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domingo, 14 de setembro de 2014

Enfim.





Acreditar em um deus que fica inspecionando a Terra, controlando cada ato dos homens é uma visão que nos vem desde muito tempo.


Na Idade Média este conceito tornou-se uma “verdade” não só na Europa como em quase todo o mundo. Havia um deus na forma antropomórfica, ou seja, na forma de um homem, controlando tudo que sua “criação” viesse a fazer na superfície da Terra, e em um livro ia anotando tudo de bom e de ruim que esse viesse a fazer para no final ser cobrado.


Esse deus era um deus antropomórfico, o que significava ter a forma de um homem, porém sabendo-se que o homem é um animal, esse deus teria então a forma de um animal, ou seja, continuaria sendo um deus zoomórfico.


Isto nos leva a uma constatação nem um pouco avançada, pois o homem não tem elasticidade mental, não tem uma inteligência avançada para compreender um ser divino em outra forma se não a de um animal. Falta-nos desenvolvimento intelectual para tentar entender que pode sim haver outras formas que não seja aquelas que encontramos na Terra, ou e principalmente a nossa forma. 




Entre bilhões de estrelas e planetas que compõem o nosso Universo, haverá sim formas outras de vida. Porém todas elas ou serão vegetais, fungues, animais ou outras, não se sabe.


Mais uma vez ficamos num beco sem saída, tentando explicar deus em uma dessas formas primitivas, esquecendo que se existisse um ser tão grandioso em forma e em atos seria esse inefável.


Se há algo superior, esse algo é completamente inimaginável, pois não temos essa destreza mental para compreender ou aceitar algo diferente. Somos pequenos em nossos pensamentos, somos pequenos demais para compreender e aceitar qualquer coisa superior a nós que não tenha a nossa rudimentar e fedida forma.  Isto nos remete mais uma vez a um cantinho escuro, confuso e atormentado que é o pensamento humano, cheio de veleidades, arrogâncias e presunções que não aceita que algo diferente seja superior a nós.


Somos por demais arrogantes e pretensiosos para nos dizer imagem de um deus, seja lá o nome que tenha.


Porém mostramos nossa pequenez em aceitar e acreditar em um deus na forma de um animal, mesmo que esse animal seja o homem.


Essa pequenez mostra a grandeza da presunção humana. Deus na forma de um homem, pois não conseguimos ver além de nosso umbigo.


Por isso somos tão pequenos, arrogantes, pretensiosos, soberbos e acima de tudo ignorantes, genocidas, cruéis, pedófilos, frios e calculistas.


Se existisse algo superior, esse algo superior seria imensamente diferente e não essa forma animalesca.


Dizer que deus tem olhos, mãos ou pés a pergunta que ecoa é, para quê?

Para quê deus precisaria de pés se não precisa caminhar, para que deus precisaria de olhos ou mãos. Precisaria, pois na verdade somos nós que não concebemos algo diferente e superior. Somos nós que não conseguimos alcançar a grandeza do que seria esse hipotético deus.


Continuamos com nossos pensamentos pequenos, atrasados, fantasiosos e cheios de crendices.


Duzentos mil anos de crenças que vem a cada cinco ou seis mil anos mudando, ou mesmo vamos encontrar mudanças em curtos prazos.

 Entretanto não conseguimos ver com olhos da razão. O que não vemos e não conseguimos compreender é que se algo existisse algo superior, seria algo tão grandemente belo e diferente que a nossa curta inteligência não conseguiria conceber. 


Deus: O que é deus senão uma tentativa de fuga de nossa pequenez.


Deus seria a válvula de escape que mantemos sempre ao nosso alcance, pois somos incapazes de ver algo diferente.


Até quando vamos viver nessa ilusão. Uma ilusão que nos remete ao medo do desconhecido que é a morte. Temos uma dificuldade muito grande em lidar com essa dama sinistra que tanto pavor nos trás.




A razão é límpida, a razão é uma coisa centrada na verdade, já a religião é a fuga, o medo, o pavor, ou é uma luz de esperança que queremos que exista para mascarar nossa angustias e nossos medos.


Por causa do medo é que foram surgindo as diferentes religiões. A esperança, mesmo que enganosa, nos remete a um momento de pura e requintada maneira de amenizar nossas fobias, nossos medos do desconhecido.o que nos faz crer. É a esperança de que com a morte não se acaba a vida.



Porém a morte é inevitável, e a maioria por não saber lidar com o fim vai conjeturando uma vida eterna de sonhos e novas realizações, uma vida eterna chata, cheia de anjinhos nos aporrinhando com harpas e liras, cheio de nuvenzinhas brancas, serafins e querubins entoando cantos e odes irritantes.


Assim vamos tentando tornar menos pesada nossa existência. Mas não é o que acontece de fato. A religião é um peso desnecessário que só serve para mascarar nossas frustrações e temores, mas nos leva a conjeturar sobre sofrimentos eternos em um inferno inexistente.


A razão nos diz o fato real e concreto, a religião nos leva ao sonho, a coisa imaterial e a tentativa de achar que estamos salvos por ela.  



Mas tanto o que crê como o que não crê terão as mesmas vicissitudes, dores e sofrimentos, todos independentemente de crer ou não crer chegarão ao mesmo fim da mesma maneira, com ou sem dignidade, em uma morte serena ou em uma morte atormentada pela dor.


E nesse momento, mesmo cercados por pais, filhos, familiares e amigos, enfrentaremos a morte, sozinhos. 


Esse pensamento nos causa tanto medo e é tão primitivo que reis e faraós faziam-se enterrar com parentes, filhos, amigos e serviçais na esperança de não morrerem sós.


Porém crendo ou não crendo o que vai pesar em nós vai ser o nosso comportamento, nossas realizações e nossos sonhos, nossa honradez, nossos atos.


Mas ao fim todos encontrarão a mesma coisa. O nada.




O nada sereno.


O vazio do nada.


Em verdade a morte é a única e real libertação.


Libertação das dores.

Libertação dos sofrimentos.

Libertação dos arrependimentos.

Libertação das paixões mal resolvidas

Libertação do mal.

Libertação de tudo, inclusive do próprio eu.



                          Plante amor e não preconceitos.

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