Que
é um tabu todo o mundo sabe, pois para a esmagadora maioria é uma coisa que não
pode ser falada, não pode ser ouvida, muito menos discutida.
Pois
bem, se é assim, não vamos falar, ouvir ou discutir, porém tente apenas ler.
É
um assunto tão sensível e para muitos, melindroso, pois envolve conjunção,
adrenalina, taquicardia, saliva grossa, boca seca e muita tesão.
O
pior é que para alguns é uma coisa demoníaca e os tararacas fogem apavorados ao
ouvir qualquer coisa sobre este assunto.
Pensam
que a excitação provocada por descargas hormonais, natural, maravilhosa, ímpar
e bem- vinda é uma tentação do demônio.
Que
otários.
Sexo
não é sujo!
Sexo
não é pecado!
Sexo
não é coisa impura!
Sexo
feito com amor é lindo, é bom.
Mas
bota bom nisto!
Sexo,
devemos abordar com nossos filhos desde a mais tenra idade. Obviamente usando
métodos e modos para abordá-lo dentro de cada faixa etária e quando
questionados.
Do
contrário vão buscar na rua sanar suas dúvidas, e na rua não é o melhor lugar
para buscar informações. Por esse motivo mais de 60% das meninas que engravidam
entre os 10 e 16 anos provém de famílias que não dão nenhum tipo de informação.
Por
ter se tornado um tabu, muitos reagem das mais disparatadas maneira frente a
uma pergunta, mesmo pueris perguntas feitas pelos filhos.
Aos
responder esses questionamentos de maneira correta em sem muitos rodeios e
detalhes estaremos dando aos nossos filhos, não só informação como, e acima de
tudo, proteção contra as ciladas que se interpõem em seus caminhos.
Obviamente
deve o pai ou a mãe encarar o fato com naturalidade, respeitando a
individualidade do filho ou filha, mas nunca os deixando sem resposta correta e
efetiva.
Hoje
em dia muitos e muitas falam sobre o assunto desembaraçadamente, escrevem livro
e até tem programas na TV, onde falam, riem, gesticulam abordando o assunto, e
muitas bobagens são ditas.
Mas
bota bobagens.
Não me refiro aos papos de homens que
desde talvez o início da civilização este é o papo preferencial, principalmente
dos adolescentes e dos invictos.
O cantar vantagens, contar casos sempre
foi comum no meio masculino.
Já entre às mulheres a coisa só agora começou
tomar contornos, são papos mais abertos, mais concretos entre elas, que passaram
a assumir sua sexualidade deixando os melindres e as coisas simplórias do
século passado de lado.
Neste meio temos hoje essa juventude do
ôba-ôba, que não têm o mínimo conhecimento e fazem e dizem muita bobagem, e
acham que são os pegadores. Quem muitas mulheres tem, é porque a nenhuma
agradou.
Por
ser muito preocupado com assunto fui um dos pioneiros neste trabalho dentro de
Escolas Públicas de primeiro grau, com Projetos aprovado pelas Secretarias de
Educação de Municípios aonde trabalhava.
Lá
pelos anos 95/96 já trabalhava com este assunto desde as quintas séries com meninos
e meninas de tenra idade e não como ciências biológicas,
reprodução humana, gametas, óvulos, etc. Não fazia de minhas aulas esse papo
meio velado, indireto das aulas de ciência, das coisas certinhas com termos
científicos.
Falava com meus alunos sobre sexo
enquanto “prazer”, falava de sexo enquanto “amor, paixão, ternura, masturbação,
ejaculações, orgasmos, gravidez, gonorreia, AIDS, entre outras”.
Certa
feita um pai de uma aluninha de 11anos, escandalizado me procurou na escola, e
cheio de dedos colocou a questão sobre minhas aulas, perguntando se eu falando
neste assunto não estaria incentivando as crianças.
Não
lhe dei a resposta imediatamente, entretanto mudei o assunto perguntando se ele
tinha um cachorrinho ou um gato em casa.
O
pai disse que casualmente tinha um cachorro e uma gata.
Aí
eu lhe perguntei se por ventura ele falava sobre sexo com o cachorro e com a
gata?
Ele,
fechando o cenho, sem entender muito a minha pergunta disse que não,
obviamente.
Aí
então lhe perguntei se quando os dois entrassem no cio não iriam fazer sexo com
algum outro de sua espécie?
O
pai, meio sem argumento respondeu:
-
Sim, eles vão procurar.
