Certa feita, quando eu tinha
dezesseis anos, na cidade de Pelotas passeava com um amigo e encontramos Dom
Antônio Zattera, Bispo da Diocese dessa cidade, ao lado da Catedral São
Francisco de Paula, ele, o amigo foi logo beijando a mão do Bispo, porém o
Bispo se fosse vivo estaria até hoje com a mão levantada para ser por mim
beijada.
Dom Antônio Zattera.
Eu, educadamente o
cumprimentei olhando em seus olhos e apertei-lhe a mão, segurando-a firme para
baixo e pronto, apesar do esforço que o mesmo fizera para levantar a mão.
Azar.
Pelotas - Catedral, envolta em nuvens negras.
Assim minha saudosa mãe nos
educou dizendo. “não se beija mão de ninguém, nem mesmo do teu avô”, no que ela
estava corretíssima.
E dizia mais – “não se sabe
por onde essa mão andou”.
Corretíssimo.
Então brasileiros, deixemos
essa “síndrome da inferioridade” de lado e sejamos autênticos.
Assim como acho uma coisa
nojenta, é ensinar as crianças a serem inferiores e também pedir a tal de BENÇÃO.
Eu escrevi BENÇÃO e
não “BENÇA”,
como dizem os cariocas. “Bença” quem fala é estrupício analfabeto, pois o
correto é Benção.
Pobres crianças, ingenuamente
ficam beijando mãos sujas, imundas e fedidas porque assim seus pais, tios e
agregados ensinam.
Que nojo.
Com tanta coisa para ensinar a uma pobre criança, ensinam logo a ser inferior e
a beijar qualquer mão suja, seja ela de quem for, avô, avó, velho, novo, tio,
estranho e até mesmo de religiosos, ainda mais que esses são os que tem as mão
mais sujas de tanto manusear dinheiro que avidamente é arrancado desse povo
parvo.
E que poder pode ter algum
analfabeto ou espertalhão para abençoar este ou aquele.
Aqui no Rio Grande do Sul
esse hábito não é usado, pois nem mesmo as crianças Gaúchas são inferiores a
qualquer um, porém no Brasil central é de dar nojo ou pena.
Estive viajando pelo
Centro-Oeste e fiquei enojado ao ver as pessoas ordenando seus filhos a beijar
mão deste ou daquele, um hábito que se perde no tempo.
Vá te catar meu. Devemos em
primeiro lugar respeitar as criancinhas e não fazê-las inferiores, e isto não
quer dizer que não devemos educá-las com coisas pertinentes e sérias.
Isto não é educação nem
respeito, é puro atraso.
Caia na real, estamos no
Século XXI, não mais na Idade Média, e ensinar essa babaquice para as nossas
crianças é retroceder ao tempo da total submissão.
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