A primeira das duas
narrações bíblicas é a mais pitoresca com uma grande pitada de grotesco e
requintada em folclore.
Imaginemos um deus que num
simples “faça-se” criou todo o Universo, com bilhões e bilhões de Galáxias e
trilhões e mais trilhões de estelas e outros corpos celestes, lembrando ser
este Universo, ou hoje os Multiversos o Poliversos infinitos criados numa fração
de segundo por esse deus fascinante e que também num simples faça-se criou
todos os peixes dos mares e todas as aves dos céus e todos os animais da terra,
terra enquanto terra firme, já que o planeta é Terra, com T maiúsculo.
Entretanto para criar o homem,
cujo olho não é nada bom quanto o da águia, cujo ouvido é uma piada se
comparado ao do cachorro, cujo olfato não chega nem a sola dos pés de uma
mariposa teve então esse deus que sujar as mãos. E quem inventou que deus tem
mãos? Sujar suas fictícias mãos no barro para fazer esses ser tão mesquinho,
violento, genocida, com tendências assassinas e suicidas, cruel, único ser que
assassina o filhote para não carregar o peso do compromisso, o peso de ser o
provedor. Que assassina o filhote para ficar com herança que a ele seria
destinada.
Êta serzinho alcaide!
Entretanto vamos, deixando
de lado as mazelas próprias do homem e vejamos que essa história de um ser
primordial também surgiu na mesma região de tantas lendas e diz que Adão foi o
primeiro homem, não nascido de uma mãe. Dói de tão burra essa lenda.
Em um texto cuneiforme
procedente de Assur, capital da Assíria diz que a deusa Aruru tirou o homem da
argila.
Temos que entender que o
homem primitivo moldava seus utensílios em barro, sendo assim não seria
diferente a lenda, não seria nada de mais que a argila fosse usada para outros
fins.
Outras lendas afirmam que um
deus jorrava seu sangue que misturado por outros deuses a terra iam formando os
homens.
Ora, nada mais natural que
do pó da terra o homem fizesse seus utensílios, assim sendo em seus conceitos
de como deveria ter surgido o homem, os primitivos tinham apenas uma maneira de
fazer-se entender, através do que eles tinham de material concreto, a terra, a
argila.
Porém devemos saber que os
hebreus antigos designavam a terra, a argila, com palavra adamah, donde evoluiu
para adam, ou seja o homem feito da argila. O homem feito de adamah. O homem
adam. Para chegar a Adão foi um passo.
Também outras culturas,
mesmo que tenham passado isoladas por milhares de anos vão ter essa mesma
história de um homem primordial, entretanto só passaram a tê-la após o contato
com civilizações que a contaram, tornando-se apenas cópias e mais cópias de
outras fábulas.
A lenda é tão grotesca, que
atribuem a esse homem a missão de dar nome a todos os animais. Aí a sandice é tão grande que beira a
demência, pois por bilhões de anos existiram animais na Terra sem ter ainda
aparecido o bicho homem, e milhões desses desapareceram antes mesmo do
surgimento da espécie homo sapiens e que quando esta surgiu os continentes já
estavam como são hoje, separados por imensas massas oceânicas, que ao menos
sabiam de sua existência.
Outrossim, desde que essa
lenda ridícula apareceu centenas de milhares de espécies de animais foram sendo
conhecidas pelo homem que ao longo desses milhares de anos foram a elas dando
nome, um nome popular e com o desenvolvimento das ciência também um nome
científico, como por exemplo as emas que os ingênuos que inventaram a fábula de
Adão sequer conheciam, muito menos o suposto homem de barro, e que os europeus
ao verem pensaram ser avestruzes o que ainda hoje é confundido por muitas
pessoas de até considerável conhecimento.
A ema é um animal da América
do Sul, a qual os índios chamavam da ñandu, nandu, nhandu, guaripé ou xuri,
porém ela foi registrada pelos ornitólogos como Rhea Americana.
Já os avesrtruzes são
originários da África e seu nome científico é Struthio Camelus, e não foi
nenhum Adão fantasioso que aos animais deu nomes.
Portanto assim como a ema,
milhões de outros animais não eram conhecidos naquela região onde essa fábula
foi criada, a tal ponto que nas descrições do dito dilúvio universal nenhuma
espécie de animais das América aparecem sendo levados a bordo de uma arca que
se quer caberia uma ínfima parte dos animais do mundo.
Não passam de lendas
inventadas pelos homens na tentativa de explicar o que eles não sabiam e muitos
continuam não sabendo.
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