Corrupto?

Cresci ouvindo falar em um tal de Corrupio.

Já adolescente tive oportunidade de ver ao longo de nosso litoral pescadores com bombas feitas de canos de alumínio e depois PVC desenterrando de nossas areias finas um crustáceo que eles diziam ser o tal de Corrupio.

E assim foi passando muitos anos e os pescadores mais letrados assim chamavam esses crustáceo. “CORRUPIO”.

Da mesma forma conheci as betoneiras, já citada na matéria deste blog com o título de “Como Escrever e Falar”. 

BETONEIRA surge da palavra betume, ou seja, inventaram, uma engenhoca, bem diferente da atual, para misturar o asfalto e a ela deram o nome de BETONEIRA, Com o tempo e já modificada, a betoneira foi sendo usada para outros fins, hoje sendo utilizada em larga escala nas obras, onde os pedreiros usam-na para misturar o concreto. Areia, brita e cimento, mais água, é claro.

Entretanto, devido à baixa escolaridade da maioria destes profissionais passaram a chamá-la de BITORNERA. E o pior é que engenheiros e arquitetos formados em cursos superiores assim se expressam. 

Mas tche, que baita baiquara!

Não há quase ninguém nesse meio que utilize a nome certo deste misturador, e quase todos chamam erradamente de Bitornera.

Nem a torneira dupla acima poderia ser chamada de bitornera, pois o correto então seria bitorneira, pois seriam duas torneiras num mesmo objeto.

Da mesma forma, o crustáceo que eu aprendi desde pequeno que se chamava CORRUPIO, não sei por qual motivo passaram a chamar de corrupto, e ainda explicam que corrupto vive escondido e é difícil pegar. (Wikipédia).

Tche! Assim realmente não dá para manter nosso idioma estável como muitos que são herméticos e não aceitam alterações. O nosso português do Brasil vai gingando de um lado para outro e novas palavras vão sendo dicionarizadas.

Os chamados neologismos.

Os corrupios se escondem nesses buracos na areia do litoral, mas são caprichosos e fazem titica do lado de fora.

Já os corruptos se escondem neste outro buraco sem fundo no Planalto Central e fazem porcaria por tudo quanto é lugar.