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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Rota de Colisão


- Um grande cometa vai se chocar com a Terra causando a destruição da vida neste planeta...

- A explosão de uma supernova atingirá diretamente a Terra transformando o planeta em uma esfera calcinada e sem atmosfera...

E por aí vão as mais fantasiosas teorias do fim do mundo, onde não há espaço para H. G. Wells ou Júlio Verne, pois suas ficções são coisinhas amenas e pueris perto das ficções de Steven Spilberg, Roger Donaldson ou Roland Emmerich, que também são mais fantasiosas do que proféticas.

Mesmo os maiores visionários não tem a dimensão de que a humanidade está por conta própria se aproximando do extermínio.

                     Inferno de Dante - Coisinha meiga.

Nem mesmo Il Sommo Poeta de Florença Danti Alighieri, quando escreveu sua obra “A Divina Comédia”, originalmente apenas “Comédia”, onde em sua primeira parte fala sobre o Inferno, tinha ideia de que a humanidade estaria caminhando realmente para um fim trágico onde os que tiverem sorte morrerão antes do inferno que se avizinha a passos largos.

Obviamente nunca aceitei os conceitos escatológico como um castigo divino, pois as religiões tratam os últimos eventos da raça humana como sendo assim, como se algum deus fosse castigar o homem por seus atos.

Não há nada de divino nesse momento, deus algum faria isso, em primeiro lugar por ser essa existência questionável, em segundo porque deus algum se é que existisse perderia seu precioso tempo com esse ser insignificante e mau, que por sua própria irresponsabilidade com o mundo está levando ao extermínio não só a maioria das espécies que hoje coabitam o planeta, como está levando ao fim a própria humanidade.

Isso será o resultado do que o próprio homem está semeando nesta estrada tortuosa que é a vida. Nesta estrada tortuosa que é saga humana.

                  E aqui no Brasil uns babacas criticam a Umbanda 
                              que mata um galo em seus rituais. Haja hipocrisia.
                                .

Todas essas previsões feitas do futuro são resultado não de uma visão divina ou de uma graça vinda dos céus, e sim uma constatação do pensar com razão sobre o que o homem está fazendo com esse delicado ecossistema, cujo maior predador, que é o próprio homem, que voraz e irresponsavelmente vem destruindo o seu meio ambiente.

Como gafanhotos os homens vão dilapidando tudo em busca de fortuna. Assim fizeram com as florestas europeias que cobriam quase todo o continente na época de Júlio Cesar e Vercingetorix.


Quem deu a espertalhões o direito de derrubar florestas para seu ganho pessoal, já que a natureza é de todos, porém ninguém vê assim, o os poderosos se acham no direito de exterminar com o que é de todos.

Da Europa partiram para a América, devastando ilhas após ilhas do Caribe, deixando nua a terra dos índios, muitos dos quais após escravizados foram abandonados em suas isoladas ilhas devastadas e não tendo mais animais e plantas sucumbiram tragicamente de fome ou doenças trazidas pelos brancos.

A Mata Atlântica que se estendia do Rio Grande do Sul ao Nordeste, passando pelo Paraguai e Província de Missiones, na Argentina, hoje está reduzida a menos de 10%. Ou seja, o que a natureza levou milhões de anos para fazer o bicho homem destruí em apenas cinco séculos.

Isto não é uma visão dos céus e sim uma constatação.


No fim dos anos 60, abriram a nova fronteira. O Mato Grosso foi o alvo da ganância, principalmente de agricultores do Sul do Brasil, de origem europeia.

Quando da divisão do Mato Grosso, em dois estados, onde nos anos 70 eu com minha família residia, na cidade de Dourados o então recém-formado Mato Grosso do Sul, já vinha apresentando uma devastação continuada, e para o Mato Grosso começava a grande corrido rumo à Amazônia.

Hoje, os cerrados que cobriam o Mato Grosso do Sul foram praticamente devastados como pude observar numa viagem que para lá fiz no ano passado a Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Destruição quase que total. Tudo transformado em capinzal e plantações de grãos. Animais e matas foram simplesmente para o beleléu.

