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sábado, 9 de agosto de 2014

Universo e Multiversos



Um Pedacinho de Giz.




Quando há mais de cinquenta anos, jovenzinho estudante, ao assistir as excelentes aulas de Geografia, ministradas pelo sábio professor João Carpena, no antigo Colégio Estadual Dom João Braga, na cidade de Pelotas e o mesmo falava sobre o Universo infindável ficava eu pensando e sonhando com viagens espaciais, o que na época a humanidade ainda engatinhava e pouco se sabia do que hoje sabe.


Até então muitos achavam ser a estrela Alpha Lyrae, conhecida como Vega a maior estrela do Universo. É na verdade a mais brilhante estrela do céu noturno, e está apenas a 25 anos-luz do Sistema Solar o que a torna uma das estrelas mais próximas de nós. Logo ali.

Porém Vega além de ser uma menina se comparada ao Sol, pois tem apenas 1/10 da idade deste, tem 2,5 vezes a sua massa, 3 vezes o seu diâmetro e cinquenta vezes mais brilho.

Com os avanços das ciências astronômicas foi se sabendo que existem estrelas tão gigantescas que a nossa estrela chamado Sol não passa de uma coisinha meiga jogada em um cantinho sem importância de nossa Galáxia.


Foi preciso que anos antes Yuri Gagarin, um oficial soviético fosse para o espaço para que a humanidade soubesse que a Terra era um planeta azul, se visto do espaço, pois até então achavam que era verde, devido as suas florestas, campos e mares.



Nessa mesma época soube também que o Universo era finito e estava em processo de expansão.


Ora, pensei, se o Universo é finito, e tenha sido originado de uma explosão em um determinado lugar, então será que não teria havido pelo menos outra grande explosão em algum outro lugar?


Com o tempo fui conjeturando sobre outro lugar que tenha havido igual acontecimento, portanto não haveria apenas um Universo.

                    A nossa Galáxia, entre milhões de outras estariam dentro de uma dessa bolhas.


Quando comecei a dar aulas buscava levar a meus alunos aulas interessantes sobre o Cosmos. Estrelas gigantescas como Canis Majoris e outras que mostram que nossa estrela, o Sol, é uma titica de mosca jogada num cantinho sem importância de nossa Galáxia localizada no finzinho de nosso Universo.


E a eles falava sobre a impossibilidade extrema de existir um único espaço conhecido como Universo e dava-lhes o exemplo com um pedaço de giz, dizendo se isto aqui fosse o nosso Universo, imaginemos se não haverá um outro pedaço de giz em algum outro lugar e a eles ia dando exemplos de distâncias. Ou na sala ao lado, ou lá na Secretaria, ou em outra cidade, ou em outro país, ou em outro planeta, e assim por diante para que os mesmo pudessem entender que havia a possibilidade de existir outros mundos, mesmo que fora do nosso alcance e de nossa visão.

                                           Cada Galáxia é composta de bilhões de estrelas.


Alguns colegas professores ficavam intrigados com o que eu queria exemplificar, pois para muitos era uma coisa ilógica e utópica.

Hoje, após muitos anos com o desenvolvimento da física quântica, grande e renomados cientistas teorizam sobre tal e o mundo passa a entender que realmente podem existir outros Universos, ou seja, Multiversos ou Poliversos.


Porém são renomados sábios cientistas que assim teorizam e não um reles estudante secundarista ou um simples professor de Geografia. Um simples homem que vive a pensar sobre tudo o que pode ou não existir, sobre tudo que pode ou não ser verdade.

                                Para atravessar nossa Galáxia levaríamos 100 000 anos/luz


E as verdades absolutas que existiam na idade média, hoje não são verdades, assim como as nossas verdades estão sempre a mudar e novas verdades vão surgindo.


Sabemos hoje da impossibilidade matemática de estarmos sós neste Universo que achávamos ser único e que hoje vemos que é de todo improvável ser o único.


Mesmo assim fico feliz, pois vejo hoje que eu não estava completamente errado, e aquilo que eu pensava hoje são teorias impossíveis de serem negadas.


E meus alunos, se lembrarem de minhas aulas dirão a seus filhos:



- Bah! O professor Pedro já havia falado nisto, há muitos anos e nos deixava confusos em entender o que ele queria explicar mostrando com um pedacinho de giz.


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