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sábado, 11 de abril de 2015

Lé Com Lé, Cré Com Cré – Um Sapato Em Cada Pé.


Como título estou usando uma música de nosso genial nariz, digo, compositor Juca Chaves para, de maneira descontraída falar sobre o Sapato.

Hoje temos uma infinidade de modelos de sapatos para todos os gostos, classes sociais, cores e preços.

Até os anos 50 era comum ver homens, trabalhadores e algumas mulheres andando pelas ruas de Pelotas, que sempre ditou moda no Brasil, sendo a cidade mais fleumática do país e a de maior cultura, descalços, imaginem o resto do país. Que miséria. 


Lembro-me, o que já escrevi neste blogue, que no inicio do inverno de 1956, mamãe mandara que eu fosse até o armazém do Oliveira comprar pão para o café da manhã, era antes da sete horas e o dia ainda não havia clareado, quando ao chegar na esquina das Ruas Tiradentes com a Álvaro Chaves fiquei perplexo ao ver um lote de trabalhadores que iam para o Anglo ou Fiateci, em pleno inverno, frio e úmido, sem nenhuma proteção em seus pé, e com camisas finas encolhidos de frio.

Era um país extremamente miserável.

Ou seja, Pelotas era dividida entre a opulência de uma elite mestiça como o povo, mas metida a besta, afrancesada e rica, e o povo pobre ou, a maioria miserável.

Porém voltando ao sapato, artigo tão útil e necessário surgiu há mais de 10 mil anos. Obviamente tratava-se de um tosco equipamento para proteger os pés dos homens primitivos. 


Eram no início tiras de couros atadas aos pés que evoluíram para toscas sandálias.


Este tipo de proteção surgida há milhares de anos ainda sobrevive em algumas regiões do mundo.


Em nossa República do Rio Grande do Sul, na Argentina e no Uruguai, os primeiros Gaúchos usavam tiras de couro envolvendo os pés. Loncas ainda verdes, que eram atadas aos pés e quando começavam a estrangulá-los, pelo ressecamento elas eram retiradas e atadas novamente, assim iam tomando a forma do pé, ou eram botas feitas de garrão de potro que, algumas deixavam os dedos do vivente de fora.


Os sapatos que evoluíram desde os homens das cavernas, somente durante o Império Romano é que foi ter o corte feito um para cada pé, ou seja, a sola começou a ser cortada uma para o pé direito e outra para o pé esquerdo.

Com o fim do Império Romano a humanidade cai abruptamente num período de total ignorância, e os sapatos um para cada pé foram esquecidos e voltou-se a usar toscos artefatos cuja sola não respeitava as diferenças ortopédicas.

Provavelmente isto perdurou até o final do Século XVIII, quando novamente passou-se a usar uma sola para cada pé. Portanto observe nos filmes de época como isto não é respeitado e vemos os atores usando botas com corte específico para cada pé, quando isto não era feito.


Hoje temos essa profusão incalculável de modelos, tipos e preços de sapatos que vão dos mais baratos sapatos chineses que custam 10 ou 15 reais (até menos), aos mais caros, verdadeira peças impensáveis de comprar, somente os milionários, como os belos e femininos da Stuart Weitzman e Le Vian Evening Shoes que produzem sandálias a partir de 1,5 milhões de euros.


Já a joalheria Harry Winston lançou para comemorar os 50 anos do filme O Mágico de Oz, um sapatinho em rubis e diamantes que custaram 3 milhões de dólares.

E no mundo tem gente passando fome.



Tô nem aí! Dirão os poderosos.

2 comentários:

  1. Boa noite, Prof. Pedro! Passei aqui para uma leitura e vi comentários sobre a cidade de Pelotas. Conheci a cidade a pouco tempo e fiquei encantada, gostei muito. O blog está muito bem de visual. Os assuntos são polêmicos, muito bom. Faz alguns meses que minha mãe foi para o céu. E eu sempre serei agradecida pela sua atenção em me enviar cópia do livro que ela tanto gostava "o orgulho quebrado pela força de amor e destino". Ela ficou muito feliz e agradecida. Paz para sua família, muitas alegrias. Um abraço!

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  2. Caríssima Noemi.
    Dizer o quanto fico contente com sua visita seria redundante, me apraz muito não só com a sua visita como com o seu comentário. Comentário de uma pessoa tão amável, educada e culta.
    Lamento profundamente o passamento de vossa saudosa mamãe, e se, mesmo no fim de sua profícua vida dei a ela a alegria de reencontrar o "Orgulho Quebrado", de certo fiz a coisa certa, no momento certo. Aliás, fizemos.
    Almejo muita saúde e paz.
    Fico sempre ao seu dispor, com alegria em reencontrá-la em meu blogue deixo aqui
    um respeitoso e fraterno abraço.
    Prof. Pedro.

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