Na região do antigo Chapadão dos Gaúchos, hoje Chapadão do Sul, que era uma região vazia, coberta pelo cerrado e prodiga em vida animal, acumulam-se novas cidades, estradas asfaltadas, e plantações. O que menos se vê são os animais, o que naquela época eram abundantes e os cerrados que a tudo cobria praticamente não existem.


Tive o desprazer de ouvir de um grande empresário do agronegócio do Centro-oeste, que se Aureliano Chaves, tivesse sido eleito Presidente da República em 1989, hoje o Parque Nacional das Emas já estaria com a terra avermelhada, pois eles, latifundiários do Centro-Oeste transformariam aquela “porcaria de Parque” em imensas plantações de soja.

É essa a visão dos latifundiários que se acham donos da natureza e vão destruindo tudo em benefício próprio, e esse povo assiste e nada faz. Pelo menos eu escrevo e critico essas vorazes formas de enriquecer a custo do que é de todos.

Burros foram os que permitiram que terras fossem cercadas e passassem a ter donos. Terra deveria ser um bem geral. Desmatou, o lucro deste desmatamento deveria ser rateado entre todos.

No Mato Grosso, coberto anteriormente pelo Cerrado e pela floresta tropical amazônica, foi transformado em três décadas num verdadeiro vazio, a maioria queimado pela ganância de uma minoria que não respeita a natureza e vai tudo destruindo. Dezenas de cidades surgiram, milhares de quilômetros de estradas cortam o Estado em todas as direções e os animais, antes abundantes, hoje são difíceis de ser encontrados.

Tudo está sendo terminado. Rios envenenados, assoreados e mortos. Matança de milhões de toneladas de peixes, como tive o desprazer de ver no Rio Miranda numa manhã de 1976. O rio amanheceu prateado. Centenas e centenas de toneladas de peixes mortos pelos fertilizantes usados nas lavouras, e assim foi acontecendo em outros lugares.


Infelizmente ainda aparece um apresentador de TV, de nome Ratinho para, ao vivo dizer que o responsável pela diminuição do pescado são os jacarés.

Isto é primar pelo desconhecimento. Os jacarés vivem no planeta a mais de 250 milhões de anos e nuca faltou pescado nos rios do Mato Grosso, principalmente no Pantanal. Mas bastou o homem chegar com a agricultura que a tragédia anunciada foi acontecendo.

Obviamente pela escassez de peixes os próprios jacarés tem que migrar para outros locais, acumulando-se e faixas cada vez menores o que dá a impressão que o número está aumentando como dizem alguns desinformados, ignorantes ou perversos.

Se tu pegares um milhão de jacarés e distribuíres por todo o Brasil, é nada, porém se os concentrar dentro de um único rio, é muito.

Agora chegou a vez do Pará. Nesses Estados o fim já começou, a guerra pelas terras, mortes, agressões, expulsão de pequenos agricultores e coletores, ameaças e destruição. Em menos de 20 anos o Pará se tornou num vazio como hoje é o Mato Grosso. Um imenso vazio cheio de plantações de soja e gado. Muitos rios assoreados e mortos.

E assim começará o fim da Amazônia.

Em menos de cem anos a Amazônia, já agonizante será vista apenas em vídeos e fotos.

Na África as florestas equatoriais correm um risco iminente, subjugadas por intensa exploração de empresas europeias e pela necessidade crescente de expandir a agricultura, assim como as florestas equatoriais da Ásia, porém não só são as florestas que correm o risco de desaparecerem e sim toda a vida silvestre.

                Vamos encontrar na Internacional Socialista o seguinte:

                                              O crime do rico a lei cobre,
                                              O Estado esmaga o oprimido.
                                              Não há direitos para o pobre
                                              Ao rico tudo é permitido.


Nada é levado a sério, pois quem pode faz o que quer, é imediatista e não liga para a destruição e o povo fica a lo largo, observando o que é seu ser destruído pelos vigaristas gananciosos que se apoderaram das terras.

Com o aquecimento global os répteis correm sério risco de deixarem de existir. Vejamos. Com o aumento da temperatura poderemos ter nascimento apenas de fêmeas, o que condenaria esses animais ao seu extermínio, sabendo-se que os machos nascem em temperatura que vão de 26 a 28 graus e que acima disto só nascem fêmeas.


