Há exatos dez anos, entrei
em um consultório médico onde Sandra havia uma consulta a fazer e com o médico
entabulei uma conversa sobre um livro que estava sobre sua mesa, e esse médico
tomando o livro passou às minhas mãos para que eu desse uma olhada.
Achei tão interessante que
tão logo saí do consultório fui até uma livraria e o comprei.
É um dos livros que
permaneceram comigo após ter feito farta distribuição, onde aproximadamente mil
livros doei à Biblioteca do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sapucaia
do Sul, que inclusive leva o meu nome. Uma homenagem que pouquíssimos recebem em
vida.
Enterrem Meu Coração na
Curva do Rio, de Dee Brown relata a dramática história do extermínio dos índios
norte-americanos, perpetrado pelas espadas e carabinas de quem na outra mão
levava a dita bíblica sagrada. Ensanguentada e suja como era a mente desses
cristãos atrozes e bestificados por suas crendices.
A este livro poderíamos
acrescentar outros três, também muito importantes: “Black Elk Speaks”, ou “O
Alce Negro Fala”, de J.G. Neihardt; “Ritos Sioux” de J.E. Brown e “Book of the
Hopi” de F. Waters, que nos dão uma visão de como os índios americanos
entendiam as coisas da natureza e também nos mostram que os motivos que levaram
a esse extermínio são avessos e pequenos diante da grandeza daquelas
civilizações barbaramente apagadas da história.
E fico me perguntando que
sociedade teríamos hoje, principalmente na América do Norte se não fosse a
intromissão tão nefasta feita pelos hipócritas, ignorantes, estúpidos e
bárbaros cristãos europeus que acabaram com civilizações e culturas tão
díspares do Velho Continente.
Quais seriam os conceitos
religiosos?
Quais seriam os conceitos
científicos?
Nada podemos afirmar. Só nos
resta lamentar a crueldade e a aniquilação de povos que viviam em contato
perfeito com a natureza, estupidamente extintos pelos genocidas cristãos.
Muitos hão de dar de ombros,
pois tratavam-se de índios, nada mais que índios.
Porém eram seres humanos,
inteligentes, gentis e cultos e assim como o Holocausto foi uma estupidez
perpetrada pelos alemães contra os judeus e outros povos, também houve o
Holocausto das civilizações pré-colombianas, o que poucos dão atenção.
E tanto um quanto o outro
Holocausto foi coisa de quem acreditava em um deus e pregavam as suas ditas
palavras sagradas.
Questiono-me:
O que é ser selvagem?
O que é ser civilizado?
Foram civilizados os
cristãos que tanta barbárie cometeram?
Seriam selvagens os “nativos”,
que respeitavam os animais, as árvores, os campos e os rios?
Hão de falar que hoje temos
uma grande e resplandecente civilização tanto nos EUA como no Canadá, porém
será que não teríamos uma também grande civilização sem a intromissão dos
bárbaros cristãos.
Vejamos os ritos
remanescentes, tão duramente ridicularizados pelos “brancos”, será que não
estão mais perto da verdade do que as falsas histórias cristãs, cópias
grosseiras de outras religiões e que são a coluna mestra do cristianismo, que
falam tanto em um deus de Israel, e enaltecem tanto os judeus, os mesmos judeus
que foram pelos cristãos perseguidos e mortos através destes últimos vinte séculos.
E por que um deus de Israel
se somos brasileiros?
Devemos então inventar um
deus brasileiro como eles fizeram com seu deus, - uma invenção para unir um
povo num momento difícil.
Pois se analisarmos com
profundidade vamos ver que mais de 99% dos documentos que embasam o
cristianismos são falsificações, relatos inventados pelos que queriam dominar
as mentes e o fizeram em dois mil anos enclausurados em mosteiros-fortalezas e
cada um fazia sua história, e cada um aumentava um ponto nas narrativas ditas
verdadeiras.
Resta-nos lamentar tantas mortes, muitas das quais com requinte de perversidade.
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