Povo Corrupto

É simplesmente vergonhoso o quadro da corrupção no Brasil. Tecla muito batida. Redundante, comum e sabida.

É uma coisa tão nociva, que muitos acham coisa natural, mas é uma coisa que eleva o Brasil a um lugar de destaque no cenário mundial como sendo um dos países mais corruptos, desavergonhados e sem moral do mundo.

Todos ficam perplexos e de pronto apontam a classe política como sendo a única responsável por essa vergonha nacional.

Claro está que se trata de um antro desavergonhado, hipócrita, imundos, indecente, fétido e viscoso, mesmo que raríssimos casos sejam mulheres e homens probos.

Para entender esse quadro deplorável, foi buscar na antropologia uma explicação, e nela não encontrei nenhuma espécie “Homo Politicus Habilis”, ou “Homo Políticus Erectus”, nem tampouco um “Homo Sapiens Politicus”. Não encontrei também nenhuma raça ou sub-raça dessas espécies.

Entretanto constatei após exaustivos estudos que todos pertencem a mesma espécie.

A nossa.

Então, finalmente, deparei-me com a seguinte e triste conclusão.

Não havendo uma espécie, subespécie, raça ou sub-raça política, todos eles pertencem à mesma espécie, ou seja, saem do mesmo nicho do povo, portanto tem o mesmo DNA do povo.

Não vou afirmar ser simples, e sim simplista a conclusão, que todos eles têm origem no próprio povo. O corrupto não é corrupto por ser político e sim é corrupto por ser essa a essência do nosso povo. Povo desleixado, povo sem princípios éticos ou morais, povo sem pudor e sem amor próprio, povo imoral e extremamente irresponsável quanto ao próprio país. Povo sem patriotismo, povo desregrado que vive estudando uma maneira de burlar as leis e de se mostrar avesso a qualquer regra de decência, pudor ou honradez.

Sendo assim, ser honrado é ser trouxa. Ser honesto é destoar e ser chamado de otário. Ser educado é ser confundido com fraco.

O negócio é ser troglodita, mal educado, desavergonhado e se mostrar como tal.

Mais uma vez vou relembrar do francês Gobineau, quando afirmava no Século XIX que as características do povo brasileiro, se não houvesse uma rápida mudança, seria uma das populações mais daninhas e desavergonhadas do mundo.

Ria-se do povo brasileiro e dizia com todas as letras que ser Ministro (Embaixador) da França no Brasil era um castigo, pois tinha que conviver com esse povinho feio, miserável, ignorante, que mais pareciam animais selvagens do que gente.

Não culpem somente os políticos, pois ninguém nasce político, apesar de ser o homem um animal político, ele, o político é o reflexo cristalino e contundente da baixa envergadura moral de nosso povo, seja esse povo o simples e despossuído cidadão ou os chamados cidadãos de primeira linha, a elite maior desta imensa e rica Nação, não importando quem.

E isso podemos constatar em todos os segmentos da sociedade, pois basta ter uma chance para mostrar o quão imoral e desavergonhado é. Infelizmente.

O Brasil, em sua maioria é na verdade uma sociedade corrupta por princípios morais. É uma sociedade corrupta por índole.

Vemos pipocar em todos os mais de cinco mil municípios brasileiros denúncias de escândalos envolvendo desde vereadores, esse antro onde tudo começa, aos mais altos cargos da República, civis e militares.

Vemos agigantearem-se hordas malignas que emporcalham o nosso país. Isto é de origem histórica e não de situação socioeconômica. Isto está no cerne da sociedade, está em sua composição, no seu DNA.

Haja visto o número de empresários que estão sendo denunciados e muitos já presos pelos escândalos dentro de nossa maior empresa estatal, a Petrobras. E esses empresários não estão investidos de nenhum cargo político. São corruptos por serem de DNA desavergonhado conforme o povo.

Se pegarmos o povo em geral, a esmagadora maioria, diria até, percentuais assustadores de mais de 80%, é por índole corrupta, má e desavergonhada, e por tal, nociva. Tais percentuais repetem–se nos diferentes segmentos da sociedade.

