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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Manauaras


Estive em Manaus na década de setenta, era na época uma cidade não muito grande, mas já era a mais selvagem cidade do Brasil, incrustada ao centro da maior floresta equatorial do planeta.

Manaus iniciava seu rumo para o futuro com a criação no ano de 1967 da Zona Franca.


Nascida na confluência dos Rios Negro e Solimões, bem a seu lado inicia o gigante e caudaloso Rio Amazonas, tido por alguns como o mais extenso do mundo, coisa que de longe perde para o Rio Nilo.

Tanto que publiquei em 17 de abril de 2014, com o título “Rio Amazonas” uma pequena mostra que faz com que venhamos, a saber, que esse é um rio pouco extenso, mas alguns espertos somam a ele vários outros rios e dizem cheios de ufanismo que o Amazonas é o mais extenso do mundo.

Só pode ser piada.

Mas não estou aqui para falar do rio, nem mesmo da cidade de Manaus, o que me faz escrever é o povo de Manaus, cuja base essencial de sua formação são os índios, basta olhar para os manauaras para ver em seus corpos o DNA dos “brasilis” Pré-colombiano ou pré-cabraliano, geralmente de pele morena, cabelos negros e lisos e estatura de mediana para baixa. O típico homem de floresta.

                
Entretanto boa parte da população da cidade, diria até a maioria fica ofendida se comparada a índios. Negam sua ancestralidade.

O que não entendo.

O contrário ocorre entre os Gaúchos, que tem a maior honra de se dizerem índios, xirus, tche irus. Somos um povo cujos nossos ancestrais, mesmo que remotos são Charruas, Minuanos, Tape e outros povos indígenas, e nos orgulhamos disto.

Por este motivo para ser Gaúcho tem que ter sangue indígena nas veias, se não tiver sangue indígena será um Gaúcho fajuto.

E como tem.


Sempre digo em meus escritos que minha avó paterna, a velha vovó Bibira era uma Charrua despachada e sua mãe, minha bisavó, a vovó Maria Emilia, chamada de Nanãe, pelos filhos, Nanãezinha, pelos netos, Mézinha pelos amigos e a maioria a chamava de Bîrja, pois Bîrja era o apelido que os inimigos a chamavam, era uma índia fria, calculista e desapiedada.

Nós aqui do Rio Grande do Sul, os verdadeiros Gaúchos e os Birivas muito sangue índio carregamos em nossas veias e nos ORGULHAMOS disto.


O verdadeiro Gaúcho se orgulha de ter sangue índio.


Já o povo de Manaus, me parece que tem vergonha de ser comparado aos índios.

Que lástima.

Pois os povos indígenas são os povos mais bonitos da face da Terra.

"Tô” nem aí.



Sou de raízes Charruas sim, não me envergonho e concordo com o que diz o grande cantor e compositor argentino Horácio Guarany:

Yo soy de abajo, si,
Asi és mi modo
Yo soy de abajo, si,
Asi és mi modo
Una cosa és ser barro
Y outra és ser lodo.
Una cosa és ser barro
Y outra és ser lodo.

Yo soy de abajo, si,
no mi avergoenso...


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