-
Pois bem, pai - disse-lhe - nossos filhos são a mesma coisa. No momento em que
entrarem no “cio”, com ou sem informação vão da mesma forma fazer. E é aí que as
informações vão ser as nossas maiores aliadas, pois no momento em que tiverem
informações corretas poderão por conta própria escapar de uma gravidez, ou do
que é pior, de uma doença, como por exemplo, a AIDS.
O
pai emudeceu por um instante, e a partir daquele momento passou a mandar pela
sua adorável filha recortes de revistas e jornais, ou levar pessoalmente para
mim na escola, artigos para que eu tivesse mais material para enriquecer minhas
aulas.
Fiquei
feliz, pois aquele pai entendera.
Aquele
pai não foi um cabeça dura, mocorongo e intransigente e sim um homem que passou
a se preocupar mais com seus próprios filhos.
Hoje,
muitos desses alunos já adultos ao me encontrarem sempre recordam de minhas
aulas e agradecem em ter em mim um referencial de verdade, lisura, dignidade e
respeito.
Meus
alunos sempre tratei e trato da mesma maneira como criei meu filhos e disto me
orgulho muito, pois nenhum dos meus três filhos, dois homens e uma mulher me
deram qualquer aborrecimento ou tristezas neste assunto, o que com grande
número de família acontece.
Ou
são os filhos perdidos para as más companhias, ou são as próprias más
companhias, coisa que nenhum pai admite.
Por
outro lado minha filha, hoje com mais de trinta anos, jamais chegou a nossa casa
dizendo estar mais ou menos grávida como acontece com um número bem elevado de
meninas e mulheres.
Porém
quando o assunto vem à baila, muitos fogem pela tangente, com vergonha, desconhecimento
ou o que é pior, por asco. Doentio asco.
Isto
acontece principalmente pelos conceitos ou preconceitos criados através de
mentes distorcidas que não querem enfrentar o problema de frente, e para tal
dão as mais absurdas desculpas, quando não, dizem bobagem.
Um
caso especial que sempre tenho na lembrança é o de uma aluna do curso noturno,
uma mulher de seus 32 anos, religiosa que ao assistir uma de minhas aulas sobre
sexualidade me procurou após para tirar algumas dúvidas, e o fez na presença de
uma professora colega minha.
Relatou
a infeliz mulher, que seu marido, dois anos mais velho que ela, também
religioso, procurava-a a cada quatro ou cinco meses e que ela quando se
insinuava para uma relação sexual ele dizia que ela estava sendo assediada pelo
demônio e deveria ir para o culto orar para não ser assediada pelo capeta.
Babaca!
Um
verdadeiro e grande simplório, que acredita nessas bobagens que inundam nossa
sociedade e trazem a infelicidade, a mentira e os mitos que dominam essas
mentes desprovidas de inteligência.
Sexo
é um assunto extenso, quase sem fim, onde há milhares de livros a respeito, mas
mesmo assim é e será por muito tempo um assunto polêmico, pois as pessoas têm
prazer em falar de doenças, dores, pressão alta, torcicolo etc. e tal, mas
falar em prazer, o melhor e mais salutar prazer da vida, a maioria foge
apavorada, como foge a gripe do xarope São João.
Essas
pessoas fogem principalmente devido a violenta lavagem cerebral que são
submetidas, onde sexo é visto como uma coisa das trevas, dos demônios, dos
infernos. (Nada disto existe, só existe na cabecinha dos tararacas).
Quem
isto afirma ou é impotente ou não é muito chegado, motivo pelo qual inventam um
monte de babaquices para evitar o assunto ou fugir do “fazer sexo”.
(Alguns “tampinhas” dizem - fazer amor. Ninguém
faz amor o que se faz é sexo, mesmo).
Por
esse motivo, tantas pessoas são extremamente infelizes, pois estão com suas
mentes cheias de fantasias cruéis e sujas.
Sexo
não é pecado, sexo e maravilhoso, onde duas pessoas buscam não só procriar e
sim e principalmente ter prazer.
Isto
é tão verdadeiro que mulheres gravidas e bem resolvidas fazem sexo não para
engravidar, já que estão gravidas e sim fazem por legítimo, maravilhoso e total
prazer.
Porém
sempre devemos ter responsabilidade em nossas relações. Sexo seguro, para
evitar doenças e gravidez indesejada.
Fazer
filhos, por ser macho qualquer cachorro faz, porém assumir esses filhos,
somente os verdadeiros homens assumem.
O
assunto continua, é só aguardar.
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