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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mosqueiro





Em 17 de março último escrevi neste blog “Verdade sim Pois Mentira é Napeva”. Grande parte de meus leitores certamente ficaram sem entender o que significa Napeva.

Tal palavra é própria do “Gauchês”, dialeto falado por meus antepassados ibéricos mesclados com os índios charruas, tribos guerreiras que habitavam a Pampa argentina, uruguaia e sul rio-grandense. Tanto que o Uruguai (Rio dos Pássaros Coloridos) foi por muito tempo conhecido como Banda dos Charruas.

Tal dialeto ainda hoje é falado pelos homens do campo, já que nas grandes cidades, como Porto Alegre há uma clara nordestificação, ou caipirização no modo de falar de muitos rio-grandenses não Gaúchos, influenciados pelas novelas ou pelas músicas caipiras que inundam a programação de nossas televisões e rádios, principalmente com o tal de Sertanejo EJA.

Porém, voltando à palavra “napeva”, quero aqui deixar claro que tal palavra significa “pernas curtas”, ou seja, “Verdade Sim, pois Mentira tem Pernas Curtas”.

E assim como naquela matéria esclarecia sobre as vacas Jérseis e cavalos Percherons, mostrando que nosso povo não tem memória e vai aceitando mentiras como se fossem verdades.

Mais uma dessas inverdades peguei no pulo, como se diz.

Um grande e antigo programa dominical, apresentado por um octogenário enxuto, plastificado e pintado foi mostrado uma armadilha para moscas feita de vidro que um cidadão do centro do meu Brasil (SP ou RJ) dizia ter inventado.

Maravilha.

Mais uma vez vamos refrescar as cabecinhas sem memória ou sem conhecimento.

Essas armadilhas para moscas já eram usadas muito antes mesmo do meu nascimento e na cidade de Pelotas eram chamadas de “mosqueiros”. Hoje ainda encontradas em antiquários.

Lembro-me quando pequeno, com meus três ou quatro anos, gostava de sair correndo e cercar as moscas que atraídas por um montinho de açúcar ficavam faceira embaixo do mosqueiro, em cima de uma mesa que para se livrarem de minhas mãos, alçavam voo e ficavam presas dentro da garrafa que tinha uma rolha para evitar que elas saíssem e após se debaterem contra o vidro caiam dentro da água com sabão e “morriam bem mortinhas”.

E eu saía pulando de alegria, pois conseguia aniquilar aquelas moscas que atazanavam nossas vidas.

Portanto a dita invenção é mais uma mentira que por ter caído no esquecimento de um povo sem memória e como num passe de mágica aparece um esperto dizendo-se o inventor. 

Assim como, também mostrei neste blog as cadeiras que não tombam, 23 de abril, com o título de “Deu no Fantástico – Cadeira Segura”.

Já no dia 3 de março deste ano transcrevi parte de meu livro sobre memórias matéria com o título de “Cabungueiros e seus Cabungos”. Só para lembrar os mais antigos e informar aos jovens parte de nossa história e costumes.

Fique esperto, pois daqui a pouco vai aparecer algum espertalhão se dizendo o inventor a lâmpada elétrica.

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