PS

PS

SEGUIDORES

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Fotografia

                                Sebastião Salgado

Para mim e para milhões de pessoas, Sebastião Salgado é o melhor de todos e tudo que se possa falar sobre este gênio da fotografia seria redundante, pois deste mineiro nascido em 1944 tudo, acho eu já foi dito, pois sua genialidade percorre o mundo como exemplo de um dos maiores fotógrafos de todos os tempos.

Fotografar não é sair por ai com os melhores equipamentos clicando aqui e acolá, pois se não tiver o olho mágico de um gênio, poderás tirar boas fotografias, porém muito aquém de uma verdadeira obra de arte. 

Esta é reservada a poucos.

Poderia citar centenas, porém para tal basta entrar na Internet e pesquisar.

                Mozart Passos

Em 1963/64, com o tradicional fotógrafo Mozart Passos, que tinha o seu estúdio em Pelotas, na Rua General Argolo 315, aprendi alguma coisa sobre fotografia, não somente a clicar máquinas Rolleiflex, Yashica e outras, como uma extravagante máquina russa que fotografava em 160º, cujo nome se perdeu de minhas lembranças, aprendi também lidar com sais e líquidos, preparar as poções mágicas que revelavam tanto os filmes como o papel, que conforme ia misturando os ingrediente em grandes frascos, os mesmos aqueciam ou se tornavam tão frios que a umidade do ar condensava na parte externa dos recipientes.

                  Druída Panoramix, preparando sua poção mágica.

Sentia que era um verdadeiro Druida das florestas de Carnutos na antiga Gália de Vercingetorix, fazendo miraculosas infusões que possibilitavam formar imagens em preto e branco chamadas retratos..


Me sentia como num filme de ficção em um laboratório escuro, luz vermelha, reveladores, interruptores, fixadores, ampliadores, cheiros e gostos das poções, dos papéis e dos filmes, e muitas vezes em plena escuridão ouvindo apenas o tic-tac constante e cadenciado do cronômetro, que soava estridente quando o tempo de revelação expirava.

E assim revelei o filme e a melhor fotografia que tive a oportunidade de fazer em minha vida. Foi na Praia do Laranjal, em Pelotas, o que já foi publicada neste blogue, mas que torno a expô-la, não só por sua beleza, como, e principalmente pelas belas meninas pelotenses, As Sete Meninas, hoje senhoras entre os sessenta e setenta anos, ou mais.

                   As Sete Meninas de Pelotas

Porém fotografar não só depende do fotógrafo, sua destreza em eternizar um momento, ter o sentido apurado para fazer, nem também utilizar-se do que há de melhor em equipamentos, depende também do alvo a ser clicado.

Para mim, as melhores são aquelas fotos naturais e inesperadas, são fotos lindas que retratam o momento como ele é, mas infelizmente quando tu prepara-te para clicar uma cena natural, onde pessoas estão absortas conversando, alguém, não sei por qual razão sai da naturalidade o que estraga o que poderia ser uma excelente fotografia.


Não sei por que cargas d’água sempre em um grupo aparecerá um bobalhão para fazer “guampinhas” por trás da cabeça de quem está ao lado. Verdadeiros simplórios, ridículos, idiotas e palhaços, ou ao ver a máquina virada em sua direção inclina-se artificialmente sobre a pessoa que está ao lado, ficando com o tronco torto e a cabeça também torta. Talvez faça isto por ter a mente torta.

Certa tarde em um belo passeio a pé, por um lindo campo verde e florido, passeava com minha mulher e um parente dela e quis registrar aquele reencontro emocionante, um reencontro de mais de 40 anos. Adiantei-me e no momento em que virei para fotografar os dois caminhando lado a lado, ela com as mão carregadas de flores, ele ao perceber minha intenção inclinou-se para o lado dela, e a fotografia saiu uma coisa antinatural. O que seria um belo e emocionante momento tornou-se uma coisa horrível, ela naturalmente caminhando sobre um belo gramado que se perdia de vista, emoldurado por belas árvores, palmeiras e flores e ele todo torto.


Para tal as pessoas a serem fotografadas tem que agirem espontaneamente e não ficar fazendo poses ridículas, caras e bocas simplórias e sorrisos falsos e forçados.

Há fotografias que registram momentos hilários, onde os que compõem o grupo fotografado fazem extravagâncias. Porém quando é um instantâneo, um registro histórico e único, este será realmente bonito se for o mais natural possível.


Ao ser fotografado aja com naturalidade, sem aqueles sorrisos forçados e falsos, sem trejeitos ou poses antinaturais, seja o mais você possível, pois assim é a própria vida.

Caras e bocas ficam hilária e selfs, tiradas em profusão usando para tal milhões de celulares, porém fotografia é outra coisa. Fotografia deveria ser para todos, uma arte. E arte é para poucos.

O choro, a tristeza, a alegria, a surpresa são elementos que podem nos levar a diferentes estágios emocionais, porém são como a vida é.

Nota:

Guampinhas Diminutivo de Guampas. No Rio Grande do Sul, guampa significa aspas, cornos, elemento pontiagudo que alguns animais têm em suas cabeças como elemento de defesa. Dizem que os homens ou mulheres tem na cabeça quando traídos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário