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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Uma Mestra Feliz e Cristã


             
Certa vez, quando cursava História em uma das mais conceituadas Universidades deste meu Rio Grande do Sul, uma mestra, que pelo mundo já havia viajado em todos os seus cantos disse em determinada aula que somente os cristãos sabiam o que era a felicidade. Pois somente eles tinham deus no coração. (?????)
             
E o pior disse olhando para mim...
             
- Caríssima professora – respondi – quem muito fala em deus é porque muito deve, ou tenta passar uma imagem não condizente com a realidade. Pois se diz cristão, mas é extremamente rancoroso, fala de um ou de outro, é incapaz de perdoar, é insensível e tem muitas vezes torpes pensamentos, deseja o mal de seu semelhante, odeia, amaldiçoa, briga, intriga, é incapaz de ajudar e em suas orações só estão os ganhos pessoais e materiais.
            
Quase tendo um AVC de raiva ela falou que os que não conhecem deus não sabem o que é felicidade.
            
Nesse desenrolar eu lhe perguntei:
             
- Como um cristão pode ser feliz se há no mundo tanta injustiça, tantas guerras, tanto ódio, tantos rancores, onde crianças já nascem com incuráveis doenças e onde há tanta fome, mentiras e corrupção.
            
- Um mundo que seguidamente me faz chegar a lágrimas vendo tanto abandono, tanta injustiça, pois se a um ajudo há milhões que não posso ajudar. Se um usa meu ombro para despejar suas infelicidades, há milhões que não posso sequer dar a mão. E angustiado vivo pensando em resolver os problemas de um ou de outro e muitas vezes não sobra tempo para resolver os meus próprios problemas.
            
Atrapalhada nas palavras tentou justificar a sua felicidade, quase que me amaldiçoando, mas eu continuei:
            
- Eu seria extremamente feliz se não houvesse racismo, se não houvesse desemprego, se não houvesse tanta agressão contra as mulheres, crianças e velhos. Se não houvesse estupradores abusando livremente de crianças e esse deus nada fazendo. E o pior são abusadas por aqueles que dizem pregar as tais e inverídica palavras de deus. Se não houvesse tanta matança de animais e esse deus nada fazendo. Se não houvesse tantos assassinatos e esse deus nada fazendo. Como então pode ser um cristão feliz se há no mundo tanta maldade, a não ser que esse cristão seja um demagogo, um falso, um hipócrita, pois prega uma coisa e faz outra. Se ele tem, é feliz e os outros que se danem com suas infelicidades, com suas amarguras de uma vida injusta e cruel.
             
Ela em um vermelhão só me olhava enfurecida e eu continuei falando:
             
- Que as pessoas confundem momentos alegres com felicidade, ou são extremamente insensíveis, pois criam e fazem florescer uma aparente felicidade ao lado do infortúnio de milhões que se quer tem onde morar ou o que comer. São tão insensíveis que compram qualquer um carro chinfrin e dizem que foi presente de deus. Enquanto isso esse deus não dá de presente um prato de comida a quem padece de fome. Para uns ele dá, o que nas cabeças simplórias e distorcidas seria um presente enquanto que milhões padecem de fome e doenças. Então esse deus deve pensar como esses equivocados, ou seja, é também muito insensível como essa leva de condutopatas que se sentem felizes convivendo com um mundo injusto, famélico e doente,  onde mães matam os próprios filhos, onde crianças são abandonadas, onde há torturas e perseguições.
            
Onde fica a felicidade de uma pessoa sabendo que isto acontece no mundo:

             E aí aparece uma leva de hipócritas querendo justificar que isto é coisa do demo. Há de se perguntar: Quem pode mais o demo ou esse deus?


            Mesmo assim a insensibilidade humana haverá de dizer que deus é bom.
             Dirão, eu sou feliz pois deus me dá as coisas, mas são incapazes de ver o que os outros passam.
            
Muitos afetados sairão em defesa dos desígnios desse deus e se dirão felizes vendo estas imagens que são o próprio retrato da maldade deste mundo dito criado por deus, e esses que são insensíveis a isso tem a soberba, a petulância e a arrogância de se dizerem filhos de um deus. Desse deus que permite tanta infelicidade, fome, violência e mortes cruéis.
             
E sempre haverá os que ficarão rubros de raiva, de ódio, rogarão pragas, desejarão minha morte,pois não querem ver a crueldade própria deste mundo e correrão em defessa de seu deus, dizendo as coisas mais descabidas, em visíveis e doentios devaneios.
             
Realente, eu não consigo ser feliz com tanta injustiça!

Um comentário:

  1. Realmente, é impossível ser feliz assim...sobre a matança de animais penso que deveríamos para de comer carne. Pensemos na forma como são mortos diariamente para atender ao comércio, ao capetal. Os índios quando matam uma capivara, pelo menos aqueles que cultivam a sua tradição espiritual, na cosmovisão guarani, por exemplo, pedem licença para a natureza para sacrificar aquele bicho e utilizar a sua carne e etc. Então, comparo com a nossa "fome" de comer carne (vermelha?) putrefata e penso como poderíamos viver juntos com os animais de forma diferente, menos agressivamente. Os animais também são nossos irmãos. Pensemos nisso! Milene

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