Homem e Macaco

Então Deus, que fez todo o infinito Universo num simples “fiat”, ou seja, “faça-se”, com trilhões de galáxias conhecidas, dados atuais, porém muitas e muitas outras poderão existir, sendo que a nossa galáxia de extremo a extremo tem a dimensão de cem mil anos luz, sabendo-se que a luz percorre o espaço a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo e este infinito espaço é composto de infinitos corpos celestes de miríades de formas e tamanhos, com buracos negros, supernovas, quasares, pulsares, planetas, sóis ou estrelas, de anãs a gigantescas e a ciência conjectura que possa, matematicamente, haver vida em outros planetas, menos ou mais inteligente.

Hoje os astrônomos citam como a maior estrela a UY Scuti, que se fosse posicionada no centro do Sistema Solar a sua fotosfera poderia engolir todos os planetas até Plutão, que não é mais planeta. Ela contém um volume de aproximadamente 5 bilhões de vezes o do Sol. Outras maravilhas que compõem esse Universo, que os olhos humanos não conseguem enxergar, mas hoje, com o auxilio de mega telescópios como o Hubble e agora o James Webb, se conhece apenas 70 septilhões de estrelas, teve então, esses poderoso deus que sujar as mãos para fazer do barro um simples, minúsculo e pretencioso bicho homem, que tem a veleidade, a arrogância e a extrema pretensão de se dizer filho dele, seja lá o nome que inventaram.

É no mínimo hilário dizer que o homem é uma criação especial de um deus omisso, incompetente e vaidoso.

Porém o que a esmagadora maioria nem sonha é que um simples macaco como o bonobo, por muito tempo confundido com o chimpanzé e chamado erradamente de chimpanzé anão ou pigmeu, por estudos de renomados cientistas e não dos toscos e ignorantes homens que escreveram essa história hilária do tal boneco de barro, compartilha 98,7% do mesmo DNA humano, ou seja, quase nada diferente. Lembrando que a moderna ciência admite categoricamente que os animais pensam.

Assim sendo os que ficam magoados quando faço tais afirmações devem saber que as faço com bases em estudos científicos recentes, que mostram e provam que nós, os bichos humanos nada mais somos que a evolução desses primos selvagens. Ou seja, me baseio em estudos científicos feitos por uma gama de cientistas e não em superstições e narrativas feitas por homens ignorantes que viviam há 6 ou 7 mil anos, que não tinham conhecimento algum, totalmente ignorantes e tudo que diziam e faziam era baseado em mitos, fantasias e suposições sem nenhuma veracidade, pois eram verdadeiros selvagens.

Em falar em selvagem, quem na verdade é o selvagem?

Os bonobos que vivem numa sociedade feminista, onde todas as diferenças são resolvidas harmonicamente, onde não há violência, onde esses verdadeiros “hippies” das florestas têm suas maneiras eficazes e prazerosas de resolver com paz e amor, suas raras diferenças, enquanto o bicho homem, tão deificado por ele mesmo, cria cada vez mais armas, armas de destruição em massa, faz guerras, genocídios, agride as fêmeas, agride os filhos, desfigura as companheiras, mata a própria prole, rouba, assassina, tortura o semelhante, corrompe, extorque, amaldiçoa, faz fofocas, que são piores que atentados terroristas e tantos outros males.

Claro está que não evoluímos dos bonobos, mas nossa raiz é a mesma. Será tão difícil para a maioria compreender isto?

O homem vem há milhões de anos num processo de evolução e conforme se descobriu Lucy, a nossa avó ancestral, de mais de 7 milhões de anos, ainda o homem não é matéria acabada, há muito que evoluir. Talvez um dia, se esse bicho mesquinho, arrogante, pretensioso, mau, covarde, tosco chegue à outra forma, se até lá todos esses adjetivos não o levarem a destruir não só a humanidade, mas destruir o próprio planeta azul. Seremos tão diferentes que alguns duvidarão, no futuro, que teriam evoluído do próprio homem.

Claro está que a inteligência também evoluirá e quando usarmos um pouco mais dos 10% de nossa capacidade mental que hoje usamos, as coisa poderão fluir dentro da verdade e não dos mitos, mas duvido que alguns usem mais de 1%.

Dirão esses futuros seres inteligentes, do alto de sua sabedoria que SIM, evoluímos, não apenas dos homens e sim de simples bactérias que surgiram na Terra a 3,8 bilhões de anos.

Quando compreendermos a nossa insignificância, talvez aí deixe o homem de ser selvagem.