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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O Expressionismo


Se a mim fizessem a pergunta se eu gosto do Expressionismo, imediatamente viria a minha mente a resposta não, um não não consistente, pois repensando a arte nos seus meandros estéticos não podemos ver apenas as nossas emoções e sim o que o íntimo do artista nos presenteia, pois há obras expressionistas que nos remetem ao mundo interior fascinante e a pensar e pensar muito profundamente, o que faz com que acabemos nos identificando com ela.



Em minhas pinceladas ou dibujos feitos a lápis, muitas vezes passeei por este mundo aonde o sentimento vem com força deixando de lado a própria razão.

O artista usando de sua sensibilidade não descreve situações, mas expressa emoções permitindo que elas sejam manuseadas além das convenções estéticas aceitas para tais finalidades.


Max Ernst, grande, representante do expressionismo que, por ser judeu fugiu da Alemanha Nazista, sua terra natal e foi primeiramente para os EUA e depois para França aonde faleceu em 1976, ano em que nasceu minha filha Monica, nos brinda com o que há de belo no Expressionismo e me atrevo a dizer que muito de Surrealismo há em sua obra a Noiva do Vento.


A Noiva do Vento de Max Ernst não deve ser confundida com a Noiva do Vento do húngaro Oskar Kokoschka, A Tempestade, também lindíssima obra, onde as cores até confusas nos parecem nuvens açoitadas pelo vento, onde o casal, em seu abraço sonolento e figura central é realmente associado a tempestade. Tempestade de amor, carinho, volúpia e sexo.


Para maior efeito sobre o espectador, os mestres das tintas provocam nele um misto de emoções fortes e até repulsa, onde a morte, a angústia, o sofrimento e a tortura são o enfoque quase que principal.


Muitas vezes viajando pelo mundo das artes me deparei com situações quase que inéditas, pois o Expressionismo não é um movimento recente, como muitos que tiveram seu berço nos Séculos XIX e XX, pois se formos a fundo, vamos encontrar muitas obras como os murais bizantinos do século XIII, Igreja de São Zan Degolà em Veneza podemos afirmar ser desta escola pictórica, assim como na Capela da Arena de Pádua, onde Giotto representou a paixão de Cristo, ou no autorretrato de Rembrandt, gravuras de Dante, Goya e Delacroix dentro deste conceito.


Esse movimento vai chegar ao Século XX, percorrendo quatro séculos onde as cores estáticas e as distorções das formas reduzem a dependência da objetiva realidade.


O expressionismo poderia ser descrito como uma arte  primitiva e irracional, nada tendo com a sensibilidade culta e com as tradições.


Pessoalmente passei com o tempo a ver e sentir o expressionismo por outro viés que transforma em realidade as distorções explicitas, tornando-se em arte pura e popular sem aquela necessidade de mostrar o óbvio, mas deixar que o pensamento de quem contempla flua viajando por suas formas.

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