Finalmente chegamos a São
Miguel das Missões. E de longe já podíamos ver o magnífico Pórtico, onde,
obviamente fizemos uma parada para fotografá-lo, e sentir no vento tênue que
soprava uma história tão rica, tão maravilhosa que a insanidade humana
destruiu.
Portugal e Espanha, inimigos
viscerais uniram-se para terminar com uma das mais pungentes sociedades que
surgia no Novo Mundo, onde jesuítas, muito antes de Karl Marx, muito antes de
Lênin, ousaram em construir uma sociedade pré-comunista e foram dando formas a
essa sociedade praticamente sem classes sociais, onde o trabalho, a arte e o
bem-estar eram a tônica, isenta de vícios e maldades, a mais notável utopia.
Entretanto a ganância
europeia, o desrespeito e a prepotência terminaram por aniquilar esse sonho.
Bruno admirando como era organizada essa redução.
Portugal e Espanha
aliaram-se para por fim a esta maravilhosa sociedade, mas que encheu de amor
pela terra os guaranis, que liderados por Sepé Tiaraju lutaram para salvar suas
reduções, mas que infelizmente não resistiram a força dos invasores e após
terem matado mais de 1500 valorosos índios, destruíram o povoamento.
Maísa a pequena e linda guarani.
Ficaram apenas as ruínas em
meio do campo que somente duzentos anos depois começou a ser estudado e
preservado, mas quase tudo que ali existia foi saqueado, destruído, arruinado.
O trabalho feito pelos
jesuítas nessa região foi acima de tudo uma tentativa verdadeiramente cristã de
ver a sociedade e assim a organizá-la, pois onde os cristãos entraram, quer
seja na África, na Ásia, na Oceania ou nas Américas o que levaram foram a fome,
a destruição, a escravidão, as doenças e os vícios. E não se pode esquecer que
além desses males, os cristãos, sejam católicos ou protestantes levaram também
o genocídio e a eliminação de maravilhosas civilizações.
Sandra contemplando o trabalho feito pelos índios ha mais de 200 anos.
Posso ser repetitivo, mas
exceto essa tentativa jesuíta na América do Sul, a cristandade em sua saga
viscosa só deixou destruição e morte por onde passou. E isto podemos ver na
história macabra da dita Santa Inquisição, das Cruzadas e de todas as milhares
de guerras que fizeram e fazem em nome de Deus.
Estou aqui com o Sr. Castanho.
Hoje mais ainda se vê. São
atentados, assassinatos e todo o tipo de maldade que fazem em nome de Alá ou
Jeová, seja lá o nome que tenha esse Deus tão complacente com a barbárie humana.
E aqui, com Aniceto, um remanescente Guarani.
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