Observo a mais de 60 anos
que há uma necessidade muito grande das pessoas falarem em um deus. E fico cá
aboletado em meu canto, bombeando o mundo enquanto sorvo uma de barbaquá ou
carrijo das buenachas, pois quem gosta de caúna é masoquista, mas no fundo a
dúvida me assalta no soflagrante, pois há tantas coisas bonitas a serem ditas,
mas sempre alguém há de tomar o dito nome “santo” em vão.
Essa necessidade de externar
esse nome é mui antiga, e remonta a tempos tão velhos quanto à história.
Essa necessidade está no
fundo ajojada como boi na verga por diversas razões supersticiosas que vem
desde o desejar o bem quanto o mal. E como sempre digo, nas minhas charlas que
devemos ter muito cuidado com o alcaide que diz ter deus no coração, pois esse
na verdade é o pior dos canalhas. Quem tem o “coração” bom não precisa desses
artifícios, basta ser o que é.
Muitas vezes de vereda me
surpreendo com declarações das mais hipócritas, as mais simplórias ditas por
pessoas que não tendo como argumentar vai introduzindo essa entidade no meio de
tudo. E aí é um salve-se quem puder, pois a coisa simplória toma conta e é um
tal de deus prá cá e deus prá lá que chega deixar o quera meio enojado.
Há tantas coisas bonitas, a
sinceridade, a verdade, a amizade, o bem querer, o desejo de prosperidade, de
saúde, de paz, de harmonia, de compreensão e tudo mais que podemos dizer que
não é preciso de artifícios.
Esses artifícios geralmente
partem de pessoas das quais não se pode acreditar, pois são as pessoas que veem
o mal em tudo, censuram, criticam e querem passar uma imagem santificada quando
não o são. Querem empurrar goela abaixo suas convicções e credos.
Falar em deus muitas vezes é
pregar moral de cuecas.
Quem é mais caborteiro do
que 99% dos pastores?
Quem é mais alcaide do que
99% das carolas?
Esses vivem apregoando um
tal de patrão velho lá de cima, entretanto são pequenos, baixos, ridículos,
mentirosos, falsos, rastaqueras, alcaides, maulas e tudo mais que se possa
dizer.
Outros até falam em deus por
simplicidade.
Outros por serem simplórios,
pois isso já está inserido na cultura, como o graças a deus, se deus quiser, vá
com deus e por aí se vai.
E quando alguém me diz “vá
com deus”, eu respondo:
Quedese usted com dios, yo
me voy com la virgen. (obviamente, não aquela, mas outra)
Portanto não dá para
acreditar em quem muito fala em deus, pois agora mesmo, quantas dessas pessoas
que acreditam neste deus estão rubras de raiva e desejando o meu mal. Quantas
são as pessoas que neste momento ao lerem isto que escrevi estão me censurando e
desejando que eu quebre a cara?
Mas cá de minha parte eu não
desejo o mal de ninguém. Ao contrário, desejo que essas pessoas passem a viver
com lucidez, com sinceridade, com harmonia e paz.
O resto é viver num mundinho
bitolado das crendices, achando que assim falando irão enganar o mundo.
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