Dois Caminhos
Segue a humanidade por um
estreito e longo caminho. Caminho caótico e incerto.
Vejo projeções futurísticas
onde nos apresentam edifícios moderníssimos, altos e autossuficientes. Água
100% reaproveitadas, robôs executando tarefas domésticas, carros e ônibus que
voem, em cidades com bilhões de pessoas. Tudo limpinho e abastecidas.
Tudo lindo e para um
imediato futuro apontado por grandes empresas que estipulam 30 ou 40 anos, para
alcançarmos, sem parafrasear Aldous Huxley, este Admirável Mundo Novo.
Entretanto o fim já está em
curso.
Alcançamos a marca
extraordinária superior a 7,2 bilhões de habitantes, onde 1 bilhão estão abaixo
da linha da miséria que segundo a OMS, essas pessoas, que consomem até 2500
calorias por dia, estão dentro dos padrões de fome endêmica ou oculta.
A fome ocorre não somente em
países pobres da África, Ásia e América Latina, ela já aparece em números
menores, mas preocupantes nas zonas do euro e do dólar.
A produção mundial de
alimentos deve crescer para poder atender a demanda. E esse crescimento implica
em novas fronteiras agrícolas, as quais vão se ampliado em direção à florestas
tropicais, não só a Amazônia está em risco, como as florestas tropicais da
África e as do Sudeste Asiático, conde na Indonésia a vidas dos Orangotangos
está ameaçadíssima assim como dos gorilas e outros animais na África, sem falar
nas milhares de espécies que estão em risco aqui mesmo no Brasil.
Algum celerado dirá –
“grande coisa, bicho”. Porém eles, os bichos também tem o direito à vida. E sem
eles o desequilíbrio será muito maior e em breve teremos dinheiro para comprar
comida, porém esta faltará para todos.
Muitos são os sonhadores que
ao verem uma árvore em uma cidade correndo o risco de ser cortada para dar
espaço a ampliação de uma avenida fazem uma gritaria em frente às câmeras de
TV, principalmente para aparecerem, pois aqui no Capão do Corvo em Canoas
milhares de árvores estão sendo abatidas para darem lugar a um mega Shopping
Center, e ninguém fala nada e não aparece um sonhador para aparecer em frente
os holofotes.
Em trinta anos os cerrados
do Mato Grosso do Sul foram quase que eliminados, ninguém falou nada. O cerrado
e a floresta Mato-grossense foram também aniquilados e ninguém lembra que um
dia existiram.
A cobiça por riqueza e por
produção cresce sem controle, imensas fortunas são feitas a custa da nossa
natureza e nós nada ganhamos, a não ser a certeza de um mundo morto.
Quem disse que alguém é dono
das árvores, dos rios, das florestas e dos animais. Porém aproveitadores cortam
árvores, envenenam os rios, destroem as florestas e matam os animais.
E ainda aparece algum
desorientado, babaca e desinformado para culpar os jacarés pela escassez de
peixes no Pantanal. Otário, a escassez de peixes começou quando a fronteira
agrícola chegou ao então Mato Grosso e os rios foram envenenados por
agrotóxicos e fertilizantes.
E todos esses pulhas que
estão destruindo o meu mundo se dizem temente a deus, se dizem cristãos.
Esse caminho pelo qual a humanidade
vem trilhando, logo se vê uma bifurcação. E nesta tu encontrará o futuro.
Um caminho levará ao sonhado
Admirável Mundo Novo, utópico e sem sentido, salvo se mudarmos o pensamento da
humanidade, onde todos sejam exatamente iguais e que as grandes fortunas empregadas para minorar o que esses mesmos afortunados destruíram.
Mudar nossos conceitos e
preconceitos, pois muito otário vive apregoando o crescei e multiplicai,
irresponsável e sem sentido, pois essas religiões retrógradas estão há dois mil
anos nos aporrinhando e não evoluíram.
E dizem alguns atormentados
que onde come um comem dois, pois com certeza, onde come um, dois passam fome.
