Saímos de Rosário do Sul,
logo depois do almoço, e sem delongas partimos novamente carreteira a fora
rumando para a nossa conhecida Alegrete.
Fomos recebidos por um
Pórtico em estilo arrojado como foi e é a cidade.
Conhecida
não só pelo fascinante Canto Alegretense, composto por Nico e Bagre Fagundes,
mas também pela sua história que remonta a 1801 quando José Francisco Borges do
Canto e Manuel dos Santos Pedroso, ambos naturais do Rio Grande do Sul,
conquistaram para a coroa portuguesa o território das missões ao norte do
Ibicuí e que será anos depois a terceira capital Farroupilha.
Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão.
Alegrete apresenta em seu casario de origem
portuguesa, casas geminadas, baixas, junto as calçadas, com um aspecto triste,
como se o tempo por ali não passasse. E se passou esqueceu de impregnar o novo
o que contrasta com edifícios e prédios mais modernos ao longo de suas ruas
estreitas, asfaltadas ou pavimentado com paralelepípedos.
Na Praça central, árvores melancólicas,
cheias de epífitas e parasitas, algumas verdejantes e outras secas e velhas que
lhe dá um aspecto nostálgico e até triste.
Nela encontrei um grupo de jovens com aspecto
notadamente de origem guarani e alguns de descendência afro, mas todos jovens
como são os jovens em todos os lugares, contaminados pelo modismo de roupas
extravagantes porém ainda guardam um aspecto notadamente interiorano e alguns
adultos sentados em seus belos bancos de cimento, em silêncio como se esperando
a tempo passar.
Suas lajotas em estilo mais recente, servem
de caminho para passos lentos de pessoas pensativas e simples, alguns até meio
bacudos, mas que carregam o orgulho de serem daquela querência, que por ali
passam em direção ao trabalho ou simplesmente passam para não ficarem parados
no tempo como muitos.
Ao centro da praça encontramos o monumento
ímpar ao Piá de Estância, figura macanuda das fazendas rio-grandenses. Tão
macanuda que se confunde com a própria historia e “causos” de nosso Estado.
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