E ela adentrou a sala de
aula, resoluta e confiante.
Em seus passos miudinhos foi
se aproximando de sua classe com classe, esguia, empinada, ostentando em seus
tenros 10 ou 11 aninhos uma personalidade forte e séria.
Não a conhecia e talvez ela
já tivesse me visto no pátio da Escola.
- Olá! - Disse olhando seus
olhinhos brilhantes.
Ela respondeu séria e
permaneceu em pé atrás da cadeira, com as duas mãozinhas segurando a guarda
desta.
Era uma linda menininha,
dona de si, e ali em pé permaneceu.
- Como é teu nome.
Perguntei, pois já havia feito à chamada.
Ela sem sorrir proferiu o
seu nome e sentou-se.
Linda menininha que com o
passar dos dias fui mais e mais me cativando pela sua inteligência, educação e
carinho.
Carinho que com o passar das
semanas foi se tornando em um bem-querer.
Bem-querer que solidificado
passou a uma amizade forte e sincera.
Mas não precisou chegar ao
fim daquele primeiro ano para ter nela o respeito de um pai zeloso por uma filha amada e competente.
A menininha séria havia se
acomodado em meu coração, e nele permanece até hoje.
18 anos passaram, mas ela
continua sendo a menininha que numa manhã adentrou não só a sala de aula, mas,
sorrateiramente entrara em minha vida.
Orgulho da família, do
esposo que também foi meu aluno, e do professor coruja que a carrega sempre bem
juntinho a seu peito do lado esquerdo.
Sábado passado fui à Porto
Alegre, atravessei a cidade até a PUC, Pontifícia Universidade Católica, era sua graduação, afinal de contas ela
é também um pouquinho fruto dos anos que foi minha brilhante aluna na 5ª, 6ª.
7ª e 8ª Série, na Escola Lourdes Fontoura em Sapucaia do Sul.
Que orgulho senti ao vê-la
graduada, linda e sorridente, mas juntos e abraçados deixamos é lógico que
sorrateiras lagrimas rolassem.
Emoção.
Orgulho.
Imenso e puro amor.
Filha amada.
Bonequinha encantada que um
dia entrou em minha sala de aula.
Amada Lucilene.
Te amamos muito.
Pedro e Sandra.
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