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sábado, 21 de setembro de 2013

O Pau que Nasce Torto, não tem Jeito, Morre Torto.





Quando surgiu o Partido dos Trabalhadores havia no ar uma certeza de que esse seria um Partido do qual todos os trabalhadores se orgulhariam. E esse orgulho notava-se em seus primeiros militantes desfilando com suas bandeiras vermelhas, solitários, quietos, mas com orgulho de estarem fazendo a coisa certa.

Passeavam pelos parques, ruas e avenidas com suas bandeira vermelhas ao ombro, silenciosos, mas cheios de orgulho e esperança no novo, no correto, no verdadeiro.

Casais saiam a passear com seus nenês e nos carrinhos prendiam a bandeira vermelha da estrela amarela. Lindo de se ver. 



Com paixão andavam pelas ruas, mesmo sendo criticados por uma penca de reacionário que achincalhavam o uso de bandeira, pois associavam esse uso ao Partido Comunista Brasileiro, que sempre usou sua tradicional Bandeira Vermelha.

Com o tempo todos os partidos foram adotando as bandeiras, mas os podres reacionários dessas não falavam.

Vivia-se um novo tempo. Um tempo em que se acreditava que poderíamos ter um autêntico e digno Partido.

Entretanto com o passar do tempo, com o Partido crescendo, houve um verdadeiro inchaço e começou a pipocar em todos os lugares denúncias de corrupção. 

Agora não mais a militância tinha orgulho de sair com suas bandeiras, e esta caíram no esquecimento. Suas bandeiras foram sendo guardadas e passou-se a ter vergonha de usá-las.

E mais denúncias surgiam, até estourar o malfadado mensalão.

Vergonha geral, Não há o que explicar.

E mais uma vez citarei o velho, combativo e fiel militante do PCB, Roque Píffero Marques, que deixou para a história uma consigna verdadeira de que todo o Partido decente deveria seguir o que vivia dizendo: “O Partido deve ser como uma goiabeira, de vez em quando a gente da uma sacudida e o que é podre cai”.

Se o PT houvesse, quando das denúncias expulso do Partido esses quadrilheiros, como Genoíno, Dirceu, Delúbio, Gushiken e outros, não importando se foram ou não “COMPANHEIROS”, certamente hoje o Partido estaria no auge e com orgulho a militância acercar-se-ia de sua agremiação.

Entretanto nada fizeram, deixaram correr solto, deixaram os que macularam o Partido livres e ainda muitos saíram em defesa destes pústulas. Assim o Partido foi para a vala comum, onde estão os Partidos recheados do que não presta. E aí não escapa quase nenhum como o PSDB. PMDB, PDT, DEM, PPS e todos os que mantêm em suas fileiras gente como os Maluf’s, Calheiros, Arrudas e outros do tipo.

E o surpreendente é ver que todos os Partidos estão minados por essa podridão que aniquila a crença em políticos corretos. Pior ainda, os Partidos já nascem podres, pois os partidos que estão surgindo já tem em suas hostes reconhecidos calaveiras e caborteiros.

Partido sério é aquele que não aceita a filiação de qualquer um que tenha, mesmo que indelével uma suspeita, mas o que acontece é o contrário, quanto mais canalha, mais corrupto, mais imoral, mais os partidos correm atrás.

E o pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto.

Mas continuo, mesmo sem muito entusiasmo acreditando em que possam haver políticos corretos, como foram os lembrados Luís Carlos Prestes e Darcy Ribeiro e como foi e continua sendo o grande Lauro Hagmann, a voz inconfundível do Repórter Esso e tantos outros que nunca envergonharam os eleitores.                                             


                                      Luís Carlos Prestes

                                Darcy Ribeiro


                                  Lauro Hagmann

Quero continuar acreditando em homens corretos, probos, ilibados como foi meu pai, assim como são meus filhos. E se eu não acreditar neles, em quem posso acreditar?

Há uma necessidade interna em tentar acreditar, pois no momento em que eu ou você deixarmos de acreditar na honradez estaremos desacreditando em nós mesmos, pois o homem e por natureza um animal político. Tudo o que nós fizemos em nosso cotidiano é política. Política de boa vizinhança, política escolar, política esportiva, enfim tudo, mesmo o discutir quem é corrupto ou não, estaremos assumindo uma posição política.


Betolt Brecht dizia que o pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala e nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, dos sapatos e dos remédios dependem das decisões políticas. O analfabeto político e tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Por isso temos que nos cuidar dos falsos messias, dos canalhas que tudo prometem e o que fazem é levantar a bandeira do lixo. E aquele que sabe e não denuncia a corrupção é tão ou mais canalha que o corrupto. E alguns calhordas chegam a dizer que tal ou qual fato corrupto, como o de assaltar os salários dos assessores, como fazem quase todos os líderes partidários, é normal nesse meio. Normal para quem não tem vergonha na cara.



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