Buenas tche, esperaste um
tempão pra lá de largo, para finalmente ter a receita do arroz amarelinho.
Mas que tal?
Buenas. Vamos a tal receita.
Dona Quininha era
especialista neste prato, que aprendeu a fazer com a dindinha Felizina, lá no Canto Grande, Passo das Pedras, no Capão do Leão. Isto lá pelos anos 20.
Não tendo umas tambeiras
para sacar o leite, mas tendo muitas laranjas certo dia ela resolveu e fez o
tal arroz. Fui uma festa só. E o piazedo lá de casa se lambuzou todo de tanto
saborear esta sobremesa.
De quando em vez, o bacudo
aqui resolve e faz o tal arroz.
Em primeiro lugar tu tens
que ter uma dúzia de laranjas suculentas. Para tal tem que ser da crioula. É
mais forte e tem bastante caldo.
Mas antes de mais nada, pegues
uma cambona de arroz escolhido, lavado e escorrido e ponhas a cozinhar somente
na água, pois se tu de vereda por o açúcar ele vai ficar meio duro. (Ele que eu
estou falando é o arroz, não vá pensar em outra coisa, lá se põe talco).
Dependendo do tamanho da
cambona pode ser até duas. Pois o negócio não pode ser cheio de frescura, tem
que ser meio grosso. Se não acertou faz “denovamente”.
Vá com calma, o arroz deve
ser pré-cozido com pouca água até ficar quase ao dente, meio duro. Mas fique
experto, para o tal arroz não secar de vereda, deixe uma cambona com água
fervendo a mão e de quando em vez de umas escorridas de água sobre o tal arroz.
Enquanto o arroz está
cozinhando, tu já deves estar com o caldo pronto e passado numa peneira,
tirando assim as sementes e o bagaço. Mais ou menos um litro de suco.
Ei! Olhe lá, não vá queimar
o arroz.
Coloque o açúcar no caldo de
laranja e misture bem.
Ai, com o fogo baixo, já que
nessas modernidades o que se usa e o fogão a gás, o tal de GLP, vá colocando o
caldo das laranjas sobre o arroz quase ao dente e mexendo devagarzito, e ponha
uns cravos e uns paus de canela.
Antes do arroz secar, tu
desligues o fogo e deixe o vapor fazer o resto do serviço extenuante.
Mas bah! Que cheirinho bom.
Chego a estar salivando. E
isto que são apenas seis horas da manhã.
Buenas tche! Eu cá no meu
potreiro gosto deste arroz ao estilo do arroz com pêssegos. Ou seja, frio.
Tche louco, cada um pode ir
aperfeiçoando a maneira de fazer, eu mesmo levei muito tempo, pois dependendo
da quantidade de suco o gosto fica meio amargo, porém se a laranja for de boa
qualidade e de caldo denso, “é tanquilito no más”.
Mas me tapo de nojo quando
vejo uns queras (cuéras) botando leite condensado, morangos, chocolate, leite de égua e tantas
outras baboseiras que tiram o estilo meio bagual deste arroz.
Tem uns até que colocam o
tal de chantilly, melancia e chucrute neste arroz.
Que baita alcaide.
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