O senhor e meu pastor e nada
me faltará. Dizem isto porque nunca passaram fome. Não sabem o que é miséria, e
isso não se acaba com babaquices de orações. Se assim fosse ninguém passava
fome, bastava rezar.
O outro caminho é o caminho
que eu vejo, em horas divagando sobre o futuro ou em meus sonhos carregados de
visões dantescas com muita fome, miséria, violência, destruição, guerras e
mortalidade.
Já estamos dentro deste
caminho ao vermos o aumento da acidez dos mares, das ondas de frio que cada ano
nos parecem mais intensas, mas de menor duração no hemisfério norte, e dos
verões cada vez batendo recordes de temperaturas. Temperaturas sufocantes e
secas.
As calotas polares estão
desaparecendo, com isso os oceanos ficarão menos salgados e com a água mais
doce ela se torna mais leve, e torando-se menos frias farão com que as
correntes marítimas parem, e parando os oceanos se tornarão num brejo parado e
podre, sem vida e sem produção de oxigênio.
Com a morte dos oceanos o
que acontecerá em menor tempo que o previsto as algas desaparecerão e com isto
a fábrica de oxigênio vai parar. Aí será tarde para chorar. Ou seja, vamos
chorar o leite derramado. O que nada adiantará.
Os plânctons, base da cadeia
alimentar estão em risco, e se vierem a desaparecer, adeus vida no mar.
Lembrando que muitas espécies já desapareceram. E as que ainda resistem cada
vez estão menores, pois não há tempo para o seu desenvolvimento como o atum e o
bacalhau.
O eperlano (Atherina
Presbyter) sumiu do Mar do Norte, e com ele as aves que deles se alimentavam
sumiram das ilhas que eram berçário de bilhões de pássaros.
Alguns tentam fazer o
trabalho do beija-flor que em seu bico levava gotas d’água para apagar o
incêndio na floresta, quando um outro animal disse que não adiantava ele estar
fazendo aquilo, e ele respondeu, mas se cada um fizer a sua parte talvez
venhamos a conseguir.
Isto eu faço quase sempre em
minhas viagens, pois levo sementes de várias espécies de árvores, da região e
vou jogando ao longo das estradas, porém das milhares de árvores que
provavelmente eu tenta lançado sementes ao longo da estrada Porto Alegre –
Pelotas, nesses últimos trinta anos, já foram derrubadas para dar lugar à
duplicação daquela carreteira.
Não serão os sonhadores que
farão a diferença, há de se criar mecanismos governamentais a nível mundial
para tentar reverte esse grave problema.
Algum menos avisado dirá que
poderiam reflorestar os desertos. Caríssimo os desertos existem como um
equilíbrio, sem eles as grandes florestas desapareceriam. No caso do Deserto do
Saara é bem emblemático, pois as areias daquele deserto cheias de nutrientes
atravessam o Oceano Atlântico carregadas por tempestades e caem sobre a Floresta
Amazônica inundando-a de elementos que servirão de nutrientes para essa
floresta.
Urge uma solução.
Dinheiro tem.
Dinheiro é o que não falta.
É só confiscar as imensas
fortunas que estão paradas em bancos, cujos proprietários foram direta ou
indiretamente responsáveis pela destruição do planeta e aplicá-los em projetos
oficiais, sérios e sem a presença de políticos e sim de homens probos, de
vergonha na cara e que não desviarão essas verbas.
Este planeta que é a nossa
casa está morrendo.
Temos que salvá-lo, pois por
enquanto é a única casa que ainda temos.
E se não for através de leis governamentais, nada será feito, pois a maioria não está nem aí para o problema, sendo que grande parcela nem sabe do que acontece no mundo, porém, os governos estão nas mãos dos que estão destruindo o planeta, dos que em nome de ganhos astronômicos vão destruindo tudo que encontram.
Portanto estamos num beco sem saída.
Portanto estamos num beco sem saída.
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