Reavaliando Conceitos.
Ao saber da inauguração do
Shopping de Pelotas, uni o útil ao agradável e fui com minha mulher Sandra,
natural da bela, ampla e limpa Uruguaiana a minha querida Cidade conhecer o tal
Centro de Compras, lazer e cultura e visitar algumas pessoas mui caras, como
minha quase centenária Tia Maria (98) e o caríssimo doutor Igor Menini da Silva.
Para tal fomos acompanhados de
nossos companheiros de viagens. Minha irmã Lúcia e meu cunhado Flordemar
Thomaz, ambos pelotenses como eu.
Ao chegarmos ao shopping,
com muita chuva a decepção começou.
Carros estacionados pelas
ruas adjacentes, o estacionamento NÃO coberto abarrotado, pessoas correndo sob
a chuva, pisando em poças d’água, uma visão nem um pouco bonita. Na verdade uma
visão terrivelmente feia. Um shopping acanhado, pequeno e que não será
ampliado, pois segundo informações não haverá um segundo andar, nem mesmo um
edifício garagem.
A velha e asquerosa visão do
empresariado pelotense, pequena, distorcida, pessimistas, derrotista, conservadora
e rançosa, que não quer mudar, continuam presos há um passado pequeno e se
acham os reis da cocada.
Infelizmente a minha querida
Pelotas continuará a ser uma cidade de comércio em portinhas ao longo das
calçadas do centro que está em péssimo estado de conservação, abandonado pelo
poder público onde o descaso reina absoluto, prédios sem pintura, abandonados a
própria sorte. E galerias pobres, escuras e feias que muitos de meus
conterrâneos chamam de centros comerciais e até alguns arriscam dizer shoppings,
cheias de lojinhas acanhadas, apertadas, verdadeiros cubículos.
O povo pelotense merecia
algo melhor. Um verdadeiro shopping e não um grande feirão coberto, mais se
parecendo com as feiras ocasionais que ocorrem em galpões de exposição, como as
feiras de Ibitinga e outras.
Lamentavelmente Pelotas, por
conta de um conservadorismo doentio, de um coronelismo comercial arcaico
permanecerá parada no tempo.
Saímos decepcionados com o
que vimos.
Saímos decepcionados não só
com o arremedo de shopping, mas também com o abandono de nossa cidade, ruas
esburacadas, feias, sujas.
Infelizmente mesmo nas áreas
mais recentes, onde avenidas foram projetadas largas, amplas, abertas, há
notadamente incrustado nas próprias construções o pouco alcance da visão de
futuro de meus conterrâneos que continuam construindo casinha como se ainda
estivessem no início do século passado ou mesmo antes, pois continuam no velho
formato português pobre e triste. Casinhas feias, pequenas, de janelinhas e
portinhas junto às calçadas.
Quando minha cidade dará um basta à pequenez?
Talvez muitos venham a
questionar, porém o povo da minha terra deveria rebelar-se contra o
conservadorismo, pois esse conservadorismo é rançoso, cheira a mofo e é uma
vergonha para a nossa cidade.
Já a vizinha Rio Grande,
feinha e mal cheirosa caminha a passos largos para um grande shopping, o 5R
Shopping Center (Praça Rio Grande Shopping Center) que logo estará pronto e depois, muito em breve será a vez do
Parque Shopping Rio Grande e mais adiante o Complexo Rheigantz, que juntos deixarão
nossa amada Pelotas na poeira da estrada do desenvolvimento, como já acontece
com o crescente progresso da Noiva do Mar, que é a verdadeira locomotiva que puxa a
pobre e conservadora Zona Sul.
Rio Grande, em terraplenagem.
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