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domingo, 26 de abril de 2015

Injustiça


Não sou nenhum deus, não sou esse ser mitológico que embota as mentes, que torna as pessoas totalmente reféns da ilusão, portanto não sendo uma deidade posso ter os meus defeitos, que vão dos simples rezingar até os mais altos níveis de não querer bem, de não amar ou o de não ser justo, porém com os meus FILHOS procuro sempre botar as coisas na balança, ou seja, o que é para um é para todos.

Não costumo e não gosto dar presentes aos filhos, filha, noras e neto. Substituí há muito tempo por uma espécie de abono.

Natal, páscoa e aniversário em vez de dar uma camiseta, uma bermuda ou um utensílio para casa, não o faço, pois cada um tem um gosto ou uma necessidade, e dar um utensílio doméstico para uma mulher é de um mau gosto acima de qualquer expectativa.

Pois assim procedendo tu estarás dando um presente para a casa e não para a dona da casa.


Ao invés de dar um presente então, para ser mais justo dou o tal abono, e todos recebem igual.

Se der de aniversário a um filho, por exemplo determinado valor, todos os outros, inclusive noras e netos receberão a mesma quantia.

Se por ventura, como já aconteceu, ajudar um filho com uma determinada coisa, assim que puder os outros também receberão igualmente.

Portanto, sendo um simples mortal, cheio de defeitos procuro ser justo com os meus FILHOS.

Isto não vamos receber por parte deste tão amado deus, que a uns dá a rodo enquanto a maioria amarga a fome, a miséria, as doenças, o desemprego, as injustiças.

Entretanto esse povo parvo vive falando que deus deu isto ou deu aquilo. Que a mão de deus amparou neste ou naquele momento. E por aí se vai uma lista infindável de besteirol.

Observem e veja por si mesmo o quanto esse povo é simplório.

Ainda esta semana ouvi uma frase que realmente me deixou revoltadíssimo:

Em determinado acidente, onde várias pessoas morreram uma se salvou.


PRO-BA-BI-LI-DA-DE.

Entrevistada dias depois a simplória disse:

- Foi a mão de deus que me protegeu.

Na hora quase explodi, pois gostaria de perguntar a esta pessoa simplória e cheia de presunção.

- E os outros?

Deus não os salvou. Deus não deu as mínimas.

Entre tantos porque só um idiota foi salvo?

Ah! Ah! Algum simplório dirá:

- Havia chegado o momento dos outros.

É sempre isto que  dizem os coitadinho. Fique então com a boca calada, assim não entrará moscas.


Outro caso ocorreu em uma praia do nosso litoral. Fato já contado neste blogue.

Duas senhoras caminhavam em direção à praia e a frente iam três menininhas.

Logo atrás delas ia eu, silenciosamente, quando uma delas disse que a cadela do doutor fulano que ficara solta no fim de semana, atravessara várias vezes a rodovia chamada Interpraias, mas deus a protegia.

Injuriado e cheio de raiva saltei quase a frente dessa idiota e perguntei:

- Mas que deus é esse que protege uma cadela durante o fim de semana, enquanto isto só no sábado, quatro pessoas morreram atropeladas na mesma Interpraias. Fora as milhares de outras que foram atropeladas em todo o mundo.


As duas, apavoradas calaram a boca, e duvido que tenham dito mais bobagens.

Para encerrar. Há tanta injustiça no mundo que é muito difícil acreditar em um deus justo. Em um deus.


Mas tem gosto para tudo, até para comer insetos. Uns por paladar, outro por necessidade.

Mas esse deus que te condena às chamas eternas do inferno, para ser torturado, judiado, maltratado, queimado, esfolado por todo o sempre, te ama...

KKKKKK.


PS. E os meus filhos não vivem rezando feito dementes para receber de mim, presentinhos.

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