Quando se fala em escravidão
o que vem logo a cabeça das pessoas são os negros acorrentados como bichos
sendo chicoteados, trabalhando de sol-a-sol, judiados e famintos.
Muitos nem sonham que a
escravidão é um sistema tão antigo quanto a humanidade, e temos no decorrer da
história trágico relatos e maneira cruéis, hediondas de escravização.
Na culta Grécia havia a
escravização hereditária, ou seja os descendentes de escravos brancos continuariam
a ser escravos. Isto ainda, em outro patamar acorre, por exemplo, na sociedade
de castas, onde os filhos dos intocáveis continuam sendo intocáveis, como
ocorre na Índia e que a Rede Globo teve o desplante de dar como exemplo de
maior democracia do mundo. Puro e fedido ranço de quem em suas informações
sub-reptícias quis dizer que a China então não é democracia. Ou seja, malhar,
malhar e malhar. Não importando que seja de conhecimento geral, pois o papel
dessas emissoras de TV é fazer sempre o sensacionalismo, marrom, barato e
podre.
Na antiga Grécia o homem
livre, mesmo grego era transformado em escravo, ele, sua mulher e filhos, se
não conseguisse saldar uma dívida.
Brancos loiros romanos
escravizavam loiros bárbaros, quer fossem gauleses, bretões, germânicos, gregos
ou mesmo romanos. Havia também escravos negros em Roma como os númidas, povo
berbere, semi nômade do norte da África.
Na antiga Roma houve a
grande revolta dos escravos, onde a maioria absoluta era formada de homens
brancos, que a partir do ano 74 a. C. liderados por Spartacus passou a ser o
grande pesadelo do Império Romano.
Brancos eram caçados por
piratas negros no litoral sul da Europa e levados como escravos para o interior
da África, hoje se sabe que isso aconteceu, e que mais de um milhão de brancos
foram assim escravizados por negros, o que é infinitamente menor do que
aconteceu com os negros, mas tão hediondo quanto.
No tempo das Cruzadas, milhares
de crianças que iam combater o islã, na conhecida Cruzada das Crianças, foram
vendidas pelos bispos como escravas, no norte da África.
Porém a grande e mais
conhecida escravização, foi a dos negros que ocorreu sistematicamente com os
descobrimentos, onde para a América mais de dez milhões de negros foram
trazidos na condição de escravos para todo o continente americano, da Argentina
ao Canadá.
Assim como os índios que
eram escravizados pelos cristãos portugueses e espanhóis.
Mas quem fazia o serviço
sujo?
Hoje, muitos por vergonha
omitem de falar sobre isso, mas estudos mostram que na África os negros eram
caçados, ou preados por negros que os levavam para o litoral onde eram comercializados,
o que ainda acorre obviamente em menor escala.
Povos de etnias diferentes
se odeiam a ponto de levarem a cabo verdadeiros genocídios como o ocorrido
entre Tutsis e Hutus em Ruanda.
Muitos negros
especializaram-se com verdadeiras empresas de caça, fazendo incursões ao
interior do continente, matando quem oferecesse resistência e acorrentando
brutalmente negros que após, muitas vezes sem alimentação ou água, eram vendidos
para os traficantes brancos sediados no litoral.
Homens, mulheres e crianças
negras eram preados como se fossem bichos e levados por negros a serem vendidos
aos brancos.
Hoje se sabe que muitos
negros escravos no Brasil, logo que libertos compravam negros para servirem de
seus escravos e de acordo com Ronaldo Vainfas, não havia igualdade em Palmares.
Tanto Zumbi, esse herói questionável, como seus generais possuíam escravos
negros a seus serviços, assim como hoje se estuda os casos de negros que tão
logo conseguiram sua liberdade passaram a ser traficantes de negros.
Negras como Bárbara Gomes de
Abreu e Lima, tinha em seu casarão em frente a Igreja Matriz de Sabará sete
escravos negros, e no testamento da negra angolana Isabel Pinheira deixava
escrito que seus escravos deveriam ser alforriados quando ela morresse. Isto
aconteceu em 1741, além da negra Bárbara de Oliveira que tinha apenas 22
escravos.
Poderia aqui citar mais e
mais casos de negros e negras que possuíam escravos, vendiam negros, traficavam
e separavam familiares, porém há muito pouco espaço para tantos barbarismos, e
isso é encontrado em centenas de livros especializados.
Há casos sabidos de nobres
africanos que para se manterem no poder e viverem nababescamente traficavam
negros com os brancos.
O ódio racial encontrado em
todo o mundo não é diferente do ódio encontrado na África entre diferentes
grupos étnicos, mas o mais cruel e injustificável ódio é o levado a cabo pelas
religiões que são pródigas em maldades.
Também não se pode apenas
culpar o traficante pela existência da escravidão, seja ela branca ou negra,
pois o que movimentava a escravidão era a necessidade que tinham em possuir
força braçal barata e abundante, o traficante achou esse nicho de trabalho e
dele tirou proveito, mesmo que de maneira tão desumana.
É como hoje, o culpado pela
desgraça chamada crack não é simplesmente o narcotraficante e sim quem faz do
crack um produto tão consumido, ou seja, o usuário.
O mal está na ponta
consumidora.
Porém isto nos leva a uma
reflexão sobre esse bicho chamado homem.
Não há sobre a face da Terra
animal tão daninho, perverso, desapiedado e oportunista quanto esse animal que se diz ser humano.
E essa besta cruel tem a
veleidade de se achar filho de um deus.
Mas bah! Bota bicho pretensioso nisto.
Escravidão Branca/ Negra o simplesmente escravidão. Mas valeu ler o testo.
ResponderExcluirOlá Caríssima Ativa.
ExcluirConcordo contigo plenamente quanto ao filme "Cidade dos Anjos", muito marcante onde, como sempre sobressai Nicolas Cage, e também a bela Meg Ryan, lindo filme, apesar de seu final inesperadamente trágico e também concordo com o teu comentário, escravidão é simplesmente escravidão. Mas o que me levou a escrever sobre a escravidão é que, e como professor por muitos anos pude observar, grande parte de nosso povo pensa que somente os negros foram escravizados através do tempo e o que é simplesmente abominável é que a bíblia, tida por muitos como palavra de deus, não só aceita como normal a escravidão como a organiza e incentiva.
Valeu sua participação, minha caríssima, fiquei mui honrado.
Que tenhas um ótimo 2016.
Saudações.
Prof. Pedro