Transcrevo
abaixo um trecho de meu livro sobre memórias onde relato um acontecimento que
envolveu meu avô paterno Lourival da Rosa Teixeira. É revoltante, é triste e
também é de rir para não chorar, por conta do que pensava um menino de apenas 5 anos.
Infelizmente
houve no meu Brasil, durante a ascensão do III Reich muitas ondas de racismo orquestradas por uma
maioria de imigrantes que se achavam alemães e discriminavam os brasileiros,
donos da terra, e hoje essa mesma maioria ainda posa de vítima.
Foram
sim racistas, nazistas extremados que tentavam desfazer dos brasileiros.
Levaram o que mereciam. Pena que para alguns foi pouco, pois mereciam muito
mais que simples prisões e “perseguições” como alguns dizem.
Sargento Wolff.
Porém
muitos descendentes de imigrantes alemães não se deixaram enganar pela propaganda nazista,
muitos dos quais foram para a Itália lutar contra a Alemanha, como o Sargento
Max Wolff Filho, herói brasileiro morto em ação no campo de batalha, e outros.
Na época Sargento Frederico Schwanz, meu padrinho
Meu
próprio padrinho de sobrenome Schwanz, na época também sargento, estava a
postos para seguir para a Europa lutar conta a Alemanha Fascista, para lutar contra
Hitler e suas hordas, juntamente com ele estava meu Pai também Sargento que
felizmente não foram, pois antes do embarque a Guerra veio a terminar.
Na época Sargento Floribal Teixeira, meu pai.
Vamos aos fatos:
Meu avô Lourival com seu pobre
comércio instalado na Rua Almirante Barroso, permaneceria até ser contratado pela
Intendência de Pelotas, nos anos trinta, durante a era Getúlio Vargas como
professor, momento em que, devido ao seu deslocamento para o interior do
município sua sogra e seus dois filhos voltaram a morar na Vila Caruccio, junto
com minha avó Idelvira.
Em 1934 com essa nova profissão, que
desempenhou no interior do município, como em Açoita-Cavalo e Santa Silvana,
aonde, nesta última, viera a padecer agruras e terríveis perseguições e ofensas
por parte da comunidade composta de colonos alemães, que no auge no fascismo
hitlerista dos anos trinta e quarenta, não queria a presença de um brasileiro
tão arraigado às coisas nacionais como era o Professor Lourival. O racismo, a
maldade, a prepotência daqueles “sem pátria”, que saíram da nem formada
Alemanha, pois esta só surgiria como país em 1870, pois para cá vieram, a
partir de 1824, fugindo da fome, da miséria e das tantas guerras que fizeram,
mas se achavam os reis da cocada-preta, como muitos ainda se acham. Ainda bem
que não são todos, mas uma expressiva parcela.
Prof. Lourival da Rosa Teixeira, meu avô.
Mas não seriam esses fascistas
equivocados que fariam meu avô desistir de sua árdua missão, e que até
aprendera a falar o pomerano, um dialeto alemão, para, com esforço e abnegação
educar aqueles racistas, prepotentes, arrogantes e ignorantes colonos que se
achavam superiores aos brasileiros e muitas vezes dava suas aulas com escolta
policial.
E a história deu mostra disto, se
tais colonos tivessem ficado na tão amada Alemanha talvez tivessem morrido de
fome, em combates, ou enlouquecidos pela violência das guerras que fizeram e
não seriam os homens e mulheres que hoje são. E é bom lembrar que muitos
doutores que daquela colônia saíram, foram educados pelo pacato, sério, e
competente Professor Lourival da Rosa Teixeira, meu avô, um homem que amava e
acreditava no Brasil. Um verdadeiro patriota e não um apátrida, como muitos que
ainda vivem do passado, um passado que tantas vidas ceifou, dizendo-se filhos
de uma pátria que os enxotou feito cachorros sarnentos, pois não serviam para o
modelo econômico que naquela época a Deutschland, que ainda nem sequer pensava
em existir, moldava o para o futuro.
No início dos anos 50, menino de
cinco anos, ouvia pelas ondas do rádio, notícias ainda quentinhas sobre o
término da Segunda Grande Guerra, cujo nome que jamais saiu de minha cabeça era
o de Conrad Adenauer, que havia sido empossado no governo da recém-formada
Alemanha Ocidental. Muitas dessas notícias, transmitidas pelo histórico
Repórter Esso, na voz inconfundível e de grande credibilidade de Lauro Hagemann,
que trinta anos após o conheci e passei a ter com ele uma relação fraterna e
partidária. Tais notícias por ele
transmitidas referiam-se aos fatos que ocorriam nas Nações Unidas.
Dizia o locutor:
Aquilo me deixava eufórico, pois em
minha total ingenuidade achava eu que meu avozinho Lourival, que quando
raríssimas vezes aparecia lá por casa, trabalhasse nos Estados Unidos. Só com o
passar do tempo é que fui saber e entender que ele trabalhava em Santa Silvana
e não em Pensilvânia.
Lauro Hagemann. amigo e exemplo de homem, pois foi Vereador
e Deputado, mas permaneceu honesto e correto.
e Deputado, mas permaneceu honesto e correto.
Tadinho. Eu era um mandinho, pequenininho, bobinho, analfabeto e baiquara. Biguano
barbaridade, que vivia no meio dos bacudos, sem nada saber.
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