Urge a necessidade de um trabalho mui amplo e principalmente profundo para extirpar de nosso meio esses elementos tão daninhos que fazem do Brasil uma vergonha mundial.

Entre muitas coisas que preconizo e luto para que aconteça é uma mudança radical nas leis, na extinção das câmaras de vereadores e do senado federal, e da mudança radical da maneira como são escolhidos os Juízes, principalmente os do Supremo, que deveriam ser eleitos para um mandato de no máximo oito anos. Assim não seriam indicados por nenhum presidente da república.

Substituição das câmaras de vereadores por conselhos distritais, sem assessoria e sem salário, servindo apenas como pré-requisito para qualquer outro cargo eletivo. (Maldita hora em que Geisel reintroduziu os salários de vereadores).

Pois o que faz um vereador para ganhar o que ganha. Tudo que possam fazer não justifica o salário que percebem, as vantagens que acumulam e as aviltantes diárias que consomem.

Seções e mais seções são feitas para discutirem troca de lâmpadas em postes, mudança de local de parada de ônibus, notinhas ridículas de agradecimentos, felicitações e outras tantas coisinhas sem importância, que para tal não se faz necessário existir tal cargo.

Um antro nojento, pestilento e viscoso que só serve para onerar os já falidos orçamentos municipais. Antro que tivemos a tristeza de ver em Canoas, como acontece em outros municípios, onde vereadores desavergonhados extorquiam e extorquem o salário de seus assessores e não dá nada. Ficam impunes esses bandidos, assim como os desavergonhados que vendiam pretensas vagas em creches. Depois criticam Fidel Castro por ter passado milhares nas balas del Paredón. Mas é o que mereciam esses vigaristas travestidos de edis.

Redimensionar e reorganizar as Assembleias Legislativas, acabando-se com essa orgia que os mesmos fazem, como por exemplo, em nosso Estado, onde até aposentadorias especiais eles aprovaram, onde cada Deputado teria no máximo dois assessores e se mais quisesse deveria pagar de seu próprio bolso e não os mais de 2.550 funcionários que por lá se amontoam. Muitos dos quais sequer comparecem ao expediente conforme já foi denunciado pela imprensa.

Dissolução imediata do Senado, transformando o país em uma República Unicameral, mais ágil e transparente, conforme são muitos países democráticos e desenvolvidos.

Porém a grande transformação estaria na forma de pensar do povo, pois pertencemos a um povo sem estatura moral, um povo do jeitinho, um povo do levar vantagem, um povo desavergonhado, inconsequente, daninho e imoral.

Infelizmente a esmagadora maioria assim age e assim pensa.

Um povo que fura o sinal, não respeita faixa de segurança, não respeita vagas de idosos e deficientes, que subtrai material de expediente, chega atrasado ao serviço, vive estudando uma maneira de passar os outros para trás, se acha alguma coisa perdida leva para casa, ocupa áreas de marinha ou públicas, tornando-se proprietários, invade terras devolutas, usa de áreas públicas, achando que se é publica a ele pertence, queima florestas, envenena rios, defende torturadores, ensina os próprios filhos a serem mal educados, não impõe limites e sempre diz que o filho se juntou a más companhias e jamais admite que o filho seja a má companhia.

Assim sendo este não pode ser um país sério.

Não pode ser um país sério quando seu povo é relaxado, povo que joga lixo em via pública, povo que picha monumentos e próprios públicos e privados, povo sem educação, que tem o prazer de ser molambento. Povo de maioria bagaceira, sem escrúpulos e sem educação, sem berço.

Não vejo solução através do atual modelo, pois em todos os lugares encontramos pessoas ávidas em tirar proveito de uma situação ou levar vantagem de alguma forma.

Um povo que desrespeita as leis, um povo que não tem responsabilidade na hora de votar, um povo avesso às coisas certas.

Como vamos ser um país sério se o povo é o mais desavergonhado possível, onde não há respeito, onde não há educação, onde não há seriedade.

Ou se passa o país a limpo, recriando-o ou o reino da chamada “marmelândia” continuará a existir e a barbárie continuará a se impor aos poucos, probos e pacatos cidadãos que tem que conviver com a brutalidade e a falta de vergonha.