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sábado, 19 de abril de 2014

Santo Graal – Escandalosa Mentira




Por total ignorância ou sandice, cegas pelas crenças e mitos, muitas são as pessoas que acreditam que essa joia rara e cara, chamada Santo Graal tenha sido usado por pobres homens. Miseráveis homens que se reuniam em torno a uma mesa, coisa contestável, pois poucos tinham acesso a mesas, quanto mais a uma joia tão valiosa, que no mínimo foi feita na Europa por algum membro da igreja que queria ostentar riqueza.


Entretanto como a esmagadora maioria não tem capacidade de pensar com razão e lucidez, seus olhos vão sendo cada dia mais subvertidos por ostentações, e os ditos ensinamentos são totalmente ignorados, como o dividir, a pobreza, o perdão.

Muitas vezes me surpreendo pensando se as pessoas acreditam ou querem ser iludidas.

Geralmente fico com a segunda opção, pois quanto mais rebuscada, mentirosa e fantasiosa for a história, mais e mais adeptos ela reúne em seu redor.




Se alguém contar que o homem pobre, que pregava a pobreza como virtude, o perdão e a divisão dos bens tenha tomado seu vinho em uma cambona de barro, velha, carcomida, como eram os vasos de beber da época, muitos farão cara e bocas em desaprovação, mas se for mostrada essa joia caríssima todos, desprovidos de razão e inteligência, cegos pelas crendices acreditarão.

Não passa pela cabeça desses ingênuos que esses homens dormiam no chão, pois não tinham camas, andavam descalços ou no máximo com toscas sandálias, pois não tinham nenhuma riqueza, vestiam-se com trapos sujos e surrados, pois quase ninguém tinha dinheiro para comprar as coisas simples, tomariam vinho em copas de ouro cravejadas de pedras preciosas?

O que falta é razão.

O que falta é conhecimento verdadeiro, porém a maioria quer viver na ilusão. A maioria quer viver histericamente embriagada por historietas sem nenhuma comprovação, mas que enchem a cabecinhas das pessoas e essas ficam em estado de graça ou quase graça acreditando em tudo que trambiqueiros e vigaristas venham a contar.

Infelizmente assim caminha essa humanidade nem um pouco humana.

Uma humanidade que com todas as provas científicas continua acreditando num hilário bonequinho de barro, num santo sudário tecido na idade média e que teria sido usado 1500 anos antes de sua fabricação para enrolar um suposto corpo de um dos milhares e milhares de homens que eram crucificados e em tantas outras relíquias mentirosa que os religiosos inventaram para iludir o povo.

Não é por menos que toneladas de lascas da cruz de Cristo, cortadas de velhas embarcações encalhadas e de tábuas poderes e carcomidas de porões e cercas foram e são vendidas até hoje a incautos que precisam mais do que uma muleta religiosa é de um bom terapeuta.

Lembro que em 1953, eu um mandinho mambira, de 6 para 7 anos, morador do Fragata em Pelotas, fiquei impressionado com um jovem de vinte e tantos anos, amigo nosso, que havia viajado para São Paulo e lá comprara uma relíquia  por exorbitante preço e dizia todo cheio de poses que era uma lasca da cruz de Cristo, mostrando-nos um pedacinho de madeira enrolado em pano branco como se aquele lixo fosse mesmo verdadeiro.

Eu, em minha tenra idade havia, com  diminuto conhecimento notado que o coitado do mocorongo havia sido enrolado por algum vigarista.

Mas se existem vigaristas é porque existem otários.

Depois desta me vou tapado de pena.


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