluirDesejo a ti e a todos os teus familiares um belíssimo fim de semana, com muita PAS (Paz, Alegria e Saúde).