As grandes manadas de herbívoros da África tendem a desaparecer, assim como os grandes carnívoros, cujo leão já está na lista de extinção, e desaparecerão em menos de cinquenta anos. Elefantes que a menos de cem anos eram contados aos milhões hoje foram reduzidos a pouco mais de cem mil, e correm o risco de serem vistos apenas em museus, filmes e fotos.

Lembrando que há menos de quarenta anos os hipopótamos eram encontrados em quase todo o continente africano, nas áreas subsaarianas, hoje estão reduzidos a menos de 10% de sua população e sofrendo vertiginosa pressão por parte do homem, que os compartimenta cada vez mais em áreas menores e isoladas, fazendo com que a espécie torne-se presa fácil e fraca geneticamente devido à endogamia, que é o acasalamento entre indivíduos aparentados.


A pressão dos seres humanos sobre as áreas ainda remanescentes é assustadora e a mortandade dos grandes primatas é uma realidade trágica.

Fim...

Mas a humanidade continua trilhando esse caminho perigoso e chegará um momento em que o Inferno de Dante será uma coisinha amena perto do que se aproxima.

Quem viver verá.

Quem viver nos próximos cem ou duzentos anos estará condenado à antropofagia, pois faltarão alimentos, muitos morrerão coberto de riquezas não tendo o que comer.

Que legal.

A água extremamente poluída, os mares e oceanos transformados em pântanos lodosos e podres, sem vida e sem movimento de suas correntes, levará a um frio extremo o hemisfério norte, onde a vida será dizimada em muitas áreas.


O mundo se transformará num verdadeiro circo dos horrores, onde a atual África, em sua miséria humana será comparada a um paraíso.
E disto não tenho dúvidas.

Por outro lado corre nas redes sociais uma previsão atribuída a Chico Xavier sobre uma catástrofe global que os mais atingidos serão os países do hemisfério norte.

Diz tal e absurda previsão que eles virão e serão recebidos de braços abertos no hemisfério sul.  Tal e absurda previsão estabelece zonas onde serão assentados os europeus ocidentais, os europeus orientais, os povos asiáticos e os norte americanos. Pura e ridícula bobagem. Se hoje a Europa passa por dificuldades em absorver o número crescente de africanos que procuram lá sair da miséria imaginem esse “atrolho” de gente querendo dividir o que sobrar.

A catástrofe ocorrerá, sim, porém nesse momento de salve-se quem puder será um verdadeiro pandemônio e ninguém irá dividir o pouco que sobrar.


Ou seja, poderão até tentar vir, mas como dizia Floriano Peixoto, serão recebidos à bala.

Pobre humanidade. Ninguém sobrará. Será a maior e última catástrofe, não será a Comédia Humana, mas a Tragédia Humana, permeada de fome, sede, pandemias, antropofagia, loucura total e completa.

E ainda para aumentar a tragédia muitos tararacas, pregadores das ditas palavras de um deus perverso e inexistente vivem dizendo “crescei e multiplicai”, Até quando esses atormentados guiarão esses bandos de condutopatas atrasados para parirem filhos e mais filhos neste mundo superlotado.

Até quando a babaquice será seguida por um bando de ovelhas demenciadas, que só sabem dizer aleluia, aleluia!

Não sabem esses parvos que segundo Stephen Hawking escreveu em seu livro O Universo Numa Casca de Noz, em quinhentos anos a população da terra, em seu crescimento exponencial, será de 4 habitantes por metro quadrado da superfície do planeta, contando com os mares e oceanos.

                      A pior praga da Terra.

Como será feito para alimentar e iluminar todo esse povo. E para a todos iluminar a temperatura da Terra subirá alguns graus o que acelerará mais ainda a destruição do planeta.

Muitos não dão bola, acham que não é assim. Ledo engano. É assim, sim.

Outros dão de ombros e dizem que até lá não estarão mais aqui. Esse além de burro é extremamente individualista e insensível.

Me tapo pena dos que nascerão doravante.





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