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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pelotas




                               Prefeitura Municipal e Biblioteca Pública

Pelotas é um município do Rio Grande do Sul que possui uma das mais lindas arquiteturas do Brasil. Está localizada as margens do canal de São Gonçalo, erradamente chamado de rio. Assim como é errado chamar o Guaíba de rio, pois em estudos exaustivos descobriu-se que o tal rio Guaíba é na verdade um lago, cheio de ilhas.

A Cidade conta com cinco instituições de ensino superior, quatro grandes escolas técnicas, uma Biblioteca Pública que fica ao lado da Prefeitura formando um par arquitetônico maravilhoso, quatro grandes escolas técnicas, mais de vinte museus, dois jornais diários, três emissoras de televisão e foi a primeira cidade do Rio Grande do Sul a ter uma emissora de Rádio, a PRC 3, Rádio Pelotense, fundada em 6 de junho de 1925, sendo a terceira rádio do Brasil e é hoje a mais antiga rádio em funcionamento em todo o território nacional.

Grande Hotel

Catedral São Francisco de Paula

Teatro Guarani


                                               Teatro Sete de Abril

                                          Museu da Baronesa

                                       Colégio Felix da Cunha
                Hoje este Colégio tem outro nome, mas era o antigo Dom João Braga

Em meu livro “Os Gaúchos”, escrevo o seguinte:

Apesar de Pelotas estar dentro da Campanha, ali foi um baluarte português, tanto que hoje é conhecida mundo a fora por sua festa de doces, FENADOCE, de receitas portuguesas e outras, a maioria, melhoradas, que superam em muito a genialidade dos doces de Portugal, como o Pastel de Santa Clara, Bem-casado, Camafeu, Quindim, Quindim coberto de chocolate, Olho-de-sogra, Nariz-entupido, Papo-de-anjo, Bomba, Bom-bocado, Fios-de-ovos, Fatias de Braga, Ninhos, Ovos Moles, Trouxa de Amêndoas, Monserrat (pronuncia-se Monserrá) e Rei Alberto, feitos por descendentes de lusos que ali formam um grande grupo oriundo da boa terrinha ou de suas ilhas, fazendo com que Pelotas se tornasse uma referência em doces não só no Brasil.
           
E tem muitos mambiras na Grande Porto Alegre que acham que os doces de Pelotas são de origem alemã, desconhecendo que tais doces são tão antigos quanto a cidade, pois foram para lá com os portugueses.

É uma cidade de presença marcante da cultura e do povo português, não só na sua culinária como e principalmente em sua belíssima arquitetura, a mais linda do Brasil, para não dizer do mundo.

Tem essa cidade uma grande concentração de alemães, franceses, poloneses e um contingente expressivo de negros, percentualmente o maior do interior do estado, mas que não chega a casa de 5%, e mestiços de todos os matizes.

Para essa cidade acorriam pessoas de todas as plagas quer fossem da própria campanha, das missões, de outros estados ou do estrangeiro em busca de serviço, nos áureos tempos da pujança econômica daquele rincãozinho a palmos acima que o nível do mar. Por isto ser uma cidade tão úmida.

Dizem até ser mais úmida que uma tal de Atlântida, que fica há algumas léguas de beiço oceano a dentro, no fundo do mar

Pelotas, do século XIX e metade do século XX, foi a cidade mais cosmopolita do Rio Grande do Sul, ostentando grandes e pioneiras industrias, de alimentação, tecidos, cerâmicas, cervejas (Haertel, Porco e Peru), gasosas, sabões e velas, e tem como a grande Porto Alegre, gente de todos os cantos não só do Estado, há também em Pelotas paisanos de todos os pelos.

Assim como Porto Alegre, havia também em Pelotas, situada lá no porto, uma Usina de Gás ou Gasômetro. E poucos sabem que tais usinas produziam gás, que era armazenado em grandes tanques de aço que por serem construídos com um sistema de foles iam ficando mais altos conforme a produção de gás, ou mais baixos quando o estoque diminuía. Esse gás era usado para a iluminação pública e para queima em fogões.

Lembro-me ainda, no fim dos anos 50, em Pelotas quando pequeno, dirigindo-me a “pezito” ao Colégio Felix da Cunha, que fica na Rua Benjamim Constant, esquina com a Almirante Barroso, onde estudava, passava na mesma Rua, a Álvaro Chaves onde morava, pela Fabrica de Gasosas Telma, que produzia a todo vapor, e que infelizmente foi mais uma das indústrias de refrigerantes brasileiras engolida pela concorrência desleal dos grandes trustes americanos.

Há em Pelotas muitos Gaúchos. A gauchada ali existente foi “despasito” chegando àquele torrão, há mais de duzentos e cinqüenta anos, pois o povoamento daquela região deu-se a partir de 1758, quando o Conde de Bobadela, (Gomes Freire de Andrade) doou ao Coronel Thomaz Luiz Osório, “unas territas” que ficavam às margens da Laguna dos Patos, que por séculos foi tida como lagoa, e até de mar foi chamada.

Em 1763 uns papa-areias, com todo o respeito, aos irmãos riograndinos, buscaram refúgio nessas terras, meio aturdidos com a invasão espanhola na Vila de Rio Grande e depois em l777 para ali muitos retirantes da Colônia do Sacramento buscaram guarida, pois tal Colônia havia sido entregue de mão beijada aos espanhóis, sabendo que naquela época a maioria da população do hoje Uruguai era composta de portugueses ou descendentes.

Em 1789, chegou a Pelotas um português, que havia passado um tempo lá no Ceará e se estabeleceu na Princesa do Sul como pecuarista e charqueador, trazendo muitos negros para trabalharem na salga da carne que seria depois vendida não só por aqui, como exportada para outras plagas do Brasil colônia, para ser consumido pelos escravos.

Após a instalação dessa charqueada, inúmeras outras foram se estabelecendo no Rio Grande do Sul, transformando essa atividade na principal indústria deste Estado e exportando charque para todo o Brasil e para fora também.

O desenvolvimento ocorrido em Pelotas foi tão grande que muitos Gaúchos da Campanha foram se aquerenciando pela cidade e formando um grande plantel que hoje ainda em número bastante expressivo lá existe.

Muito tempo depois chegaram os primeiros imigrantes pomeranos ao hoje município de Pelotas, e foram formando colônias em Monte Bonito, Morro Redondo, Santa Silvâna e em outros locais do Município, também vamos encontrá-los em Canguçu, Arroio do Padre, Agudo, Candelária e São Lourenço do Sul.

Mas, como o município cresceu muito, alguns distritos foram se emancipando e hoje Pelotas diminuiu drasticamente sua área, onde surgiram outros municípios, como Turuçu, Capão do Leão e Morro Redondo.

Mas Pelotas continua sendo a Princesa do Sul. A doce cidade dos doces.



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