Com essa explosão de consumo ocorrida em nosso Brasil nos últimos dez anos, e com sua crescente industrialização que o tornou a sexta maior economia mundial, mudou também profundamente os hábitos de sua população, agora detentora de maior poder aquisitivo.
Não vamos tocar na questão do consumo de bens, na compra de automóveis, computadores, eletrodomésticos, como geladeiras, ar-condicionados, televisores, pois só não vê quem não quer, o que confirma o velho adágio de que o pior cego é aquele que não quer ver, mas os hábitos foram também modificando conforme as necessidades e conforme o poder maior de compra que hoje tem, não só uma classe média em vertiginoso crescimento como também as classes de menor renda.
Com isso podemos notar que há uma procura maior não só desses bens como roupas, calçados, perfumaria e outros, com a entrada de bilhões de reais provenientes de melhores salários como de programas governamentais que injetam na economia algo inimaginável para outros tempos, onde o salário mínimo saiu dos ridículos 80 dólares da era FHC, para mais de 300 dólares de hoje e com previsão de aumento real que em menos de uma década se for mantida as taxa atuais de crescimentos levará a população brasileira a níveis de muitos países do dito primeiro mundo.
Mas o que mais me chama a atenção é fato de multiplicarem-se os restaurantes propriamente ditos, onde encontramos um largo leque de opções, que vão desde os populares, a módicos preços aos mais sofisticados, que mesmo assim mantém-se cheios e com uma clientela fiel.
Mudou a fisionomia desses estabelecimentos e mesmo nos acima da média o que vejo é um número crescente de famílias, muitas das quais nota-se pelas atitudes e apresentação serem os recém chegados a esse tipo de serviço, esse admirável mundo novo do desfrutar as coisas boas. E desfrutar de coisas boas não quer dizer empanturrar-se e sim melhor alimentar-se, o que para muitos deverá ser uma mudança drástica.
Fiz muitas viagens não só pelo nosso Estado como em todo o Brasil e o que percebo é uma mudança muito grande dessa clientela, que por um lado me entusiasma, pois hoje os restaurantes não são apenas para serem freqüentados em dias de aniversários e para casuais viajantes e turistas e sim passaram a ser um local de assíduo comparecimento.
Como rarissimamente faço minhas refeições em casa, vejo a cada dia essas novas caras nos restaurantes, são homens e mulheres de todas as procedências sociais e culturais que buscam não só um atendimento diferenciado como buscam a praticidade para as suas vidas atribuladas na correria do dia-a-dia, como também nos finais de semanas onde podemos ver famílias que até bem pouco tempo sequer sonhariam entrar em um desses estabelecimentos, alegres mesmo muitas vezes enfrentando uma longa espera para terem uma mesa à disposição.
E um povo bem alimentado é um povo feliz, saudável e bonito.
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